"Bom dia mama, bom dia papa." Beijei o rosto dos dois ao adentrar a cozinha, Camila beijou o rosto da minha mãe e apertou a mão do meu pai, esses dois nunca vão se dar totalmente bem.
"Bom dia pequena, não voltou para casa ontem." Meu pai fuzilou Camila com os olhos e eu segurei a risada.
"Michael." Minha mãe revirou os olhos e meu pai bufou.
"Desculpe não trazer ela para casa, sabe como é, noite longa." Camila sorriu irônica e eu arregalei os olhos.
"O que você disse?" Meu pai rosnou já se levantando e Camila deu um pulo da cadeira vindo para trás de mim, agora você quer proteção?!
"Eu nem entrei em detalhes sogrinho." Ela bufou encostando a cabeça em meu ombro e rodeando os braços em minha cintura, vi meu pai olhar para suas mãos e subi o olhar para Camila, engoli em seco só de ver a raiva.
"Eu te do três segundos para soltar meu bebê." Ele respirou fundo e eu vi Camila tremer atrás de mim, segurando o riso, ela estava cutucando a fera. "Um." Olhei para minha mãe e vi que ela olhava preocupada para meu pai mas fazia de tudo para não rir, era muito engraçado a relação desses dois. "Dois!"
"Espera aí, sogro a Lo de madrugada sentia cólica?" Camila deixou de me abraçar e foi para o meu lado, ficando com o braço encostado em meu ombro, olhei-a vendo o quão tranquila ela estava, cínica demais.
"Que?" Meu pai franziu o cenho e me olhou confuso, dei de ombros. "Mas é claro que sim."
"E ela gemia muito?" Ela fez uma careta, eu estava olhando tudo sem entender.
"Onde você quer chegar com isso?"
"É que eu tô com o mesmo problema sabe, ela anda gemendo muito de madrugada e eu estou ficando com muito sono ultimamente." Ela suspirou dramática e eu abri a boca incrédula. Olhei para o meu pai com medo e ele fechou os olhos com força.
"Garota, eu vou matar você!" Ele gritou já saindo de trás de mesa para correr e eu senti Camila correr com tudo para fora da cozinha, ouvindo sua risada alta.
"Essa garota ama provocar seu pai." Olhei para minha mãe e vi ela vermelha, não consegui segurar e soltei uma gargalhada alta junto com ela, eu ouvia os passos altos na sala e Camila rindo cada vez mais alto, meu pai só gritava que iria matar ela.
Eu levantei da mesa e fui com a minha mãe até a porta da cozinha para ver essa palhaçada, eu vi Camila atrás do sofá e meu pai em frente ao sofá tentando alcançá-la, mas ela dava a volta toda vez que ele chegava perto. Eu não conseguia não rir com isso, ela parecia uma criança, meu pai era outro.
"Calma aí sogrinho, vai ter um infarto se continuar." Camila riu vendo que meu pai já estava ofegando muito, ele bufou de raiva e sentou na poltrona tomando fôlego. Camila me olhou e piscou o olho com um sorriso idiota, besta.
"Chega com isso vai, vocês são duas crianças." Minha mãe foi até meu pai fazendo-o parar de olhar para Camila como se fosse matá-la, Camila estava ofegando mas ainda ria um pouco.
"Eu amo irritar seu pai." Ela disse animada enquanto íamos até meu quarto, na verdade só vimos aqui para pegar meus documentos, eu e Camila resolvemos ir até um cartório hoje.
"Você ainda vai matar meu pai do coração um dia, ele só corre quando você entra nessa casa." Revirei os olhos.
"Um dia eu paro, juro." Ela fez cara de inocente e eu ri.
"Pega aqui meus documentos que eu vou tomar um banho e me trocar." Entreguei a caixa para ela e fui em direção ao banheiro.
-*-
Tínhamos acabado de sair do cartório, marcamos uma renovação de votos no cartório para daqui a dois meses, já que temos que ter esse tempo suficiente para começarmos o preparativos para a cerimônia na igreja, não ia ser muito grande, apenas familiares e amigos, falando nisso, eu obriguei Camila a me levar na casa dos pais delas para eles me conhecerem, eu não ia conhecer meus sogros no dia do casamento, pelo amor. O mais difícil no momento era que tínhamos que achar uma igreja, era quase impossível ter datas próximas para casamento, os casais agendavam até um ano antes a data, tínhamos que começar a procurar.
"Eu amo esse parque." Sorri olhando ao redor, aquele parque era sempre movimentado, por crianças, idosos, casais, adolescentes, era um parque rodeado de grama e árvores, tinha um pequeno lago que era ocupado por patos, os guardas sempre proibiam de dar comida para os patos mas as pessoas sempre davam, esses patos berravam quando via comida, era quase impossível de não dar. Tinha um playground perto do lago que sempre tinha crianças brincando lá, era um lugar calmo, gostoso de passar a tarde.
"Eu também, é tão fresco." Camila deu um beijinho em minha nuca e eu sorri, apertando mais seus braços em minha cintura, estávamos encostadas numa árvore, eu estava entre suas pernas.
"Nossa vida está mudando tão rápido né?" Sussurrei olhando para as crianças brincando, eu sempre tive muito apego em crianças, talvez eu faça pediatria. Já estávamos perto da época de começar a enviar cartas para a faculdade, eu sabia que eu e Dinah tínhamos que escolher logo. Já enrolamos muito.
"Sim, é um pouco assustador, mas eu gosto."
"Nós vamos morar no seu apartamento?" Perguntei curiosa, não tínhamos pensado muito nos detalhes.
"Acho que por enquanto sim, não sei, é bom para nós duas certo? Caso isso aqui aumente, nós pensamos em nos mudar." Ela sorriu dando de ombros.
"Você pensa em ter filhos?" Ergui a cabeça para olhá-la e vi ela com um sorriso olhando para onde eu olhava antes, para as crianças brincando.
"Sim, é meu sonho, sei que só tenho um porcento de chance de ser mãe mas talvez dê certo um dia sabe? Você quer ter?" Ela me olhou cuidadosa, sorri completamente apaixonada, o brilho em seu olhar ao falar de filhos era tão lindo.
"Sim, lá na frente, podemos ter um pequeno Cabello andando pela casa, ou uma pequena Jauregui, ou ao contrário, eu não me importo, só de imaginar uma coisa nossa já me faz querer." Sorri, minha mente voando em imaginações de um filho meu com Camila, seria lindo, eu sabia disso. "Eu acho que vou começar a faculdade já ano que vem."
"Sério? E o que você quer fazer?" Ela sorriu animada.
"Pediatria." Mordi o lábio inferior evitando o sorriso, Camila sorriu mais ainda e me deu um selinho.
"Você ama crianças não é?"
"É o meu ponto fraco."
"Eu amo fazer tatuagens sabe? Mas não acho que vai ser algo que vai me trazer futuro, nós estamos casadas e tipo, eu quero dar uma vida boa para você, meu salário é algo que não é fixo, ele um mês pode ser bom, e outro nem tanto, e além de tatuar eu sempre tive vontade de ser policial." Camila me olhou apreensiva, eu estava surpresa. Ser polícia era umas das profissões que mais me dava medo, Miami era uma cidade cheia de gangues, era perigoso.
"Você tem certeza disso? Sabe que é perigoso não é? Mas se você quiser mesmo isso, Camz, é claro que eu vou te apoiar, e bem, não é de todo ruim te ter num uniforme de policial huh?" Sorri maliciosa, Camila riu puxando-me para um abraço.
"Eu vou pensar sobre isso, mas agora vem cá." Ela grudou nossos lábios num selinho e eu sorri antes de aprofundar nosso beijo, eu poderia beijar esses lábios para sempre, e eu iria.
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Tattoo (Intersexual)
FanfictionA paixão de Lauren por tatuagens já não era um segredo, desde a adolescência tinha uma grande fascinação e sempre quis fazer uma, mas coragem era o que ela não tinha. Dinah Jane, sua melhor amiga, finalmente consegue levá-la para fazer sua primeira...