Capítulo 11

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Katniss Everdeen P.O.V ON

Tudo bem, eu poderia esperar tudo, tudo mesmo! Agora, um enorme porco preto e branco amarrado a um pedaço de madeira próximo a um senhor estranho, e que parece não tomar banho a anos, sentado numa cadeira velha de balanço afogando-se na própria baba, segurando fortemente um enorme facão sobre a barriga, não, eu não poderia esperar.

- Alguém mais tá vendo aquele porco? - pergunto sem realmente fazer questão de ser ouvida, ainda chocada com o animal e seu nojento dono que agora parece engasgar com uma mosca.

- Deve ser primo da Madge. - a voz de Cato soa debochadamente assombrada.

Pisco desviando a atenção dos dois anfitriões e noto as expressões, tão assustadas quanto a minha, em direção ao sorvete de flocos suíno. Madge, por outro lado, se aproxima normalmente dos dois. Por que será que eu ainda me surpreendo?

- Pessoal, conheçam meu tio Tonny! - Mad diz animadamente enquanto aponta o homem e logo em seguida o sacode para acorda-lo.

- OCÊS NUM VÃO ROUBAR MINHAS TERRAS, SEUS ABUTRES! A GUERRA AINDA NUM CABOU! - o velho grita saltando da cadeira fazendo o suíno saltar ao chão.

Tão rápido quanto o surto do tio da Madge, é a velocidade em que nos afastamos para perto do carro, prontos para fugir. É de família ser louco? Tô aqui a quatro dias e não conheci ninguém normal. Ninguém.

- TIO! Se acalma! Ninguém vai roubar suas terras. Precisamos de um vaso. - Madge diz calmamente, fazendo sinais para o velho se acalmar. - Esses são meus amigos, Katniss, Peeta, Cato, Gale, Finnick, Annie e Clove. - apresenta apontando respectivamente para nós, que nos encontramos como gatos assustados em posições de defesa próximos ao carro.

Ok, eu vou explicar tudo o que 'tá acontecendo aqui. Depois do surto repentino do loirinho em meio aos provadores, Madge nos deu a maravilhosa notícia, não pra mim, de quê seu tio é um Oleiro. E, vendo uma oportunidade de ouro, Peeta choramingou até arrastar todos nós a loja do tio da Madge, onde ele espera que milagrosamente tenha o vaso que ele precisa. Ah, e eu não posso me esquecer da melhor parte! Saímos tão rápido do shopping depois de pagar os vestidos, que não compramos mais nada! Inclusive sapatos, e, a Undersee veio durante todo o caminho guiando o motorista até a pequena loja enquanto repetia incessantemente que deveríamos marcar outro dia para ir comprar sapatos. Se eu me arrependo de não ter me jogado do carro em movimento? Com toda certeza.

- Cês precisa de um vaso? Oh... Venham comigo, crianças. Num precisa se canhar! - o tio doido diz, de forma erradamente engraçada, colocando sua faca sinistra em cima da cadeira e fazendo gestos para nos aproximarmos.

Não precisamos nos acanhar? Sério mesmo? ELE TEM UMA FACA, E UM PORCO! Desculpe, mas EU JÁ ESTOU acanhada. O loirinho faz menção de se aproximar da loja e eu rapidamente seguro seu braço, fazendo-o me encarar com o cenho franzido.

- Não tá nem um pouquinho assustado com isso? - pergunto baixinho apontando discretamente em direção ao tal tio Tony.

- Bom, se eu não morrer agora morro quando chegar em casa sem o vaso. Eu realmente não tenho muito o que perder. - Peeta diz fazendo uma careta engraçada, o que me faz rir. - Se ele nos prender na loja e quiser fazer uma sopa humana pelo menos eu sei que sou gostoso. - agora é ele quem ri diante da minha provável cara de horrorizada. Acho que deixo transparecer que quero fugir daqui, já que o loirinho gentilmente começa a me puxar pela mão em direção a loja enquanto somos seguidos cautelosamente pelos outros.

- Esperem aí! - o Undersee mais velho diz, antes que possamos entrar na loja, atraindo nossa atenção. - Preciso que arguém fique aqui e fique de olho no Xenty. - diz normalmente, apontando em direção ao porco que parece alheio a nossa conversa, não ligando muito para a nossa presença.

A Babá da Casa ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora