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O dia de aulas do terceiro ano acabava, pelo menos a nível obrigatório, às 16h, todos os dias menos as sextas feiras, quando os alunos eram dispensados a tarde toda

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O dia de aulas do terceiro ano acabava, pelo menos a nível obrigatório, às 16h, todos os dias menos as sextas feiras, quando os alunos eram dispensados a tarde toda. Porém, para Alexia, as suas responsabilidades escolares seguiam-na até casa, por mais algumas horas de trabalho.

Sentada em frente à secretária, abriu o planner onde anotara as suas tarefas de hoje - ainda só era o primeiro dia, então ainda não recebera trabalhos dos professores, mas o Baile de Boas Vindas era já no fim daquela semana, e não confiava na perspetiva exuberante das gémeas Landis para o preparar. As suas suspeitas confirmaram-se quando ligou o portátil e leu o orçamento que lhe tinham enviado.

- Uma escultura de gelo? Para quê que elas querem uma escultura de gelo... do Nick? - deu por si a rir sozinha das ideias malucas das duas. Acabou por ter que refazer quase tudo antes de enviar o orçamento ao diretor, que como já esperava lhe deu autorização para tudo, pedindo apenas que os alunos responsáveis passassem no seu gabinete pela manhã.

Os alunos responsáveis eram, na verdade, membros de diferentes clubes da escola: o clube de Artes Plásticas ficaria encarregado pela decoração, o clube de Culinária com a comida e bebidas. Podia falar com o Clube de Música, mas sabia que eles não ficariam muito interessados - afinal, também queriam aproveitar a noite, e ficar todas aquelas horas no palco não era a melhor ideia de diversão, mesmo sendo músicos.

Enquanto tentava encontrar uma solução, ouviu a campainha a tocar no andar de baixo. Aquilo era estranho... a sua mãe tinha a chave de casa, e mesmo não tendo não voltaria tão cedo - passava pouco das seis e meia, e seu turno só acabaria perto das 21h. Desceu as escadas, e abriu um sorriso quando abriu a porta, sabendo imediatamente o que acontecera.

- Para quem é que ela ligou? - perguntou para as quatro amigas, que a observavam do lado de fora da porta com mochilas às costas e sacos do supermercado mais próximo. Sophia levanta a mão, como resposta.

- Vai fazer dois turnos seguidos, não tem tempo de vir jantar ou vir a casa durante a noite - diz. Mariana aproxima-se, abraçando-a de lado. Alexia adorava o quanto ela e Sophia pareciam baixinhas perto dela, Mari mal conseguia encostar a cabeça no seu ombro. E adorava mais ainda ver o quanto elas pareciam preocupadas com ela, como se aquilo não acontecesse com uma frequência absurda.

- Vocês são as melhores - a mais alta diz, enquanto as outras três se juntavam ao abraço - Agora entrem, parece que trouxeram o supermercado todo às costas.

Apesar de odiar as circunstâncias em que ocorriam, Alexia adorava aquelas noites com as meninas - e, regra geral, com Leo também, mas naquele dia em específico o rapaz alegara ter algo para fazer (uma desculpa bastante vaga, mas também bastante característica dele). Quase uma hora após a chegada das quatro, o grupo espalhava-se pelo quarto da mais alta, deitadas na cama, no puff verde água ou no tapete felpudo e cor de rosa no chão, rodeadas de doces e pacotes de comida gordurosa, em pijamas coloridos kigurumi de animais variados - a melhor compra que tinham feito juntas, não havia dúvidas.

Fire in the RainOnde histórias criam vida. Descubra agora