Todos chegam à Praça do Comércio. Estava cheia de gente, policias e ambulâncias. Um caos total.
-Afastem-se! Quero toda a gente fora daqui senão vão todos presos!!- Gritou um polícia com um ar extremamente agressivo.
- Meu Deus! O que vem a ser está balbúrdia?! Eu não trabalho nestas condições senhor Rogério!- disse-lhe Manuel indignado.
-E tu que ainda te achas o melhor detetive de Lisboa...Pff...Menino...- olhando para o polícia- Senhor Rogério eu sei como tirá-los daqui!
-Faça favor senhora! Se é para tirar esta gente toda daqui, força!
Maria sobe para cima de um carro.
-Mas o que é que ela pensa que está a fazer?- pergunta Castro a Almeida.
-Não faço a mínima meu caro mas sei que ela tem certeza do que está prestes a fazer.
-Atenção cavalheiros e damas! Bom dia, sou a detetive Araújo e estou encarregue deste caso juntamente com o meu ajudante também detetive Manuel Castro.
Manuel ficou furioso e cruzou os braços.
-Meus caros como poderão entender, este caso é complicado e por isso peço-vos para saírem o mais rapidamente que possível desta área. Não sabemos ainda quando ocorreu e o assassino pode estar no meio de vós.
A população começa a fazer barulho e a olhar uns para os outros.
-Boa. Causar pânico entre a multidão...- murmurou Manuel com tom irónico.
-Não se afligem. Apenas voltem às vossas vidas normais e não se aproximem deste local. Serão imediatamente presos em caso de desobediência. Sei que estão com curiosidade mas para isso é que servem os jornais. Muito obrigada pela vossa atenção e continuação de um bom dia.
Com isto ela desce e aproxima-se de Rogério.
-Muito obrigado minha senhora!
-Não agradeça Rogério, aprenda. Não quis ser arrogante ou exibicionista mas se todos os agentes tomarem posições assim estas coisas evitam-se.
-Concordo totalmente consigo, minha querida.- disse Filipe colocando a sua mão no ombro de Araújo.
-Filipe, o seu irmão deveria dormir a sesta. Olhe para aquela sua cara de mal disposto...- rindo-se maliciosamente.
-Exatamente. Sempre foi assim, resmungão.
-Sabe que mais? Eu não vou estar aqui a ouvir estas barbaridades!
Com isto Manuel passa pelas fitas do crime e dirige-se à dita cena.
Não havia corpo nem arma do crime visível. Apenas uma frase escrita a vermelho aparentando ser sangue.
-Ad perpetuam rei memoriam...
-Para que a coisa (ou facto) se perpetue ao infinito...- diz Maria pensativa
-Sabe latim?
-Só algumas expressões. Esta é utilizada em Direito.
-Elementar.- menosprezando Manuel.
-Simpatia nunca foi o seu forte meu caro.
Manuel ignora e aproxima-se de cada letra.
Ouve passos cada vez mais distantes e rápidos. Levanta a cabeça e vê Maria a correr para um beco sem saída.
-O que é que aquela maluca está a fazer?
Corre atrás dela.
Esta sente a sua presença e empurra o para si.
-O que é que tu pensas que...
Maria encosta o seu dedo indicador aos seus lábios, sorri, agarra o seu casaco e sussurra:
-Eu acho que encontrei a nossa vítima, Castro.
Esta aponta para cima. Quando Manuel olha, vê uma cabeça pendurada num ramo de uma árvore.
- Devia estar tão louco que perdeu a cabeça!
Araújo e Manuel riem-se. Maria apercebe-se que estão muito próximos e larga-o bruscamente.
-Desculpe. Fiquei muito entusiasmada com a descoberta.
-Não tem importância. Às vezes até consegue ter piada.- sorrindo-lhe.
-Que engraçadinho. Veja lá se com essas piadas não pára no circo! Ajude-me a ir buscar a cabeça.
-Vais pegar nela assim sem mais nem menos???
-Queres ir lá tu? Preciso de a examinar. Tenho luvas, qualquer resíduo fica aqui comigo.
-Está bem mas...
Maria revira os olhos, sobe ao caixote do lixo e põe os pés em cima dos ombros de Castro.
-Mas o que é que pensas que estás a fazer? Este casaco é novo e foi caro!
-Ai Castro, Castro... És pior que as mulheres. Anda um bocadinho para a frente.
Estavam a tentar chegar à cabeça da vítima quando são surpreendidos por Filipe,Gaspar e Rogério.
-O que vem a ser isto?
Manuel assusta-se e vira bruscamente para a frente segurando os pés de Maria. Com este impulso consegue finalmente apanhá-la.
-Manuel, apanhei!
Desequilibra-se e cai para a frente. Fecha os olhos à espera da queda mas não sente nada.
-Eu devia tirar fotografia à vossa figura. A mãe havia de ficar orgulhosa!- rindo-se Filipe às gargalhadas. Rogério e Gaspar também não se contém.
Maria olha para Castro e apercebe-se de que caiu nos seus braços. Fica envergonhada e desce. Manuel limpa o seu casaco, recompondo-se.
-Encontrei a nossa vítima. Ou...Pelo menos parte- levantando a cabeça do cadáver.
-Como é que encontrou?- perguntou Gaspar interessado.
-Bem...O nosso assassino certamente que não quer esconder o seu crime. Muito pelo contrário. Ele quer jogar.
Com isto pensei no jogo das escondidas. Sim, infantil mas adequado neste caso. Onde é que te esconderias, Rogério?
-Hmm...Bem, num sítio perto mas que me tapasse todo para poder ver tudo sem ser descoberto.
-E aqui nesta praça o único sítio que tens é este beco. É perfeito.
-Mas porquê lá em cima?
-Porque é para fazer pouco de nós.- diz Manuel aproximando-se - Colocou num sítio alto onde não chegássemos comparando ao caso. Não estamos à altura para o resolver na sua opinião.
-E foi exatamente por isto que vos chamei. E ainda me disseram que era louco...Traga a prova e vamos analisá-la.
-No meu laboratório por favor. A minha casa é grande e tem um laboratório muito bom para trabalhar. Não me levem a mal mas com este caso a cautela é necessária.
-Iremos então sem mais demoras!-exclama Castro empolgado andando rapidamente para o local do crime.
-Maria não sei o que lhe fez mas foi eficaz.
-Ele daqui a pouco volta a ser o mesmo. A adrenalina tem estes efeitos.Voltam todos para a praça e dirigem-se para casa da detetive Maria Araújo.
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Os Mistérios de Lisboa- A Praça Encarnada
Tiểu thuyết Lịch sửAlgo medonho acontece na Praça do Comércio em Lisboa. Serão precisos os dois melhores detetives da cidade para desvendar o grande mistério, Maria Araújo e Manuel Castro. O seu maior obstáculo? O choque entre personalidades. Encontrarão muitos desafi...