Taking Care

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Uma coisinha, só escolhi essa música porque acho que combina com a situação do cap, vocês vão entender depois

Pov. Jessica:

Depois do que acontecera na noite anterior, Kara fez um curativo em meu braço para estancar o sangue e pediu que eu ficasse no quarto durante a noite.

Acordei e olhei para o relógio pendurado em uma das paredes, que indicava 9:00hrs da manhã, me levantei e sai do quarto a procura da garota, logo a vi, sentada na mesa do lado de fora, admirando algo em meio a neve, vesti a minha jaqueta que ainda estava sobre o sofá e peguei o dela no cabideiro próximo a porta, logo saindo

-esqueceu o casaco - comento jogando a peça de roupa sobre suas costas, logo me sentando na outra cadeira próxima a mesa, olhei na mesma direção que ela, vendo a casa da falecida Sra. De Lucca

-um casal se mudou para essa casa recentemente - ela disse ainda observando a casa, tomou um gole da bebida que estava na caneca em sua mão, objeto que eu havia percebido apenas momentos antes - eles não saem muito, também, o rosto do cara daria pesadelos à muitos, e não, não é com isso que venho tendo pesadelos

Ela olhou para mim com um olhar de cumplicidade, em seguida olhou para a faixa em meu e desviou o olhar novamente para a casa dos vizinhos de quem falara instantes atrás

-ele tem habilidades, como nós, mas a habilidade é incrivelmente útil, ele pode regenerar partes de seu corpo - ela sorriu como se fosse revelar algo, logo pegou um frasco de comprimidos em seu bolso - lembra - se do soro do meu "avô"?

Assinto, me lembrando da cena do pai de Kilgrave sem os braços no chão do apartamento onde eles se escondiam, logo fazendo um cara de nojo

-não sinta pena daquele homem, ele mereceu aquilo - ela ordenou com certa raiva, logo a imagem ainda era presente em minha mente, mas o sentimento de compaixão havia se esvaído - bom, meu pai me mandou uma amostra do soro, para que eu pudesse replicar a fórmula, coisa, que obviamente fiz, bom, há três semanas eu dei um desses comprimidos ao senhor Wilson, o vizinho

Ela acenou para a mulher que saiu da casa, que fazia o mesmo e sorria para nós

-bom, essa belezinha aumenta as habilidades de quem tomá - la - ela bateu um dedo levemente na tampa do frasco, com um leve sorriso - enquanto Wade estava sob o efeito do comprimido, fui capaz de colher uma amostra de seu sangue, pude replicar a composição de seu sangue com sucesso

Ela pegou mais um frasco de comprimidos, mas dessa vez colocou o objeto em minhas mãos

-tome um, dentro de uma hora, o ferimento em seu braço se curará - Kara mostrou o próprio braço, agora sem a faixa ensaguentada e sem ferimento algum - interprete como um pedido de desculpas e um agradecimento

Tomo um dos comprimidos, ainda a observando, vendo um outro lado dela, algo que eu não sabia definir o que era, de repente ela se levantou e pegou o frasco de comprimidos em cima da mesa

-siga - me - comandou se direcionando a casa

Pov. Kara:

Entrei na casa e esperei que Jessica entrasse e me direcionei para a porta que dava passagem para o porão

-entre - digo abrindo a porta, observo ela entrar, entro logo atrás e fecho a porta, desço cuidadosamente os degraus, ouvindo o som dos passos de Jessie logo atrás de mim, chego ao último andar e consequentemente ao interruptor, acendo a luz.

Com a luz acesa é revelado o laboratório, em tons metálicos que dão ao ambiente um certo aspecto hospitalar e futurístico ao mesmo tempo, Jessica anda pelo ambiente, posso ver em seu rosto a mistura de admiração e confusão

-esse é o meu paraíso particular, meu trabalho e diversão - digo sorrindo e me direcionando a uma das maquinas em funcionamento - espero que me desculpe, mas eu peguei uma amostra do seu sangue essa noite

-c...como? - ela questionou parecendo um pouco assustada

-do seu ferimento, enquanto eu fazia o curativo, me desculpa - fiz uma cara de receio, com um pouco de medo de sua reação, que foi, bom, inesperada

-o que você descobriu? - ela perguntou, respirando fundo, se recuperando do susto das informações anteriores

-bom, eu descobri que o mesmo componente presente em seu sangue estava presente no de Wade, no meu e no...- minha expressão de receio voltou ao meu rosto - do meu pai, isso quer dizer, que meus "avós" podem ter algo indiretamente ou diretamente haver com o fato de você e o vizinho terem habilidades

Ela me olhava como se aquela simples informação tivesse acabado com parte de sua vida

-mais alguma coisa que deva me contar? - sua voz parecia carregar o peso de arrependimento que eu mesma tinha algumas vezes, assinto, engolindo em seco

-sente - se - comando e ela obedece, se sentando em uma das cadeiras do ambiente, próxima a um dos computadores, fui até o mesmo e mostrei um dos resultados de uma das análises - bom, posso dizer que essa é até uma boa notícia, você pode fazer algo parecido com o que meu pai fazia e o que eu faço, você sabe como nossos poderes funcionam, não é mesmo?

Jessica assentiu, parecendo preocupada com o que eu falaria em seguida, coisa que eu sabia que ela estava

-por isso os poderes do meu pai não funcionaram mais em você e é por isso que meus poderes não funcionam por muito tempo com você, você tem um tipo de controle nunca visto antes, parece que seu pensamento é capaz de controlar suas habilidades, os feromônios que você libera mudam conforme o seu pensamento - explico

-como você sabe tudo isso? - ela indaga, me apoio na mesa e aponto para algumas aberturas no que para quem não soubesse pareceria um cano comum

-eu instalei isso para checar os meus próprios poderes, mas assim que você entrou na sala, como sua habilidade é mais forte, eles se concentraram em captar as mudanças na composição dos feromônios - começo a explicar - sobre o pensamento, a cada informação você pensa algo diferente, o que chega a me dar dores de cabeça

Brinco e rio, ela me acompanha, e posso ver que ela está mais relaxada

-eu posso te treinar - falo baixinho, lembrando de como meu pai me treinou

-isso seria ótimo - seu tom era carinhoso, como eu acreditava que era o de uma mãe

-irá ser e é minha obrigação, afinal, somos uma família agora - digo receosa e ela se levanta vindo até mim e me abraça

-fico feliz ao saber que somos - retribuo o abraço e sinto algumas lágrimas de felicidade descerem por meu rosto - e como sua "mãe", creio que tenho feito um bom trabalho cuidando de você não é mesmo?

Assinto e sorrio, apertando o abraço, mais feliz do que algum dia fui...

A new SmileOnde histórias criam vida. Descubra agora