- Freyma! Freyma! – Cille gritava. – Onde é que você está?
- Garota , por que não levou um cesto? – Sua mãe perguntou enquanto a via se aproximar.
- Me esqueci. Mas consegui pegar cinco.
- Deixe-me ver. – A mãe disse aproximando-se da filha para ver o que carregava. Freyma esticou o tecido para que ela visse. – Você quer dizer, quatro. Um dos ovos quebrou e sujou toda sua roupa.
Cille pegou os quatro ovos e levou-os para dentro de sua casa, o cheiro lá dentro era muito bom. Na sala de entrada o piso de pedra tinha um buraco quadrado de quase um metro de lado por lado com alguns centímetros de profundidade, esse buraco estava repleto de madeira em brasa. Um suporte de ferro sustentava um pequeno caldeirão a certa distância do calor e alguns espetos de ferro com pedaços de carne sendo assadas. A água borbulhava e foi lá que os ovos ficaram.
- Vem aqui, Freyma. Deixe-me limpar isso. – Cille disse abaixando-se com um pano molhado.
- Nem está tão sujo mãe – respondeu enquanto a mãe esfregava a mancha.
- Pronto. Agora sim não parece tão sujo – disse depois de terminado.
Freyma não parou, pegou uma cesta em cima de uma banqueta de madeira e caminhou em direção à porta.
- Já vai sair de novo? Onde pensa que vai? – Sua mãe perguntou.
- No começo da semana eu vi um pequeno arbusto de amoras perto do bosque. – Ela disse. – Acho que já estão maduras.
- Tome cuidado, Freyma. Escutou seu pai falando que tem lobos rondando a região? – disse em tom preocupado. – Vá até lá, colha as amoras e volte rápido, o almoço está quase pronto.
- Sim – concordou e saiu pela porta em direção ao bosque.
Pelo caminho, a linda garota de cabelos vermelhos colhia flores que achava bonitas, cantarolava e corria. Quando finalmente chegou até o arbusto, bem na margem dos primeiros pinheiros do bosque, percebeu que a maioria das frutas havia sido comida pelos pássaros, colheu as poucas que restaram.
"Malditos pássaros!" Ela pensou. "Foram mais rápidos do que eu dessa vez. Mas acho que sei de um lugar que eles podem não ter chegado ainda."
Deu mais alguns passos até entrar no bosque, ela sabia de outra amoreira, um pouco mais longe, ficava encoberta pelas sombras das árvores, e dificilmente seus frutos eram comidos.
"Minha mãe ficará um pouco brava se eu me atrasar, mas quando voltar estarei com a cesta bem cheia."
Ela continuou andando, embrenhando-se por entre os pinheiros até encontrar um arbusto bem grande de folhas escuras. Debaixo dessas folhas, amoras vermelhas e suculentas esperavam para serem colhidas. Freyma sorriu e pôs-se a trabalhar. Quando o cesto estava quase completo foi surpreendida por um barulho, a pobre coitada deixou as amoras caírem no chão.
- Tem alguém aí? – perguntou assustada. O som parecia como se um galho seco no chão houvesse se quebrado.
Não era possível ouvir nenhum outro barulho mais, nem pássaros, nem grilos, nem nada, e isso a deixou ainda mais assustada.
- Tem alguém aí? – Ela perguntou de novo. Olhou no chão, viu as amoras caídas e ao seu lado um pequeno galho, agachou-se e o pegou.
Dessa vez o barulho foi de folhas se mexendo, um frio pela espinha percorreu todo seu corpo, o som vinha de trás, ela se virou bruscamente e viu um filhote de veado saltar do mato na direção contrária.
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EDDAS DO RAGNARÖK: Wolfgard e a Prole de Fenrir
FantasiaAcompanhe os 8 primeiros capítulos dessa incrível saga! [ATENÇÃO!] ESSA OBRA É DEVIDAMENTE REGISTRADA E PROTEGIDA PELA LEI DE DIREITOS AUTORAIS! Em Eddas do Ragnarök, a relação do mundo real com o místico e com o divino são próximos. Os nove mundos...