5, cinco, V

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    5 segundos. 5 segundos surpreendentes, foram necessários para que a coragem se fizesse presente em mim. 5 segundos bastaram para que eu mandasse meu simples "oie". E após esses 5 segundos eu percebi o que eu havia feito.
        O "nós" não existia mais. É tolice — e talvez ingenuidade — achar que tornaremos à desfrutar de 5 horas de uma conversas sem sentido algum e muito menos sem roteiros. Nossas conversas hoje são restos em decomposição do corpo que um dia fomos juntos; e da história que insistimos em querer que não seja lembrada.
          E eu paro; fico 5 minutos olhando os dois riscos azuis na mensagem que eu enviei e insisto em compara-los mentalmente com os teus olhos, os mesmos risquinhos se tornam facas apontadas pro meu peito a cada segundo que passo sem sua resposta. E ai vem o maldito/bendito "digitando..." Que se torna uma corda laçada no meu pescoço, me deixando sem ar.
            Você responde, meu coração dá aqueles pulinhos de quando ficamos assustados mas felizes.

— Oi

           Até consigo imaginar você proferindo o "oi" com a sua voz rouca. As borboletas que fizeram do meu estômago sua moradia desde que você chegou na minha vida; ficaram descontroladas. Eu percebo que não escrevi o roteiro para essa conversa e não sei mais o que falar. Fico estática ao lembrar que você não liga, deve estar se imaginando com a sua namorada enquanto eu bolo nosso enredo. Não te culpo, eu que insisti em forçar uma barra que eu já deveria soltar faz tempo.  Mas esses 5 segundos sempre me deixam meio louca, prometo que aqui à uns 5 meses eu volto a ser só mais um contato no seu celular.

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⏰ Última atualização: Dec 10, 2016 ⏰

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Crônicas De Um Unicórnio TímidoOnde histórias criam vida. Descubra agora