9| So Good

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#Romance
#Sobrenatural

– Desculpa S/n, mas o pagamento vai atrasar novamente. – meu chefe ia dizendo.

– Ah... – suspirei. – Ok, só posso concordar mesmo.

– Exatamente. – ele disse e sorriu fechado.

Já deveria ser o quarto mês em que meu salário era atrasado. Eu trabalhava em uma cafeteria, não muito longe de casa, e usava o pouco dinheiro que recebia para tentar sobreviver. Agora, eu mal conseguia pagar o aluguel do apartamento direito, e com esses atrasos... Posso ser despejada.

Não que eu precise de muito dinheiro, mas tento levar a vida como uma humana normal, e não uma vampira. Eu até durmo à noite! Não muito, mas durmo.

Mas acabei me cansando dessa vida monótona. Ficar sem o apartamento pode significar voltar a ativa como vampira, mas não estou mais me importando tanto... Humanos normais são estranhos.

Como meu horário de trabalho havia acabado, peguei minhas coisas e fui para casa.

Chegando no hall de entrada, a síndica estava saindo do elevador e veio em minha direção.

– S/n! Você sabe que não pagou o último mês ainda, né?

– Sim, eu sei. Meu salário atrasou de novo.

– Se você não pagar logo serei obrigada a tomar uma atitude. É a última vez que te aviso!

– Não é como se a culpa fosse minha, sabe. – revirei levemente os olhos, não tem como evitar.

– Bom, está avisada. Até depois! – sorriu fechado e foi se retirando.

– Até!

Eu odiava quando as pessoas sorriam daquele jeito, achando que tem o controle de tudo. Minha vontade era voar no pescoço dela, literalmente!

Entrei em casa e fiquei um tempo jogada no sofá. Senti que precisava me alimentar, então peguei uma das bolsas plásticas de sangue que havia na geladeira e a mordi. Depois disso, fiquei lendo um pouco.

Meu celular começou a tocar e eu atendi.

~Chamada on

– Oi bolinho!

– Oi minha quase humana! E aí, o que está fazendo?

– Vários nadas. E você?

– O de sempre. Como foi seu dia? – ele fazia essa pergunta de propósito, porque sabia que as coisas não iam bem. Ele queria que eu parasse de "levar uma vida normal".

– Meu salário atrasou de novo. Novidade! – falei sarcástica. – A síndica também veio falar comigo.

– Então, por que você não sai comigo hoje, igual fazíamos, para relaxar um pouco?

– Jin... Eu não sei.

– Vamos, por favor!

–Aff... – pensei por um momento. Que mal teria? – Tudo bem. Eu vou.

– Yeee! – pude ouvi-lo comemorar. – Passo na sua casa em meia hora.

Ele fez sons de beijinhos e a chamada se encerrou.

~Chamada off

Jin e eu namorávamos há alguns anos. Antes de eu tentar parecer humana, nós saíamos todas as noites, em sua moto, e dávamos uma volta na cidade, fazendo loucuras por aí, sendo fora da lei. Era divertido, não será ruim relembrar esses momentos.

Acabamos nos envolvendo em problemas mais sérios em um desses passeios noturnos e eu decidi tentar viver "normalmente", como as outras pessoas. Aluguei o apartamento, arranjei um emprego, e eu e Jin mantemos nossa relação, mesmo assim. Às vezes, ele ia em casa à noite e, depois, ia embora, e eu ia trabalhar de manhã.

Fui me arrumar. Ajeitei os cabelos soltos, compridos e bem escuros e coloquei uma calça de couro, um corpete preto, minhas botas de bico fino pretas com solado vermelho e minha gargantilha. Como não sentia frio, não precisaria pegar um casaco.

Quando estava pronta, fui para o telhado do edifício, sem que ninguém notasse.

Fiquei esperando, apoiada no murinho que havia ao redor do local, por alguns minutos, até que avistei uma moto se aproximando, no ar.

Motos de vampiros voavam e só funcionavam à noite, já que eram movidas a energia das trevas e queimavam até desaparecer, ao sol.

Ele pousou a moto no terraço e sorriu para mim. Fui até ele, sorrindo também, e lhe dei um beijo.

Ele vestia roupas escuras, botas também, e sua blusa de mangas compridas e listras pretas e vermelhas estava com alguns buracos e um pouco rasgada.

Subi na moto e segurei em sua cintura, enquanto ele decolava com a moto. É bom relembrar os velhos tempos, há quantos meses eu não voava assim?

Levamos alguns minutos no ar, eu, observando as luzes lá em baixo, até que chegamos em um bar que havia ali na cidade. Era lá que os vampiros se encontravam à noite. O local havia sido abandonado há alguns anos, então nos aproveitamos da situação. Haviam alguns fliperamas, pista de dança, bar e outros espaços, tudo iluminado pelas poucas luzes coloridas que haviam ali.

Nós estacionamos a moto ali ao lado, na rua deserta, e entramos, cumprimentando alguns velhos conhecidos e alguns novos amigos do Jin.

Durante horas, naquela noite, ficamos dançando, jogando alguns jogos de fliperama, fazendo apostas e bebendo.

Em algum momento, nos afastamos dos outros vampiros, e acabamos indo até uma sala vazia com luzes roxas e alguns sofás.

Nós nos beijávamos selvagemente, sentindo falta daquela sensação tão boa. Seu cheiro já estava me enlouquecendo.

Fui descendo os beijos por seu pescoço e deixei minhas presas a mostra, mordendo-o, enquanto ele apertava minhas costas e coxa. Há tanto tempo não sentia seu gosto...

Ele soltou um gemido fraco e, quando o soltei, me virou rapidamente e me jogou em um dos sofás que havia ali, atacando, dessa vez, meu pescoço, enquanto minhas mãos iam subindo pelas suas costas, por baixo do tecido daquela blusa rasgada.

Eu havia me esquecido do quanto eu gostava disso. Todas as noites seriam assim, para sempre.

Música: So Good- Louisa Johnson

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