Charlotte Bennett é completamente apaixonada por teatro. Todos os anos, ela tenta uma chance como protagonista da peça anual na Conrad Bitter High School, mas nunca conseguiu nada além de coadjuvantes. Talvez ela não fosse tão boa atriz assim. Ou at...
"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, ria, dance, chore e viva intensamente cada momento de sua vida, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos." - Charles Chaplin
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Manchester, Inglaterra
Charlotte Bennett ainda estava tentando assimilar o que a havia feito estar ali. A jovem estava sentada em um sofá - bem confortável, diga-se de passagem - em frente a sala do diretor Iglesias, esperando a sua vez de entrar. E com, de acordo com suas próprias palavras, o "mala" de Matthew Howard sentado ao seu lado. Mas aquilo não tinha a ver com ele.
O dia não havia começado da melhor maneira possível. Setembro ainda nem tinha terminado, mas Charlotte já sentia o peso que era o segundo ano do Ensino Médio. Na noite passada mesmo, ficou acordada até altas horas para terminar uma pesquisa de Geografia. Não que Bennett fosse uma aluna excepcional, que só tirasse nota máxima nas avaliações e estudasse feito louca. Ela queria sim um se tornar uma ótima advogada no futuro, mas estudava apenas o necessário e que a fizesse tirar notas boas. Sem exageros, mas também sem desleixos.
Quem a despertou foi a mãe, Tracy, aos berros. Estava estressada, aparentemente. A morena não demorou para realmente levantar, e já foi rumo ao banheiro. Sentiu os músculos dos ombros rígidos e doloridos. No espelho, viu fortes olheiras abaixo dos olhos. Eram reflexos de mais uma noite mal dormida, causada pelas tensões acumuladas ao longo do dia.
Prendeu os fios castanhos em um coque e adentrou o box, onde só molhou o corpo do pescoço para baixo, com a água morna. Depois, escovou os dentes e fez suas higienes. Começou a vestir seu uniforme. Na Conrad Bitter, o usado pelos alunos era tradicional, como todas as escolas da Inglaterra, composto por uma camisa social branca, que deveria ser amarrada com uma fita no pescoço para formar um laço, saia de pregas azul royal, meias longas brancas e sapatos pretos. Para os meninos, calças sociais azuis, acompanhados de camisa social branca, que deveria estar com uma gravata azul e sapatos pretos. O uso de blazer era opcional.
Louise, a melhor amiga de Charlotte, costumava reclamar do uniforme, já que nos Estados Unidos, sua terra natal, as escolas não exigem o uso de uniforme. Já Lottie pouco se importava, pois se vestia nesse modelo desde que começara a estudar.
