Contato ➸ l.s [Em Pausa]

02. Fratura

"Como te chamas? Que idade tens? Onde está? Não sei. Não sei quem és, mas eu te amo."

Cecilia Meireles

Música do Capitulo: Laid Out By BlackBear

Harry tinha certeza que seu corpo todo tinha entrado em combustão. Ele afirmava isso por que seu corpo todo queimava a medida que seu olhar se aprofundava no do rapaz deitado no chão. Seus dedos, que tocavam a jaqueta jeans do garoto doíam mas não era como se fosse algo que afastasse-o, pelo contrário, fazia-o se aproximar, puxando o braço do rapaz com mais força para perto do seu corpo.

Em volta deles, pessoas desesperadas surgiam e perguntavam a todo fervor sobre o que tinha acontecido. Para dizer a verdade, nem Harry e nem Louis ainda tinham certeza do que estava se passando naquele momento.

O coração de Louis batia tão rápido em seu peito que ele tinha certeza que as pessoas a sua volta ouviam. Os dedos do estranho apertavam seu braço direito com força e o puxavam para perto do peito dele. Louis permitiu soltar o ar que tinha prendido assim que olhou nos olhos verdes do rapaz. Ele se envolveu com o cheiro bom que o rapaz exalava, quente, aconchegante, a mistura perfeita de lençóis limpos com um dia quente de verão.

Louis tinha então posto aquele cheiro como o primeiro em sua lista de aromas favoritos.

O sol da tarde batia sob a pele de Louis aquecendo-o ainda mais e Harry jurava nunca ter visto alguma paisagem tão linda quanto aquela. Os olhos azuis quase transparentes sendo forçados a se fechar por conta do sol.

Tudo parecia em câmera lenta ainda.

Até Louis juntar toda sua coragem e esquecer quão lindo aquele homem que o segurava pelo braço era, e abrir a boca pequena para lhe dirigir a palavra:

− Você é cego, maluco ou o que? – Louis proferiu aquelas palavras com firmeza tentando não se mostrar abalado pela beleza do jovem modelo.

Harry junto as sobrancelhas em uma linha reta e mudou sua expressão de encantado para confuso. O que está acontecendo?

− Eu juro que não notei você atravessando a rua – Tentou ser educado mas as palavras saíram com uma ponta de indignação. – Talvez o problema seja seu quando atravessou a rua sem olhar pros lados. O maluco aqui é você! – O problema de Harry é que ele nunca se controlava quando estava revoltado.

Louis fuzilou o rapaz com o olhar afastando o pensamento que surgia em sua cabeça, talvez o rapaz não esteja errado mas ele não admitiria isso. Louis era teimoso demais para fazer isso.

Eu sou o pedestre, quem me atropelou foi ele.

Antes de abrir a boca para se manifestar contra, Louis sentiu seu pulso esquerdo latejar com uma dor ardente, levou a mão direita para segura-lo e percebeu naquele momento que tinha o quebrado com a queda. Seus olhos se fecharam quando lágrimas contra sua vontade rolaram em seu rosto.

Aqui estou eu chorando novamente.

Harry ainda segurava o rapaz atropelado, não se importando com o cheiro ruim de cigarro ou com a carranca na cara dele. Ele se sentia bem com a mão envolta ao braço do garoto e seu corpo todo estava menos tenso, mesmo com o burburinho envolta.

Mas quando Louis deixou a primeira lágrima descer por seu rosto bem feito, Harry se sentiu horrível. Notou que mão direita do rapaz envolvia o pulso esquerdo e que as lágrimas eram de dor. Ele se sentia o pior humano da terra naquele momento, tinha machucado aquele garoto tão bonito.