P.O.V. MAKENZIE

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estava na hora do intervalo e todos estavam saindo da sala, guardei meus materiais e só ficou Justin e o professor na sala para recuperar o celular.

Cheguei ao refeitório e peguei meu lanche, uma torta de morango apenas, procurei uma mesa bem afastada de tudo e todos e encontrei, me sento e quando vou saborear a quela deliciosa torta que é uma de minhas maiores lembranças de alegria e ao mesmo tempo de dor. Chega a maior vadia da escola que me adora provocar.

- oi estranha.- da uma risada e suas seguidoras acompanham, Cloe se juntou ao grupo pouco tempo e agora me xinga de tudo apenas para ser "popular".

Não falo nada e continuo sentada mas como eu sou um imã para risos ela não perde a oportunidade de me atazanar

- o gato comeu sua lingua nerdizinha de merda?- reviro os olhos e digo baixo.

- vai tomar no cu...- mas parece que ela escutou por que na mesma hora sinto uma ardência no meu rosto que ele até virou, passo a mão no local acertado e massageio.

Fico a encarando e ela me olha com nojo, observo todos ao redor e algumas pessoas me olham com pena, mas outros dão risada.

- fala alguma coisa queridinha, agora fica calada não é sua nojenta.- da um sorriso debochado então eu falo.

- cheguei a conclusão de que você não tem algo melhor pra fazer mesmo não é sua vadi...- sou interrompida por outro tapa mais bem mais forte, sinto vontade de chorar mais engulo e dou risada e a olho mas não digo uma só palavra.

- me respeite sua nerd gorda, feia, nojenta- pega minha torta e joga no chão, foco na torta no chão e lembro das piores  lembranças de toda minha vida.

Flashback on...

Eu tinha treze anos, eu e meu pai estávamos saindo da confeitaria Cakeshop, sempre vinham os aqui comprar torta do nada veio um garoto loiro e derrubou minha torta de morango e saiu correndo. Eu comecei a chorar, é estranho uma menina de treze anos chorar por uma torta mais aquele doce era especial de alguma forma.

- Calma filha... Vem ca- sentamos em um banco numa pracinha- toma vamos dividir minha torta- ele sorri e eu o abraço

- Te amo papai.- então ele me solta e coloca a mão em seu peito e faz cara de dor- papai tudo bem?- então ele desmaia.- PAPAI...

(...)

Estamos no hospital meu pai foi internado a pouco tempo e o medico vem em nossa direção com cara nada boa então me desespero.

- doutor e meu marido como está? Ele ta bem não ta?- minha mãe diz aos prantos.

- sinto em lhe dizer senhora Bittencourt seu marido tem câncer- eu comecei a chorar tanto, meu irmão me abraçou e começou a chorar também.

(...)

Estava em casa tentando ser forte mais não adiantou muito, meu irmão Ethan saiu pra esfriar a cabeça um pouco, e disse que traria torta pra mim, estou com uma sensação horrível, mas não deve ser nada. O telefone toca e minha mãe atente.

- alô?

- ......

- o- que? Co-como assim?- fala com lagrimas nos olhos e o telefone cai e pergunto

- o que ouve mãe?- digo preocupada.

- se-seu irmão mo-morreu- fala baixo e eu começo a chorar baixo, sera que minha vida pode piorar mais ainda? Por que?!

Flashback off

- o que foi sua nojentinha?- derruba suco em mim e sai desfilando. Olho para todos ali rindo ou com pena de mim com os olhos brilhando por conta das lagrimas, vou andando até a saída com a cabeça erguida, tiro minha touca e meu moletom e deixo- os para trás.

Vou para trás do colégio e me sento no chão, tiro do bolso uma lâmina, fraca? Sim eu sei mais ser forte eu nunca fui. Faço cortes com tanta força mas não ligo pras dores e continuo, paro e vejo sangue saindo mais do que o normal.

Minha visão fica turva e a ultima coisa que vejo é alguem correndo em minha direção.

- vai ficar tudo bem- fala baixo e depois tudo apaga...

Unknown Justin B.Onde histórias criam vida. Descubra agora