And I can't stop

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Bem, eu tive a coragem de concretizar isso hoje conversando com a Sasse (@Tr4gician_) sobre essa música e ambas decidimos fazer uma short usando-a como background. Então essa vai pra Isa, lindona. <3

Eu já tinha essa ideia faz um tempo e aí me empolguei de vez. enjoi xlu (eu juro que ao mesmo tempo estou trabalhando em Picture Me!)

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Gerard parecia estar testando minha paciência de forma bastante mal-educada.

Nós havíamos namorado nos tempos de escola. Ele era o garoto mais bonitinho que já tinha passado na minha frente e eu, determinado do jeito que sou, cacei aquele pedaço de mal caminho por todos os corredores do colégio até conseguir o que queria.

Ele claramente já dava mole para mim, de forma singela, mas dava, e eu aproveitei os pequenos sinais e agarrei meu prêmio, tendo aproveitado cada segundo que passei com ele. Seus assuntos eram meio viajados, mas me embalavam de forma que eu gostava quando ele passava cerca de uma hora tagarelando sem a menor interrupção da minha voz. Eram comic books, filmes de ficção cientifica, teorias sobre músicas do Iron Maiden, fanfictions de Star Wars e muita, muita arte. Também tinham os beijos, e os toques extremamente ousados que ele gostava de oferecer. Para um garoto com cara de quietinho, ele se tornava o demônio quando ia parar em cima de mim.

Gerard não havia sido meu primeiro beijo, mas eu tinha certeza que gostaria de apagar a memória posterior e ter o colocado no primeiro lugar. Foi meu primeiro namorado e minha primeira quase transa, levando em consideração que havíamos nos embolado no meio das coisas e acabamos apenas batendo uma um pro outro, o que já era suficientemente positivo para adolescentes daquela idade. Tínhamos 15 anos.

Aos poucos, o drama parecia aumentar entre ciúmes, não se assumir para os pais e nem para os colegas de escola. Esconder um relacionamento é uma merda, e quando se tem um namorado bonito e simpático, era pior ainda. Isso causou algum desgaste e brigas inocentes, até que o veredito final foi dado pela minha mãe no final do último ano do ensino fundamental, quando estávamos prestes a completar seis meses juntos (e meus pais não sabiam, claro): Nós iriamos nos mudar. Meu pai tinha sido transferido para fucking Califórnia, do outro lado do país.

Way e eu poderíamos não ser mais o casal mais apaixonado do universo, mas aquilo soou muito ruim, ao que eu já havia o comprado um álbum caríssimo do Misftis para ele. Entreguei ao que contei a notícia, recebendo um olhar extremamente vazio vindo dele. Era normal fazer tanto drama ao perder o primeiro namorado, mas vendo pelos olhos de um homem, agora de 30 anos, aquilo tudo parecia bastante exagerado. Ele, com toda tragédia do momento, empurrou a aliança que havia me comprado dizendo para que eu fizesse o que queria com ela. Toda essa novela mexicana aconteceu porque concordamos que se as coisas já estavam começando a ficar insuportáveis para os dois estudando na mesma escola e vivendo no mesmo quarteirão, estarmos separado por boa parte do território americano provavelmente faria nosso relacionamento infanto-juvenil se tornar um inferno. Decidimos viver nossas vidas, mas eu aceitei de bom grado o presente, encaixando o anel prata em meu dedo anelar apenas para agrada-lo, o que não funcionou muito. Gerard deixou minha casa parecendo um furacão, sem mesmo me dar o último beijo, o que eu acreditava que merecia. Essa foi a última vez que o vi na vida, e julguei ser a última no momento.

"I know it breaks your heart, moved to the city in a broke down car. And four years, no calls"

Por fim, eu me mudei. Permaneci na Califórnia mesmo depois de meus pais terem voltado para Jersey, me formando por lá mesmo em Administração de Empresas, me dando bem o bastante para trabalhar em uma empresa que mexia com shows, o que me fazia muito alegre. Ás vezes eu ia ver até as bandas mais bostas, simplesmente porque podia fazer isso de graça ou levar alguém que interessasse. Mas faz três meses que pedi transferência para a sede de Newark, já que percebi que estava velho, minhas costas começavam a doer, passar a madrugada em eventos já não era meu forte e as ereções começavam a diminuir, e portanto, precisava da família perto antes que eles morram, e eu também.

[Frerard] CloserWhere stories live. Discover now