Augusto. ( Parte Dois ).

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       Depois de pensar sobre o que iria acontecer a partir dali, admitir a si mesmo o que aconteceria e ter que olhar para aquele homem depois do que viria, se sentiu um tanto frágil e triste, porém, em um ato de coragem, beijou Pedro intensamente e sentiu seus lábios como nunca havia sentido o de outra pessoa antes, nunca havia beijado uma mulher com tanta paixão, ou vontade.
      Apesar da situação contraditória, para os dois, eles continuaram se beijando minutos à fio, ignorando completamente as consequências do dia que viria depois.
      Depois de beijar Pedro por tantas vezes que já não poderia estabelecer mais um padrão de tantos minutos que já haviam se passado, o encarou nos olhos e disse que o adorava, mas que aquele momento, deveria ser somente deles, pro bem dos dois.
       Pedro, perplexo, concordou com Augusto, apesar de realmente não querer deixar de contar pra quem quer que quisesse, o pior seria guardar um segredo de sua melhor amiga, Carla.
        Os dois se entreolharam, tímidos, por alguns momentos, um tempo depois, Pedro tomou uma iniciativa e convidou Augusto pra sair daquele lugar, já estava muito desconfortável com o acontecimento e com o fato de ter que manter segredo.
         Então, os dois foram a pé para a casa de Augusto, que, nervoso, não conseguia entender o que acabara de fazer, e apesar de querer segurar a mão de seu amigo, enquanto andavam pela rua de luzes amarelas, simplesmente ignorou a sua vontade e andou trêmulo, por vários minutos, enquanto olhava intensamente para seu amigo.
Quando eles finalmente chegaram a casa de Augusto, que demorou a perceber o ocorrido, Pedro o olhou e deu um leve sorriso, esperando-o entrar, permanente no primeiro degrau de uma escadinha de três, na porta da casa, Augusto fez o mesmo, do terceiro, eles deixaram de se ver por dois infinitos dias logo que tiraram seus olhares do alvo, que era a própria conexão que existia em seus olhares, já não olhavam mais de seus olhos, olhavam da janela de seus quartos empoeirados para uma pequena lagoa que queriam adentrar em um dia chuvoso.
Pensativo, enquanto os dias amanheciam e depois se apagavam, Augusto conseguiu refletir o máximo que pôde, e se viu viciado no sabor de seu melhor amigo.

Continua.

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