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Henry acordou em seu majestoso quarto,olhando ao redor lembrou-se de sua doce Jasmynne,ainda não havia visto ela. Planejara ir na noite anterior e não pode,seu pai o enfiou no trabalho,enchendo-o de planos para filiais em outros países,apenas para não deixa-lo sair. Mas hoje ele a veria,e diria tudo a ela. Explicaria como estava,tudo o que seu pai havia falado,e esperava sinceramente que ela o perdoasse. Ele a amava e seu coração ficava menor a cada vez que ele lembrava que teria que se afastar de Jasmynne. Ele sabia como ela agiria,ele sabia que ela não aceitaria ajuda dele,caso eles continuassem juntos.  Sempre soube. O único jeito era pedir para ela espera-lo,mas até quando? Nem mesmo ele sabia! Não sabia por quanto tempo ela aguentaria. E se o pai dele o obrigasse a casar com outra mulher? Os tempos eram outros,agora os rapazes podiam escolher com quem casar,mas sua família era tradicional,e seu pai seguia a risca isso. Tradição.
O clima ainda era tenso na mesa do café,sua mãe lhe mandava sorrisos visíveis,era um amor de pessoa, Laura Montês,nome de solteira Laura Montessori. Mas sei pai fez questão de tira-lo quando se casaram,eles se amavam,podia-se perceber isso. Mas isso não fazia do seu pai menos carrasco.

-- Bom dia Filho. Cadê seus modos? Estamos todos na mesa, menos a sua irmã que teve algo a resolver com o noivo.-- Ah aquele noivo, James Springer  era genro dos sonhos de Francis. Dedicado,obediente,sério, tudo o que seu filho não era. Se ele não tivesse pais, com certeza Francis o adotaria. Ele já o bajulava demais.

-- Hum. Bom dia,desculpe-me. Diga a James que eu mandei lembranças,e a Kath que eu tenho assuntos a tratar com ela.

Henry tentava ser duro com o pai,mas sua voz era mansa e ele não conseguia ser tão carrasco como o pai. James sim,poderia ser o filho perfeito para o senhor Montês.

-- Posso saber que assuntos são esses?-- Francis perguntou levemente curioso.

-- Não pai. Não dizem respeito ao senhor.- Henry vendo que havia pisado no calo do pai, levantou-se pedindo licença e saiu para mais um dia agonizante de trabalho. Ser gerente de uma de suas próprias empresas não era nada bom,mas ele admirava ao menos,o trabalho,e o modo, como o pai tratava dos assuntos das empresas.

- Bom dia Senhor Montês. - Milder o motorista desejou .

-- Bom dia Milder.

-- Para a empresa?

-- Não. Vamos para o café e senhor Jhonson.

Era hoje. Hoje ele diria tudo,e parecia que a sorte esta Av ao seu lado,o café estava quase vazio naquela manhã de sábado. Olhou em volta e logo achou Jasmynne em uma das mesas. Conseguiu um olhar retribuído e abriu um  pequeno triste sorriso.

-- Encontre-me hoje no parque central aqui perto.- Disse quando ela se aproximou.

-- Claro. Eu saio as 18:00. Mas por que tanta pressa?

-- Sinto que meu pai anda colocando James atrás de mim.

Jasmynne fez uma careta e conseguiu um sorriso do amado, seguido de um beijo na face e um abraço apertado.

-- Te espero lá. As 18:00

-- Estarei lá.-- Dito isso ela o viu sair pela mesmo lugar que entrou. O frio na barriga não cessou,mas não era um frio bom,era o frio como se algo ruim estivesse prestes a acontecer,novamente.
O dia no café seguiu normal, mas Jasmynne estava um vendaval por dentro,não sabia o que fazer,não sabia o que a esperava,mas tinha a plena certeza que algo bom não era.

17:59

- Pode ir Jasmy querida.- senhor Jhonson disse.- John e eu terminamos de organizar as coisas por aqui.

Jasmy retirou o avental e depositou no cabideiro, beijou q face do senhor Jhonson e lhe mandou um enorme e brilhante sorriso.

- Obrigada senhor Jhonson. Tenha uma boa noite.

-- O mesmo para você filha.- Jasmynne saiu correndo do café em direção ao parque central do bairro,sentou na beira da fonte, mexendo as mãos inquieta.

- Boa noite.- Virou se na direção da voz,claramente não era quem ela esperava. Remexeu-se nervosa e deu lugar ao seu querido e educado sogro. Jasmynne ficou mais inquieta ainda com a presença da homem que a maltratara a duas noites atrás.

- O que devo a presença do senhor?- Ela perguntou tentando manter-se firme e educada,como sua tia lhe ensinará,mas era complicado ser educada com um homem deste.

- Eu venho aqui ordenar,para que você fique longe do meu filho. Eu não quero que as pessoas vejam vocês dois juntos, isso é algo que não podemos ter, pode denegrir a imagem da minha família....

- Você certamente nao aprendeu nada com  seus pais,não é mesmo?- Escutando aquilo Francis sentiu uma súbita vertigem,se abalando pela primeira vez na frente da garota,sentiu o sangue esvair do seu rosto.

Quão petulante é esta garota?- pensou ele.

- Não toque no nome dos meus pais novamente!- Pegou-a pelo braço e lhe disse- Você está avisada,não quero você perto do meu filho,ou perderá tudo! Afinal,já tenho alguém para casar-se com ele,e diferente de você,ela está a nossa altura na sociedade.

- Os tempos são outros! Você escolheu sua mulher,Aurora, e seu filho não pode escolher-me?

- Eu só quero o melhor para ele! Ele não te ama na verdade,ele pensa isso! Vocês são muito jovens,não sabem o que é o amor!

Dito isso soltou o braço da garota e saiu rapidamente da praça. Jasmynne massageou o pulso que doía, iria ficar vermelho e inchado depois, mas isso agora não era o pior,sem prestar atenção ao seu redor e quem chegava perto,Jasmy deu um pulo ao constatar que Henry abraçava-a.

- Precisamos conversar sério.- Henry disse ao constatar que Jasmynne estava meio perdida. Ela assentiu ainda meio perdida e Henry tentou começar,mas não conseguia as palavras certas.

- Diga logo Henry.

- Jasmy querida,meu pai ameaçou você e sua tia.- Dito isso as lágrimas de Jasmynne começaram a descer involuntariamente. Então era isso? O pai de Henry havia dito tudo aquilo,apenas para confirmar o que Henry diria?

- Jasmy,meu pai quer que eu rompa o nosso relacionamento, se não ele.... ele acabará com você e sua tia,são palavras dele. Eu pensei,se você,se vocês mudassem,a gente continuaria juntos e ele não saberia. Se você mudasse de cidade, ele não poderia mais saber o sei lá.

Jasmynne o olhou incrédulo, de onde ele havia tirado tais atrocidades? Deixar sua cidade? Deixar sua tia  Sozinha na cidade em que o pai louco dele faria qualquer coisa se descobrisse? Jamais!

- Eu não posso Henry. Não posso deixa-la. - Jasmy disse calma, como nunca esteve antes.

- Eu sei que não posso pedir que me espere,mas,eu não quero ver vocês sofrendo por caprichos do meu pai. - Henry disse tão triste e logo Jasmynne entendeu. Havia acabado seu sonho de verão, tanto tempo sendo amigos, depois se apaixonando, tudo passava como um doce filme em sua mente. Para enfim chegar a isto,a tudo isto.

- Tudo bem. Se você acha que é assim que deve ser,assim será.

Henry sentiu uma dor aguda no peito,como se uma faca afiada estivesse entrando em seu peito. Ele pensou que ela não aceitaria tão fácil,podia ver a dor nos olhos dela,mas algo havia acontecido antes dele chegar, ele com toda certeza sabia disso, só não sabia o que. Quando ele chegou percebeu o olhar magoado de Jasmynne.

-- Jasmynne.....- Ela acordou de seus devaneios com a voz que tanto amava a chamando.- Fique com isto.

Henry entregou-lhe um lindo anel de diamante,brilhante e lindo,só não era mais bonito que o anel de sua avó,aquele anel que ela tanto amava.

- Não posso Henry....

- Aceite. Sei que você não vai querer,mas um dia se precisar, venda-o em um joalheiro e use o dinheiro,por favor.

- Henry...

-- Não diga nada Jasmy... Eu te amo.

Eles passaram a última noite juntos, Jasmynne estava tão abatida que Henry se arrependia amargamente do que estava fazendo,mas isso era para o bem dela,ele sabia até onde seu pai poderia ir quando não conseguia o que queria. Ele faria qualquer coisa para protegê-la, mas ela não queria proteção,ela queria ter Henry. Queria Henry....

Não Me AbandonesOnde histórias criam vida. Descubra agora