Ciúmes bobo

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Pav do Vin

Alguns dias depois

Cheguei para mais um dia de filmagens e até agora tudo correu bem. Michelle está mais animada, parece ter deixado de lado toda discussão pesada que tivemos nos últimos dias. Estamos num intervalo entre as gravações, e a maioria se encontra no mesmo ambiente interagindo entre si. Procuro, sem sucesso, por Michelle, e então percebo que alguém da produção está com um bebê no colo. Não faço a menor ideia de quem seja, mas decido me aproximar. Tenho paixão por crianças. Pego o bebê nos braços, e enquanto brinco com ele, penso nos meus filhos. Eles são tudo para mim. Foi o que de melhor aconteceu no meu relacionamento. O resto, bem, não posso dizer o mesmo. Me dou conta de como estão crescendo rápido. Até Pauline já está andando por aí, toda sapeca. Como vai ser quando se tornarem adultos? Será que vou conseguir manter meu, entre aspas, casamento depois disso? Talvez as coisas se tornem mais fáceis, e eles possam entender o que aconteceu entre mim e a Michelle no passado, e ainda hoje. E então me vem a mente que ela nunca experimentou essa sensação.

De ter um bebê nos braços e saber que é parte dela. Michelle quase soube o que é isso, mas acabou perdendo nosso pedacinho de amor precioso. Nossa misturinha. Me dá um nó na garganta. Será que eu estive do lado dela da forma que ela realmente precisava na época em que tudo aconteceu? Ela sempre foi tão forte, talvez eu não tenha sido o melhor homem para ela depois de todo aquele sofrimento. E logo depois ela me deixou. Estremeço até hoje só de lembrar daquela conversa. Nunca quis aquilo. Achei que nós fossemos passar a vida toda juntos, desde o primeiro momento. Mas não saiu como planejado, e mesmo assim, nunca aceitei ter ela fora da minha vida. Eu quero ela, seja da forma que for.

''Oi''. Sua voz doce, me traz de volta para o presente. Ela está do meu lado, sorrindo. Nunca vou me cansar de olhar para esse sorriso.

''Achei que tivesse indo embora. Eu procurei por você e não encontrei''.

''Eu estava tomando uma bebida lá dentro''. Ela diz e franze a testa. ''O que foi? Você parece estranho''.

''Nada. Está tudo bem''. Sorrio tentando dispensar meus pensamentos anteriores.

''Ah Vin, eu te conheço a muito tempo para saber que essa sua cabecinha devia estar bem longe. Mas tudo bem, não precisa me dizer do que se trata se não quiser. E de quem é essa gracinha aqui? ''

Cara, não consigo enconder nada dessa mulher! Sorrio resignado, não quero ter uma conversa pesada como essa hoje. Ela está radiante e espero que continue assim. ''É de alguém da produção''. Respondo e ela abre ainda mais o sorriso.

''Você é muito lindo rapazinho! E tem cara de ser terrível também''.

Ela ri, e o pequeno ri junto como se tivesse entendido o que ela acabou de dizer. Será que nosso filho está passando pela cabeça dela agora? Não tenho coragem de perguntar. ''Quer segurar ele?''. Pergunto meio sem jeito. Michelle olha da criança para mim, e abre um sorriso, mas esse é triste. Alguma coisa desagradável passou pela cabeça dela. Ela demora alguns instantes para responder, e quando o faz, parece contida.

Para Semper MinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora