CAPÍTULO 8

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Depois de acompanhar minha esposa até nossa casa, fui direto para o meu escritório tratar de assuntos pendentes.
Já havia chegado há alguns minutos no meu escritório quando Arash Madani passou pelas portas duplas de vidro.
"Ora, mas que diria. Gideon Cross, o novo 'papaizão' do pedaço".
"Não seja brega, Arash."
Nós dois rimos.
Levantei-me para cumprimentá-lo, dando-lhe um aperto de mão.
"Ah, qual foi, Cross? Nem depois de descobrir que vai ser pai esse coração de pedra amoleceu? Ninguém recebe os parabéns com um aperto de mão, seja mais gentil."
Olhei feio para ele, que me puxou para um abraço, então dei apenas três tapinhas em suas costas.
"E então, alguma coisa sobre o andamento do processo contra Corinne?"
"É para isso que estou aqui.", disse, apressando-se em colocar sua pasta de couro preta em cima da mesa e tirando dela um papel. Ele me entregou e li com atenção o que dizia cada parágrafo, ficando satisfeito com a eficiência de Arash. Meu advogado estava atuando excepcionalmente bem, como sempre. Não era atoa que sempre fora considerado o melhor de Nova Iork.
Quando Arash se foi, em seguida recebi a visita inesperada de Richard Stanton. Nós conversamos por mais ou menos duas hora, e essas já foram suficiente para ver o quão abalado ele ainda estava. Havia emagrecido uns cinco quilos e estava de barba por fazer. Richard era um consultor muito rico e tratava de negócios importantes, assim como eu. Sua imagem era tão importante quanto o que tinha em sua mente, então fiquei devidamente sensibilizado com a imagem do homem, visualmente destruído, que vi. As olheiras profundas indicavam semanas sem dormir, o que não era bom... Em nossa conversa, ele me parabenizou pela gravidez de Eva, falou de Monica e o quanto ela era importante em sua vida. Chorou, foi até meu bar e serviu-se de duas doses de whisky. Estava profundamente abatido. Senti minhas pernas fraquejarem diversas vezes em resposta ao que eu estava vendo e ouvindo sair de sua boca. Ele já ia se servir de mais whisky quando Benjamin Clancy apareceu, pedindo licença e avisando-o que era hora de ir para casa. Então ele concordou e seguiu o segurança.
Não seria bom que Eva o visse daquela maneira, mas eu não esconderia dela os detalhes sobre aquele nosso encontro.

Minutos depois eu estava sozinho, pensativo enquanto olhava rapidamente algumas propostas que havia recebido de empresários interessados em abrir mais cassinos em Las Vegas. Enquanto eu lia, minha mente voava distante, pensando em minha esposa e no quanto eu estava feliz com a novidade de ser pai.
Recostando-me na cadeira, tentei imaginar nosso(a) filho(a) engatinhando pela casa e brincando com Lucky. A imagem me fez rir como um bobo.
"Senhor, Cross. Está tudo bem?", virei a cabeça e dei de cara com Scott parado na porta me observando com expressão confusa. É claro, ele nunca havia presenciado seu patrão, que costumava ser tão sério, rindo feito bobo só por estar pensando. A força que eu sempre fiz para evitar a transparência dos meus sentimentos, agora não fazia mais sentido. Eu queria que soubessem que eu estava feliz, pela primeira vez.
"Sim, Scott. Eu estou bem. O que houve?"
"Já é hora do seu almoço e eu queria saber se vai pedir alguma coisa ou sair...", ele falou aqui um tanto hesitante. As pessoas sempre se mostraram intimidadas na minha presença. Pelo menos disso eu ainda gostava.
Sorri para ele e respondi a sua pergunta "Vou almoçar com minha esposa em nossa casa."

Série Crossfire - Para sempre nósOnde histórias criam vida. Descubra agora