Capítulo 9

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Marco parou o carro em frente minha casa por volta das 20:00 hrs.

- Ele é seu namorado ? - meu pai perguntou

- Não. É só um amigo. - falei despreocupada

- Amigo ou não, mande-o entrar! Quero falar com ele.

- Pai, isso é mesmo necessário ? É que estamos atrasados e eu ...

- Agora, Dallas! - ele falou grosso

- Ta! - caminhei até a porta resmungando baixinho

- Não resmunga não. - meu pai disse, levando sua garrafa de cerveja até a boca

- Oi, você está linda. - disse Marco, quando me aproximei dele

- Oi ... Obrigada, você também está. - falei. - É ... olha, o meu pai acha que você é meu namorado, eu desmenti dizendo que somos amigos mas ele não pareceu muito convencido e te pediu pra entrar. - falei, como se eu tivesse culpa

- Tudo bem, vamos lá. - disse ele, de maneira espontânea

- Okay ...

  Ele passou pela porta e deu um sorriso simpático para o meu pai.

- Olá senhor. - ele entendeu a mão para o meu pai, que agarrou com firmeza

- Sente-se. - disse meu pai. Então ele me encarou. - Eu quero falar com ele a sós.

- Pai ...

- Vai levar apenas alguns segundos. - disse ele

- Certo .. vou estar na cozinha. - caminhei pra cozinha e pude ouvir meu pai dizer

- Sabe, eu tenho uma arma ... É uma arma calibre 38 e eu sei usá-la muito bem. - Se Marco quisesse sair comigo ainda depois disso, seria por algum milagre

Me sentei a mesa e entrelacei as mãos.

- Não se preocupe querida, seu pai vai pegar leve. - disse minha mãe

- Vai é ? Falando da arma dele ...

- O que ? - ela riu. - Ele está tentando assustar o rapaz.

- E vai conseguir, desse jeito! Vai lá mãe, por favor ... Evite que ele diga mais alguma coisa que vá fazer Marco fugir correndo dessa casa. - pedi

- Ta bem,eu vou lá. - ela riu e saiu

(...)
Meia hora depois, entramos no carro de Marco.

Eu estava totalmente em silêncio, mas quando bati a porta do carro ao meu lado, eu o olhei.

- Me desculpa por ...

- Correu tudo bem. - ele me cortou. - Seus pais são bem legais. - disse ele

- Quê ? Você gostou deles ? Mas meu pai ele ...

- Ele estava preocupado com a filha e queria ver as intenções do cara que vai levá-la ao um jantar. Eu entendo. - ele sorriu novamente. - Podemos ir ?

- Podemos. - eu relaxei. - Eu posso ligar a rádio ?

- Claro ...

  O caminho até o restaurante foi agradável, ficamos cantando e falando de músicas.

Desci do carro e Marco me ofereceu o braço. Eu peguei.

  Sentamos em uma mesa no meio, eu olhei em volta e tinha muitos casais por lá ... Notei que havia um palco lá, com bateria, guitarra  e microfones.

- Estão prontos para pedir ? - uma garçonete veio até nós

- Ahh sim, eu vou querer lagosta. - disse Marco

- Certo. E a senhorita ? - ela se virou pra mim

- Hã ... Também. - sorri nervosa

- E para beber ? - ela perguntou

- Você toma champanhe ? - Marco me perguntou

- Não, eu não bebo .. - sorri

- Nem champanhe ? - neguei. - Me trás uma coca cola então.

- Sim senhor, com licença. - ela saiu

- Gosta de lagosta ? - ele me perguntou

- Na verdade eu nunca provei ... É que não tive tempo de olhar o cardápio. - falei sem graça, e ele riu

- Por que não me disse ? Eu diria a ela que estávamos escolhendo ainda. - ele disse

- Não sei .... Você já pediu assim que ela chegou então eu resolvi pedir também. - falei

  Minutos depois, ela trás nossos pratos e a coca.

- Obrigada. - agradeci

  Encarei aquela lagosta no meu prato e provei um pedaço.

Fiz uma cara de insatisfação.

- Se não gostar pode pedir outra coisa. - Marco disse à mim, sorrindo

- Ela pode me descolar umas batatas fritas e um frango frito? Eu adoraria isso! - falei empurrando meu prato em direção à ele

- Ahahaha, claro. - ele chamou a garçonete e pediu meu pedido

  Ela não demorou a trazer e eu sorri pra ela.

- Agora sim. - falei

- Olha isso ... - ele pegou uma batata e colocou abaixo do nariz. - Um bigode de batata frita! - eu ri

- O bigode mais deliciosos do mundo! - exclamei

  Nesse instante, os serpents subiram no palco. Os olhos castanhos de Ívan encontraram os meus e ele pareceu sentir ódio quando me viu na companhia de Marco.

  Ele apresentou a banda e começou a cantar. A música era lenta e calma. Talvez por estarem em um restaurante, eles não quisessem cantar aquelas merdas da noite no bar.

Ívan cantava enquanto me encarava, eu desviei o olhar e voltei minha atenção para Marco.

- Agora sim! - eu coloquei catchup no bigode de batata frita dele

- Meu bigode tem multicores. - ele pegou a mostarda e colocou por cima

- Seu bigode está me dando água na boca! - tirei a batata do rosto dele e comi

- Você é tão cruel! Há muitas batatas aí no seu prato. - ele falava e eu ria

- A que estava em seu rosto era prioridade minha! - eu ri

  Continuamos rindo e conversando, mas Ívan ainda me encarava, ele estava paralisado em mim.

Eu o olhei de novo e ele estava ainda mais sério .. se não soubesse a letra de cor ele com certeza esqueceria de cantar. Provavelmente estava no modo automático.

Ainda sim, as pessoas soltavam suspiros de aprovação.

  Terminei de jantar e pedi a conta para a garçonete.

Marco não pareceu nem um pouco incomodado com a presença de Ívan, e eu fiquei contente por isso.

  Pagamos e saímos. Eu não olhei para Ívan antes de sair.

Entramos no carro e ele dirigiu até uma praça que tinha perto de casa.

- Eu adorei a noite. - sorri

- Eu também, fazia um tempo que eu não saía com uma garota que tivesse outra preocupação a não ser o cabelo bem arrumado. - eu ri

- Nossa, seus encontros eram bem chatos. - falei

- Demais. - ele suspirou. - Eu espero que tenha uma próxima vez.

- Se envolver um hambúrguer da próxima, eu topo. - rimos. - Preciso ir.

- Eu te levo. - disse ele

- Não precisa, minha casa é logo ali. - me aproximei dele. - Obrigada pelo jantar. - o beijei na bochecha, um pouco demorado demais e o olhei, ele sorria. Como se soubesse que eu não estava preparada para o beijo ainda.

I need you, Dallas!Onde histórias criam vida. Descubra agora