Perigo

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Courtney

Havíamos chegado a uma espécie de casa de campo, ficava atrás de um bosque e pertencia a família de Amber. Ela quem havia nos guiado.

Eu estava absolutamente trêmula e incrédula. A que ponto chegou a minha irresponsabilidade? Eu havia matado uma pessoa.

Tudo bem que ele era um homofóbico filho da puta, mas ninguém tinha o direito de tirar a vida dele por isso.

E se esse alguém era eu então... Pior ainda.

Eu só conseguia pensar em como todo mundo me trataria quando soubesse que eu era uma assassina.

Por sorte, Jeremy havia tomado conta dá situação, ele estava sendo o adulto ali, e eu respeitava isso.

Geralmente era muito difícil ser um líder em épocas de crise, mas ele estava preocupado com a minha integridade. E eu deveria se grata pois sem ele ali não conseguiria fazer nada além de gritar e ser presa.

Sasha, Jerry e eu éramos próximos desde muito pequenos. Ele vivia em Rosewood e ao contrário de Amber e Sam ele era uma pessoa com a qual eu já mantinha contato.

Eu sabia que podia confiar nele, mas e nos demais?

Samuel só sabia dizer que seríamos presos e Amber estava em choque demais pra ter opinião sobre aquilo tudo.

Sasha estava menos nervosa, estava preocupada. Ela era muito arrogante e presunçosa mas realmente se preocupava comigo. Dá maneira dela mas se preocupava.

- Isso vai dar muita merda! - Sam falava enquanto estava passando as mãos freneticamente na testa. - Como eu vou entrar pra uma boa faculdade com uma ficha na polícia?

- Você não vai ser fichado por que ninguém vai saber! - Sasha falou pra ele. - Para de se desesperar por algo que vai ser um segredo.

- Isso não pode ser um segredo. - Samuel rebateu. - Duas pessoas só podem guardar um segredo se uma delas estiver morta.

- Já temos mortos o suficiente aqui Sam! - Amber falou puxando ele. - Você acha que é o único aqui que tem sonhos. Acha que vou conseguir ser uma bailarina de Moscou sendo ex presidiária?

Ele ficou em silêncio. Apesar de ela estar berrando como uma doida ele não a olhava com raiva, nem impaciência... Ele a olhava com doçura.

- A gente tem que fazer isso depressa. - Jerry falou abrindo o porta malas, ele estava somente de mangas curtas e havia usado sua jaqueta de couro branca pra enrolar o corpo do garoto morto.

Ele puxou o corpo pra fora, a jaqueta antes branca estava agora tapada de sangue. Samuel o ajudou a carregar o corpo pra dentro do celeiro.

Eram cerca de seis horas dá noite, o sol já estava se pondo em Rosewood, o que tornava tudo ainda mais sombrio.

Os meninos jogaram o corpo no meio de um monte de feno, Jerry teve a delicadeza de tapar o rosto do garoto que já trazia uma coloração esbranquiçada assombrosa.

Sasha e Amber não seguraram as lágrimas, não era tristeza, era culpa.

- Vocês não deveriam se sentir culpadas... Nenhum de vocês deveria assumir uma culpa. - Eu disse me virando pra eles. - Eu fui a responsável pela morte dele. Se alguém aqui se ferrar serei eu.

- Aí que você se engana! - Amber disse me segurando as mãos. - Isso envolve todos nós, todos estavam lá... E agora que movemos o corpo até aqui só firma o fato de que estamos envolvidos nisso até o pescoço.

Fazia sentido, estávamos ligados em uma cumplicidade que teria de ser eterna.

- A gente vai ter que guardar segredo absoluto sobre isso! -   Sasha disse limpando as lágrimas do seu rosto. - E mesmo que não tenhamos muita intimidade temos que ser mais unidos do que nunca.

Secret - DescendentesOnde histórias criam vida. Descubra agora