Ursinho

46 1 0
                                    


 O relógio de cabeceira mostrava três horas da madrugada quando Safira levantou num salto, sacudindo a cama e acordando Marcela que cochilava, a cachorra saiu correndo pela casa, foi então que ouviu o som do portão se abrindo.

Ela permaneceu no mesmo lugar entre acordada, deitada de bruços, apenas com a calcinha, com um lençol branco que cobria as pernas até a metade das costas.

A chuva forte havia acabado e apenas uma garoa residia agora, o som da garoa nos telhados, as gotas d' água que caiam no chão do quintal a fazia querer continuar ali, "Ele vai ter que subir aqui pra dormir", ela ouviu Safira descer correndo a escada com o som das unhas no assoalho de madeira, correndo pela cozinha e saindo pela abertura da porta, que ela o mandara colocar devido à cachorra ter aprendido a fazer coco no quintal dos fundos onde, tinha uma parte de terra onde ela enterrava.

Ouviu-a latindo alegremente por seu amado dono ter chegado o som baixo da voz de Renato a confortou, ele sorria em baixo da chuva com a cachorra, ouviu seus passos molhados caminharem pelo quintal até a cozinha onde secou os pés no tapete, ela soube por que a cachorra ficou parada na porta do lado de fora batendo a calda na lavadora que ficava do lado da porta, ouviu andando pela cozinha provavelmente procurando café, depois começou a mexer em sacolas.

Pegou o osso levou fora, caminhou até a churrasqueira nos fundos do quintal e colocou sobre a pia, ele não se conformava com a inteligência daquela cachorra, ela andava pela trilha de pedras direitinha sem pisar na grama.

Pegou uma toalha velha secou Safira que ficava lambendo seu rosto a todo o momento.

_ Eu também te amo meu amorzinho. Mas me deixa secar você, depois te dou uma coisinha!

Em seguida pegou o osso e mostrou, ela cheirou e o seguiu até ele colocar na porta da casinha dela, ela passou direto pra dentro e começou a morder o osso, levantou-se e trocou a água dela, fez um carrinho:

_ Boa noite Sah!

Ela respondeu batendo o rabo dentro da casinha.

Apagou a luz, fechou a passagem dela na porta,_ pois ele não gostava de dormir com ela em cima da cama_ apagou a luz e arrastou os pés pela escada.

Abriu a porta do quarto que estava entreaberta, sorriu com amor ao ver marcela jogada na cama com o cabelo solto. A agonia aliviara, ele percebeu que não era necessário se preocupar com Priscila, ela já tinha seus familiares e os policiais para se preocupar, aquela garotinha ali só tinha ele.

Ele se aproximou da cama com a luz do abajur que clareava levemente o quarto, colocou um joelho sobre a cama e beijou sua testa, ela se contorceu sorrindo ainda sonolenta.

_ Desculpa._ sussurrou ele.

_ Tudo bem, vem logo pra cama, preciso de você, o que houve na delegacia?_ bocejou.

_ Eu não queria falar sobre isso agora, apenas algumas pessoas disseram que eu poderia querer mal pra ela por que houve uma traição. Eu apenas contei como foi a minha relação com ela... Contei tudo e vim embora.

_ Hum...tudo bem_ ela não estava satisfeita_ não vou forçar a barra.

_ obrigado, vou só tomar um banho, to cheirando a cachorro.

_ Eu sei.

Ele colocou o cabelo dela atrás da orelha antes de levantar.

Foi ao banheiro e começou a se despir, foi quando se lembrou da voz da policial dizendo; "Você realmente amava essa pobre menina!"

SleepwalkWhere stories live. Discover now