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- E você não fez nada? - Tyler perguntou, ou melhor, gritou.

O álcool já fazia seu efeito em ambos, principalmente em nela que estava com as bochechas rosadas e a voz enrolada.

- Não! - disse virando a garrafa para que a última gota de vinho pudesse cair. - Eu só terminei com ele,  até comprei esse vinho para levar para ele e para sua noiva. - olhou para a garrafa vazia com um certo arrependimento.

- Que bom que a gente bebeu então, dar vinho para o homem que colocou um chifre na sua cabeça...

- Um ótimo vinho!

- É isso que as pessoas ricas fazem? Ficam fingindo que se importam com esse tipo de coisa?

- Eu não importo com Tom! - disse com um sorriso no rosto. - Que se foda o Tom! - e logo em seguida começou a soluçar.

- Olha o que você fez! - Tyler sorriu surpreendido.

- Desculpa. - ela colocou a mão sob a boca, tentando parar de soluçar.

- Não, estou falando do palavrão.

- Ah.

- Faz quanto tempo que você não se soltava assim?

- Uns cinco, dez anos... - ela disse perdida em seus pensamentos.

- É por isso que eu desisti da faculdade. - disse e ela rapidamente focou seus olhos azuis nele. - Não queria perder o melhor da vida, eu era o melhor da minha turma mas ser advogado não era meu sonho, era o sonho do meu pai.

- Então decidiu ser músico?

- Viajo por aí sem compromissos, pego carona, durmo em albergues...

- Uma vida sem rédeas. - balbuciou.

- É, eu simplesmente me deixo levar.

- Nunca fiz isso.

- Eu imagino que não.

- Tom foi meu único namorado, me formei sendo dois anos mais nova que a maioria e nunca viajei sozinha à lazer.

- Então você nunca transou com outros caras? Só com esse idiota que te traiu? - ele perguntou perplexo.

- Não, só com o Tom.

- Ellie Forman, você precisa viver!

- Eu vivo. - resmungou.

- Você precisa dormir, dormir sem se preocupar com sua lista do dia seguinte, precisa sair e conhecer gente nova.

Ela piscou várias vezes, tentando entender tudo que Tyler dizia mas sua cabeça pesava e tudo parecia girar um pouco.

- Obrigada. - disse lentamente e o  abraçou de um jeito desajeitado.

- Eu que agradeço. - ele sorriu.

- Preciso dormir.

- É, eu também.

- Vamos ser soterrados. - ela afirmou.

- Vão nos encontar Ellie, vão nos encontar.

- Sua voz é bonita...

- Obrigada. - Tyler disse e cobriu ela com uma blusa de frio que achou que na mala dela.

Ellie adormeceu como um bebê no banco do motorista e Tyler a observou por um tempo antes de cair no sono também, já era Natal e ele sorriu ao pensar nas palavras emboladas dela, naquela noite era parecia tão jovem, tão viva.

Ellie adormeceu como um bebê no banco do motorista e Tyler a observou por um tempo antes de cair no sono também, já era Natal e ele sorriu ao pensar nas palavras emboladas dela, naquela noite era parecia tão jovem, tão viva

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O azar natalino de EllieOnde histórias criam vida. Descubra agora