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Molly O'malia P.O.V.

Eu poderia muito bem ter ido até lá para quebrar a cara dele! — Disse a tia de Dylan, aparentemente estando bem revoltada com toda aquela situação.

Menos, bem menos. Não é porque a Molly ta aqui com a gente que você tem que fingir que se importa, ok?! — Retrucou Dylan sem desviar seu olhar da janela.

Eu, como estava em silêncio desde a nossa saída do hospital, continuei quieta durante toda a viagem de carro até em casa.

Dylan não quis dar queixa nem sequer conversar a respeito de nada e eu apenas deixei tudo isso para lá, não faria sentido alguns ficar remoendo aquele assunto, nem mesmo queria lembrar do nome daquele cara e por sorte Dylan parecia querer o mesmo. Sua tia tinha questionado várias e várias vezes qual era a identidade do homem que havia ocasionado sua visita ao hospital, mas ele como o cara legal que sempre havia sido apenas respondia "isso é passado, foi um momento de fúria sem sentido". Parte de mim agradecia por ele não ter levado aquilo tao a sério, mesmo sem entender ao certo o porque disso.

(...)

Não mamãe, nós fomos no lual que o pessoal do colégio organizou e depois viemos embora. — Dei de ombros.

Certeza? A senhorita está bem estranha hoje...

Mamãe tinha um dom estranho de sempre saber quando algo não estava certo e minha falta de hábito em mentir não ajudava muito naquela situação.

Brigou com ele, é isso? — Disse mamãe já se sentando na cadeira à minha frente para almoçar junto à mim.

Por um momento, à menção do "ele" a primeira pessoa que me veio na memória foi Justin, mas eu sabia que a referência que ela estava fazendo era ao Dylan. Enquanto eu refletia a respeito fiquei brincando com o garfo sobre o prato até notar minha demora, então ergui o rosto e neguei com a cabeça sorrindo de lado.

Ele me beijou, mamãe.

Assim que confessei mamãe ficou alguns segundos apenas me encarando até que já estivesse me puxando para seus braços em um aperto sufocante ao mesmo tempo que me dava conselhos amorosos, juntamente dos parabéns.

Mas espera! — Exclamou ela me soltando para olhar em meu rosto. — Você gostou?

E um longo período de silêncio pairou sobre o ambiente enquanto ambas pensávamos.

Eu gostei mais do que esperava.

E essa foi a confissão que mudou o rumo de tudo.

  ✿✿✿ 

Dylan Sprayberry P.O.V.

Agora de frente par ao espelho tive tempo suficiente para avaliar o que havia de fato acontecido comigo fisicamente, uma vez em que emocionalmente eu não sabia exatamente o que tinha rolado naquele período relativamente curto de tempo. 

Passei uma de minhas mãos por toda extensão de meu rosto e apoiei ambas as mãos na pia do banheiro antes de erguer a cabeça encarando o meu reflexo. Eu não sabia que todas aquelas lutas pagas por meu pai haviam me aperfeiçoado tanto na defesa pessoal, porém, agora que tinha notado que tudo o que ele havia sido causado em mim eram alguns arranhões tecnicamente insignificantes, dispostos em minha sobrancelha e boca, confesso que fiquei até feliz com aquilo.Contente comigo mesmo e com a forma com eu havia me saído.

Parando para analisar aquela situação por inteira de um ponto positivo e otimista, que era a maneira com a qual eu geralmente costumava ver as coisas que aconteciam em minha vida, eu havia em uma só vez: finalmente beijado a garota que eu queria sem ser apenas em um dos meus sonhos ou devaneios e ainda por cima também tinha tido a chance de mostrar para ela como posso ser forte e protetor. Eu podia ser ser literalmente um galã de novela.

𝙻𝚒𝚝𝚝𝚕𝚎  »  𝙹𝙱  (𝚛𝚎𝚟𝚒𝚜𝚊̃𝚘)Onde histórias criam vida. Descubra agora