Capítulo 1

497 27 4
                                    


Bem, vou ser direto e objetivo com você: algo muito estranho vem acontecendo comigo quando estou perto de Misty. É algo que nem eu mesmo sei explicar... Meu coração bate mais forte quando a vejo, até mesmo quando ela faz coisas simples como mexer em seus cabelos ruivos ou olhar as suas unhas.

Não, nós não estamos brigando como quando éramos crianças e estamos nos dando muito bem, obrigado! Mas desde que ela voltou a viajar conosco, ela parece ser muito mais do que ela era quando teve que nos deixar. Me sinto muito feliz por voltarmos a viajar juntos, como nos velhos tempos...

Quando o Professor Carvalho nos pedia algum favor, fazíamos de muito bom grado. Dessa vez, pediu para que fôssemos buscar algumas Pokébolas no laboratório de um amigo que ficava na cidade de Fuchsia. Como estava muito atarefado, o Professor pediu para que Brock ficasse e ajudasse Tracey nas tarefas. Então, somente eu e Misty iríamos até Fuchsia. Que ótimo, isso vai ajudar muito o meu coração.

Quando cheguei em casa após sair do laboratório do Professor, encontro Misty na minha cozinha, dando uma gargalhada junto com a minha mãe. Aquela risada já fez meu coração dançar num ritmo frenético, e ainda me pergunto o porquê. Deixando meu nervosismo de lado, explico a ela e minha mãe da nossa missão e que precisamos partir imediatamente.

"Me deixe só terminar os biscoitos que fiz," disse ela, tirando o avental todo sujo de chocolate "Em cinco minutos estarão prontinhos para comer!"

Não consegui resistir aquele pedido. Meu Deus, como aqueles olhos conseguem me fazer derreter? Concordei e fui arrumar minhas malas. Quando voltei, uma tigela de biscoitos com gotas de chocolate estavam colocados no centro da mesa. Minha mãe nos serviu copos com leite. Misty, apesar de ser a pessoa com a personalidade mais forte e surpreendente que já vi, às vezes precisava do carinho e atenção de uma mãe, como a minha. As duas eram inseparáveis e eu tenho muito orgulho delas.

Todo mundo sabe de que Misty tinha uma fama de ser péssima cozinheira, mas ultimamente ela vem melhorando bastante e até que seus biscoitos estavam "comíveis". É claro que eu sempre como todas as comidas que ela me oferece para não magoá-la. Comi os biscoitos com um grande sorriso no rosto, o que a deixou muito feliz. E se ela está feliz, eu estou feliz. Logo em seguida, Misty arrumou suas coisas e saímos. Ela estava sempre pronta para uma aventura. Claro que Pikachu já estava gritando "PIKA-PI" de tanta animação.

Infelizmente, ainda não tive condições de comprar um carro para nos levar de um lado para o outro. Já me peguei pensando que gostaria de levar Misty em alguma pizzaria ou simplesmente para passear na praia.

Deve ter algo muito errado comigo. Eu nunca tive esses tipos de pensamentos com ela antes.

Era óbvio que viajar de carro iria ser muito mais rápido e menos cansativo, mas caminhar de uma cidade a outra me fazia lembrar de quando comecei minha jornada como Mestre Pokémon e isso me satisfaz de uma maneira que não tem igual.

As conversas entre eu e Misty eram as melhores. Não estávamos mais falando sobre somente Pokémon, falávamos sobre várias outras, como sonhos, metas e coisas simples que gostaríamos de ter na vida, como por exemplo que Misty gostaria de ter uma coleção de conchinhas do mar. Essas conversas nos tornavam cada vez mais próximos e mais amigos. E também fazia meu coração bater muito mais rápido. Novamente eu te pergunto, o que está acontecendo comigo? Devo visitar um cardiologista?

Se passaram dois dias de viagem e estávamos fazendo a rota num excelente tempo e iríamos chegar rapidinho ao nosso destino. Para chegar à Fuchsia, teríamos que passar por Vermilion ou teríamos que pegar um barco, mas as passagens costumavam ser muito caras.

Chegando à entrada de Vermilion, percebemos que estava tendo um tumulto em toda a cidade, parecia algum tipo de evento. Chegando lá, a policial Jenny nos parou, dizendo:

"Boa tarde, cidadãos! Seus nomes estão na lista?"

"Lista?" perguntei, achando aquilo estranho "Que lista?"

"Oh, acho que vocês não devem estar sabendo," disse a policial Jenny "Fechamos a cidade para uma comemoração do dia das mães e filhos, então só podem entrar os moradores, ou quem estiver grávida ou tiver filhos."

Mas que tipo de coisa é essa?! Tudo bem fazer uma comemoração para as mães e tal, mas fechar a cidade e não deixar outras pessoas entrarem é um absurdo! Completamente desnecessário.

"Então não podemos passar?" perguntou Misty, parecendo não estar muito contente com a situação "Mas isso é um absurdo! Precisamos passar para chegar à Fuchsia!"

"Sinto muito, senhorita" respondeu a policial Jenny, encolhendo os ombros "Mas regras são regras e devemos cumpri-las. É uma tradição da cidade há muitos anos."

"O que fazemos agora?" Misty perguntou à mim, parecendo extremamente desapontada, aquilo me doeu o coração.

"Vocês podem pegar o barco que contorna a cidade e sair do outro lado" sugeriu a policial, apontando para o porto.

Você paga as passagens?! Quase perguntei...

Agradecemos e viramos as costas, parando numa clareira para pensar no que poderíamos fazer. Pikachu aproveitou para brincar um pouquinho.

"Bom, Misty... Infelizmente não tenho dinheiro o suficiente para comprar as passagens de barco, e agora? Pelo visto esse festival vai longe..." Eu estava realmente muito envergonhado por poder não pagar as passagens para ela, que tipo de rapaz sou eu que nem pode pagar uma coisa para Misty?

"Imagina, Ash," ela respondeu, parecendo totalmente compreensiva enquanto acariciava Pikachu "Eu não iria deixar você pagar mesmo esse preço absurdo, não podemos ficar gastando dinheiro à toa se podemos ir à pé..."

Ela colocou a mão no queixo e começou a pensar. ATÉ NO JEITO EM QUE ELA FICAVA PARA PENSAR EM SOLUÇÕES FAZIA MEU CORAÇÃO BATER MAIS FORTE, QUANDO VOLTAR PARA PALLET EU COM CERTEZA VOU AO MÉDICO!

"Quanto tempo você acha que vai durar este festival, Ash?" ela perguntou, me olhando com aqueles profundos olhos azuis.

"Pelo visto, acho que no mínimo uns três dias..." respondi, com um suspiro "Mas não podemos demorar tudo isso. O Professor está com pressa."

"Não mesmo," disse ela "Precisamos pensar em alguma coisa e rápido!"

Comecei a colocar o cérebro pra funcionar e de repente, uma ideia muito boa, porém completamente louca surgiu em minha cabeça.

"Misty..." comecei a dizer "Tive uma ideia."

"

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Algo em Meu CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora