Capítulo 1

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O fim de ano era marcado pela as árvores que perdiam suas folhas e assim nuas recebiam os primeiros flocos de neve. A floresta que margeava os limites do reino dos coelhos tinha se transformado por completo. Havia, entretanto, além do frio e das mudanças associada a estação, a vila dos lobos, localizado no interior dessa mesma floresta, que comemorava o festival da estrela invernal.

As casas estavam enfeitadas com ornamentos rústicos confeccionados de restos de sementes e pinhas colhidas durante o fim do outono que assumiam formatos semelhante a estrelas, pendurados nas entradas para dar boas sorte as famílias.

E lá no alto, no céu esbranquiçado da estação... Uma estrela permanecia firme e forte, emanando luz e conseguindo ultrapassar as camadas de nuvens densas. Uma estrela que surgia mesmo durante o dia e perpetuava durante toda a noite: a estrela invernal, guardiã dos lobos e portadora dos milagres e esperanças.

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Sementes, fitas, resto de troncos, pinhas, tintas de todas as cores. As aulas do final do ano era quase todas relacionadas a prática da "arte", fazer mais ornamentos para enfeitar a vila de todas as formas possíveis, a criatividade era estimulada ao extremo! Normalmente o inverno é associado a escassez, economizar o que foi produzido nas outras estações para não morrer de fome durante os meses frios! Talvez, no passado o povo lobo tivesse essa mentalidade, mas ao invés de encararem a situação com péssimos, outra visão mais romantizada e cheia de esperanças foi associada a época. O inverno não seria sinônimo de tristeza e sim de alegria, ressaltada na misteriosa estrela que só aparecia nos céus nessa dada estação. Apesar de toda essa significação, Owen não parecia contaminado com o espirito "invernal", cutucava as suas sementes sem nenhum interesse. Ao seu lado, um lobinho de cabelos ruivos encaracolados e rebeldes, o fitava preocupado e ele não estava sozinho, do outro lado do lobo loirinho, estava um dos maiores lobos da classe, mas não se devia se enganar pelo seu físico forte para um filhote de 12 anos, o "quase" gigante tinha um tremendo coração mole, principalmente em relação aos seus amigos...

Aubert, o lobo ruivo, resolveu tomar a iniciativa, talvez fazer alguma piada para animar, mas um quarto membro do "pequeno" clubinho se revelou: um grande besouro dourado que voou pela sala, causando terror nos outros filhotes e pousando tranquilamente sob a cabeça loira de Owen.

– Popiru! – exclamou Owen finalmente sorrindo aquela manhã. Arturo (o "quase" gigante, ainda levando-se em consideração que era o mais novo da classe) soltou um suspiro de alivio e Aubert um meio sorriso de satisfação.

– Owen! O que falei sobre trazer insetos para a aula! – o professor Ferdinando ou mestre ranzinza como as crianças gostavam de chama-lo, franziu o cenho o que fez que suas grandes sobrancelhas negras (algo que Owen sempre comparava com lagartas) se juntassem de modo esquisito.

– Bem, se o senhor não percebeu... Popiru veio para a sala sozinho, eu não o trouxe. – o besouro em questão bateu suas grossas asas, mas continuou ali, sob a cabeça do lobinho, sem se preocupar com a confusão que tinha causado.

– Mesmo assim... – pigarreou consternado o velho professor, era difícil lidar com aquele filhote em questão, Ferdinando ainda admirava e muito Adamastor por ter sido professor de Owen por três anos seguidos sem ter um surto nervoso – Ele é seu bichinho de estimação, então, você deve impor limites a essa... Er... Coisa!

– Ele não é meu bichinho de estimação e muito menos uma coisa. Ele é um besouro, Classe:Insecta. Subclasse: Pterygota .Infraclasse: Neoptera. Superordem: Endopterygota e Ordem: Coleoptera... Ainda não sei que espécie ele poderia ser associado, já que só encontrei um Popiru em toda a minha vida... Talvez ele seja único! I senhor devia trata-lo com mais respeito, sabia?

O lobo vs coelho - Estrela invernalOnde histórias criam vida. Descubra agora