3° capitulo - mudando de vida

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Já se passaram dois dias desde o enterro dela, eu estava em casa deitada em sua cama, vendo nossas fotos antigas. Minha mãe era tão especial, apesar dela ser doente, ela nunca me abandonou.

Eu já tinha falado com Amélia sobre tudo, e ela me disse quisesse eu precisasse de alguma coisa, podia ir lá na casa dela, mais eu não tinha a mínima vontade de sair casa.

Eu estava descendo as escadas, quando escuto a campainha tocar, as chances de ser minha mãe, eram mínimas, mais eu queria acreditar que tudo aquilo tinha passado de um sonho e que a qualquer momento eu iria acordar e ela estaria preparando meu café da manhã. Mas eu tinha que aceitar que tudo era mentira e seguir minha vida. Com muita angústia me dirigi até a porta, respirei fundo e abri me assustando com a pessoa quem estava na minha frente.

Era meu pai, depois de tantos anos ele voltou, depois desse tempo todo ele não mudou em nada, era a mesma pessoa de sempre. Eu estava meio surpresa na hora, sem saber o que falar, pois já se passaram 8 anos desde a última vez que eu o vi.

Ele se aproxima de mim, entra em casa e fala:  

— oi filha, quanto tempo? — ele tenta dar um sorriso.

Eu ainda estava muito assustada e surpresa com tudo aquilo, minha única reação, foi jogar as palavras na cara dele.

— depois de tudo que passou, todos esses anos, é só isso que você tem a me dizer, quanto tempo "PAI"?  — eu dou ênfase no pai.

— eu sei filha, é que a minha vida anda corrida, me ligaram a uns dias atrás e eu acabei sabendo sobre sua mãe, eu sinto muito por tudo, eu sei o quanto foi difícil perder o seu irmão Bruno e agora sua mãe, eu realmente sinto muito — ele me fala

— quem é você para falar que sente muito, você me abandonou quando eu tinha 8 anos de idade, nunca veio me visitar, você me esqueceu. Quando Bruno morreu, você nem veio no enterro dele, e quando mamãe ficou doente, você nunca veio visita lá. Você não sabe nada, você nunca se importou com nós, você nunca se importou comigo. — eu falo tudo isso,  tentando parecer forte.

— deixa de ser mal educada menina, eu sempre te mandei dinheiro todos os meses, sempre te dei grana pra você fazer o que quisesse,você tem que entender que agora eu tenho outra família, não posso ficar me importando só com você. E aliás eu vim te buscar pra morar comigo, porque você é menor de idade e não tem mais ninguém, além de mim para ficar. — ele joga essas palavras na minha cara, como se eu fosse nada para ele.

Eu tento parecer forte, não vou chorar, ele nunca foi uma pessoa fácil de lidar, eu não vou me humilhar para ele, eu não vou chorar na frente dele, hoje não. Tento me reconstruir e digo tudo o que estava trancado na minha garganta.

— você acha que aquele dinheiro eu gastava com o quê? Com drogas, bebidas, festas? Você deve estar louco. Eu gastava o dinheiro com os remédios caros da mamãe, eu não tinha condições de trabalhar e aquele dinheiro servia para isso seu velho hipócrita. E quer saber eu posso muito bem morar sozinha aqui, eu não preciso de vc, e eu não vou morar com VC, junto com sua "família" . — falo bem grossa e seca com ele .

Ele me olha bem sério, parecia que ia me matar naquele exato momento, então ele passa as mãos no cabelo, se senta no sofá e olha para mim e diz:

— filha eu sei que errei com você, que não fui um pai como você esperava, mais se você não for morar comigo, você vai ter que entrar na justiça pra morar sozinha, pois eu não irei lhe emancipar, e você sabe esses negócios de justiça demora muito tempo para sair, e para isso você precisa de um bom advogado, e de onde você iria tirar dinheiro para tudo isso. Vamos conversar e entrar em um acordo, eu moro em uma das melhores casas da cidade, tenho dinheiro, você irá viver bem comigo. O que você acha? — ele me olha serenamente, esperando logo um sim como resposta.

Eu fico pensando em todas as vantagens de morar com ele, mas não posso me vender, minha relação com ele não é boa, e ele não foi, e nunca vai ser um bom pai, e morar na mesma casa que ele e sua família vai ser um inferno, mas eu tenho que tentar, talvez possa ser bom. Olho para ele mais uma vez e lhe digo:

— olha aqui " papaizinho", vamos fazer um trato, eu passo 4 meses morando com você, se eu me adaptar, eu contínuo morando lá, caso eu não gostar, você me emancipa e me dá o direito de ser independente, sem essa de ficar bancando o paizinho que se importa comigo, pode ser? — falo para ele com determinação

— Tudo bem, mas só uma coisa, se você quiser se emancipar depois desses 4 meses, você não terá  nenhum centavo  do meu dinheiro, irá ter que trabalhar e conseguir sua própria grana, se for assim eu aceito a proposta. — ele fala, jogando as palavras da boca pra fora, me olhando fixamente.

Minha cara de indignação está escancarada, como ele pode ser tão egoísta, mais eu sempre soube me virar sozinha, não vai ser agora que eu vou desistir. Olho para ele e digo:

— tudo bem, não quero seu dinheiro mesmo, então está fechado, você vem me buscar quando? Para eu arrumar as minhas coisas? E em quanto a casa, o que o senhor irá fazer? — eu pergunto a ele.

— venho te buscar amanhã de manhã, bem cedo, nosso voo já está marcado, e sobre a casa vamos alugar e o dinheiro do aluguel pode ficar para você, como mesada. — ele me diz e sai pela porta, sem ao menos dizer mais nenhuma palavra .

Oooooi amoreees, não sei se estão gostando da história, gostaria que vocês colocassem nos comentários o que estão achando e se poderem votar também eu agradeço muito ! Vai vir muitas surpresas por aí....

Paro ou contínuo??

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