2 | NOVA AMIGA

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Meu quarto era o número vinte e quatro (irônico? Talvez). Informei-me com a recepcionista e perguntei sobre meu companheiro de quarto. As informações que ela me passou foram: Nome: Davi, histórico: Jogador de futebol e é conhecido por levar suspensões por brigas. Ela disse também que não entende como ele ainda não foi expulso do colégio, enfim, é mistério. Era só o que me faltava. Sabia que minha morte estava se aproximando nesse colégio, mas não imaginava que seria tão rápido. Vou ficar em um quarto com um hétero jogador de futebol que provavelmente odeia gays e vai querer me matar. Lasquei-me – Pensei.

Fui a caminho do meu quarto, onde logo avisto o campo de futebol cheio de atletas jogando futebol e correndo pro lado e pro outro, como eu imaginava. Já comecei logo a pensar que eu não passaria nem um dia vivo nesse colégio. Na primeira oportunidade esses garotos vão me matar. Olhei tanto para o campo que um garoto olhou pra mim e fez uma cara feia. Assustei-me e corri para o meu quarto rezando para nunca mais vê-lo.

Achei meu quarto. Dei graças a Deus quando cheguei e não tinha ninguém lá dentro. Eu adorei meu quarto. Têm duas camas de solteiro, dois guarda-roupa, uma TV grande na parede, criado mudo dos lados dá cama e um banheiro grande. Rapidamente peguei minha mala e arrumei tudo no guarda-roupa que estava desocupado. Aproveitei e peguei outra roupa pra tomar banho e caminhar um pouco. Deixei a roupa na cama e apenas levei a toalha, tomei meu banho e quando ia saindo do banheiro trombo em alguém e caio no chão juntamente com a toalha. Porra – Penso.

Cubro minhas partes intimas rapidamente e me levanto. Olho para frente e vejo um garoto muito bonito. Ele estava sem camisa, suado e demonstrava uma cara curiosa. Será que é meu colega de quarto? – penso. Não, anta, é um serial killer que invadiu a escola e caminhou diretamente para o seu quarto – penso novamente. Meus pensamentos são interrompidos pelo garoto.

     Foi mal, não sabia que meu novo colega de quarto tinha chegado.

     Tudo bem, a culpa é minha também. Sai de dentro do banheiro muito rápido, nem pensei na possibilidade de ter alguém aqui no quarto. – Disse Everton.

     Prazer, meu nome é Davi. E o seu?

     Everton, Prazer. Davi.

     Bom, já que você já saiu do banheiro, vou tomar um banho. Até mais.

     Até. Vou caminhar um pouco para conhecer mais o colégio.

     Davi parte para o banheiro e Everton sai para seu tour pelo campus.

Nossa, achei que ele iria ficar puto, mas ele foi muito educado. Nem parece ser o garoto brigão que a recepcionista me falou. Estranho – penso.

Quase me perco aqui dentro, mas, pedi informação para algumas pessoas e consegui achar a cantina/lanchonete. Estava morrendo de fome. Pedi um lanche e sentei em uma mesa que estava vazia. Tinha poucas pessoas naquele horário, acho que estavam em aula, já que as aulas dos veteranos começam realmente no primeiro dia de aula.

Enquanto comia meu lanche, trocava mensagens com Geovana. Ela me falou que o Kaique anda com ela no colégio, mas não tocou no assunto. Só disse que não queria falar sobre e que sentia minha falta. Ignorei.

Quando estava terminando, vi três garotos se aproximando de mim. Estranhei e já fiquei atento. Todos estavam sem camisa, já estava começando a imaginar se era uma cultura nessa escola andar sem camisa, pelo amor viu. Se aproximaram de mim e um garoto no meio, bem gostosinho na verdade, falou:

     Olha gente, uma bicha nova para lancharmos. Fazendo seus amigos babacas sorrirem.

     Cala a boca, ridículo. Falei impaciente. Ai Jesus, é agora que eu morro – pensei.

COLÉGIO INTERNOOnde histórias criam vida. Descubra agora