7 | BÊBADO

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A luz do sol invadiu meu quarto. Provavelmente o Davi voltou para o quarto, abriu a janela de propósito para me acordar e depois saiu, ele ama me provocar logo cedo. Acordei morrendo de dor de cabeça. Já no corpo, a dor tinha diminuído. Estou bem mal por ontem. Eu não quis dizer o que eu disse, eu sei que sou um idiota, ok?

Preciso falar com a Vitória. Só aquela garota para me dar uma luz nesses momentos. Resolvi criar coragem e fiz minha higiene matinal e percebi no espelho que eu não estava com uma cara muito boa. Eu sofro.

Caminhei pelo colégio em direção ao refeitório e já estava ficando chateado com a demora em chegar lá. Sim, é longe.

     Douglas, você viu a Vitória? Ela não atende minhas ligações e já olhei por todo lugar desse refeitório. Marcamos de nos encontrar aqui ontem. – perguntei assim que o avistei sentado numa das mesas, aparentemente, a espera de alguém.

     Não a vi hoje. Senta aqui, daqui a pouco ela deve aparecer. – ele me disse tranquilamente.

     Eu estou bem preocupado. Será que ela não está com o Juan?

     Acredito que não, porque ele esta bem ali trazendo nosso café da manhã. – ele disse-me apontando para ele.

     Certo então. Irei dar uma volta para tentar encontrar ela. – falei.

     Beleza, até mais – ele me disse sorridente (e que sorriso viu).

Sai do refeitório e caminhei mais um pouco em busca da minha amiga, mas não obtive resultado. Resolvi ir para a aula e esperar ela lá.

Horas se passaram as cinco primeiras aulas se foram. Estou puto por dois motivos: (1º, com qual direito esse professor de matemática nos tomou nosso intervalo?) e (2º, onde diabos a Vitória está que não veio para nenhuma das aulas?). Com tantos problemas para um dia só, entendi que com certeza esse não era o meu dia. Já era hora do almoço, então resolvi ir novamente ao refeitório. Servi-me e sentei-me numa mesa onde não tinha ninguém porque estava morrendo de dor de cabeça e queria pelo menos um minuto de paz. E foi só um minuto de paz mesmo.

     Everton, você viu a Vi?

     Não. Eu estou procurando ela o dia inteiro e não a encontrei. – respondi.

     Estranho esse sumiço dela né? – Douglas disse enquanto comia uma batata chips. Mas, relaxem que daqui a pouco ela aparece.

     Impossível relaxar, Douglas. – Juan e eu dissemos juntos.

     Credo é um complô contra mim? Sinto muito se a amiga de vocês desapareceu mas a culpa não é minha não, viu? – ele disse de cara feia.

     Tanto faz – Juan e eu falamos juntos novamente.

Acabamos rindo de cara do Douglas por um bom tempo.

Após almoçar com os meninos, voltei para as aulas da tarde e finalmente o dia estava acabando. Parecia ter sido longo, mas a verdade é que foi bem rápido. Para completar os sumidos do dia, Davi também não deu as caras em nenhuma aula. Pensei em ir até a diretoria, mas eles podem ter saído do colégio para fazer ou resolver algo e poderia acabar piorando as coisas.

Fui caminhado para meu quarto com o intuito de tomar um banho e continuar procurando pela minha amiga, mas quando cheguei lá não tive uma boa surpresa. Davi estava jogado no chão.

     Davi, o que aconteceu? – falei balançando-o. Ele aparentava estar desacordado.

     Me solta, coisa. – ele disse e seu babo de álcool cobriu o quarto inteiro.

COLÉGIO INTERNOOnde histórias criam vida. Descubra agora