Não é Cedo Não!

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Abraham nunca disse aquilo para ninguém, nem mesmo para Honda.

No entanto as palavras simplesmente saíram e agora ele estava diante dela declarando tudo o que sentia de única forma que sabia descrever... ele a amava.

Amava Rebeca, claro que amava, Abraham jamais poderia descrever os sentimentos, as sensações, estar com ela era diferente de tudo o que ele já teve em toda a sua vida, ela era a mulher que desejava como mãe de sua filha, mas também como sua amente e esposa, contudo, não era aquilo que o fazia se sentir daquela forma em relação a ela, eram os sentimentos, as sensações.

Foi tão rápido que mal sabia descrever.

Fechou os olhos, se sentiu tolo em ouvir seu silêncio, foi precipitado ele sabia, mas era inevitável. Respirou fundo, negou e guardou o sentimento dentro de si e aquilo o machucou bastante, o fato de não ser correspondido.

Por tantas vezes ouviu mulheres falando de sentimentos, de amor, mendigando um pouco de carinho, agora estava ali, se declarando para uma mulher que mal poderia imaginar como o sentimento o queimava por dentro, o dilacerava todo e o corroía.

Rebeca o abraçou naquele momento e o puxou para baixo, se sentia tão tolo e frágil.

—Abraham Sullivan abra os olhos.

—Não...

—Abra, por favor!

Ele a obedeceu, e Rebeca estava olhando com ele com cara de choro.

—Você é um completo idiota!

Abraham não respondeu, os lábios dela tremiam.

—Não pode me amar em tão pouco tempo, retire o que disse.

—Eu amo...

—Retire.

—Amo você!

—Abraham...

—Amo você Rebeca, amo você, amo, amo, amo, amo, droga! Amo você querida, amo, amo... eu amooo!

Ele queria quebrar algo.

Seu coração.

A coisa queimava enquanto batia em seu peito, a cada pequena palavra que dizia sua garganta relutava contra a ardência que a fechava, ele a olhava no fundo dos olhos e via dentro deles tanto medo, angústia, coisa que Abraham não pensou que veria se um dia dissesse coisas assim para uma mulher.

—Não minta para mim...

—Não! — cortou sério, segurou as faces dela. — Estou louco de amor por você Rebeca, mal sei como agir, por que mentiria?

—Talvez queira muito que eu aceite tudo.

—Claro que quero, mas jamais diria algo assim para te prender Rebeca, eu... não sei lidar com isso, mas eu sinto sim que amo muito você.

—Como poderia me amar? Por quê? Nós dois mal nos conhecemos! Somos tão diferentes.

—Conheço o suficiente, tenho sentimentos fortes que nunca senti por ninguém.

Ele a beijou, a abraçou com muita força, Rebeca soluçou entre o beijo e percebeu que havia assustado ela com sua declaração inesperada, Abraham a fitou naquele momento afastando os cabelos das faces dela, ele a analisou, se sentia torturado com seu olhar, com os próprios sentimentos, nem ele sabia como explicar aquilo.

—Tudo bem Rebeca, tudo tem um tempo.

Rebeca o abraçou com força, não disse nada, mas seu abraço foi um conforto imenso.

Ficaram abraçados por momentos embaixo do chuveiro, até que ela parou de chorar, Abraham pegou o sabonete e começou a banhá-la, Rebeca tocava os ombros dele com extremo carinho, ela estava muito séria, devolvia seus olhares, mas pela primeira vez na vida Abraham se sentia desarmado, não sabia o que falar, tinha que dizer algo?

—Você é muito especial — Rebeca disse de repente. — Acho que apenas se esconde de quem você realmente é!

—Acho que eu só estou sendo assim porque você faz com que eu me sinta assim. — confessou.

—Você não é um coração de gelo!

—Sou e não sou.

—Eu entendo, você sofreu muito com tudo por isso endureceu o coração.

Não respondeu, não sabia mentir, então ele ficou calado.

—Você não precisa se esconder mais Abraham, você pode ser está pessoa maravilhosa que tem sido comigo estes dias...

—Você ao menos tem sentimentos por mim?

—Sim — aquilo pesou dentro dele. — Muitos sentimentos Abraham, coisas inexplicáveis e fortes.

De alguma forma aquilo o aliviou um pouco.

—Apenas me dê um tempinho, para você também pensar, talvez esteja enganado.

—Eu não estou.

Ela o fitou e o beijou, depois segurou sua mão e Abraham desligou o chuveiro, ele a seguiu em silêncio, sabia o que sentia, queria e amava. Ele amava Rebeca e nada nem ninguém faria ele pensar de uma forma contrária, nem ela mesma.

Abraham estava completamente apaixonado pela amiga de Amy, sua nova esposa.




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Um Dia Irei Te Amar (Livro II) - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora