Quando chegou à elegante recepção do prédio, a calma que mantivera até então desapareceu. O coração disparou e as pernas pareciam gelatinas assim que começaram a tremer. Sentiu que estava ficando pálida e as mãos começaram a suar. Procurou se controlar. Que patrão iria contratar um funcionária que parecia estar prestes a morrer em sua frente?A bonita recepcionista lhe deu um crachá e lhe indicou o décimo quarto andar. No elevador entraram várias pessoas, entre elas duas moças com o ar distinto. O elevador foi esvaziando e, ao parar no andar indicado, restava apenas Morgana e as duas jovens. As três desceram quando o elevador abriu as portas.
Próximo ao elevador, havia uma mesa com uma mulher vestida de maneira fina. Olhou para as moças e perguntou:
- São as candidatas para a entrevista com o seu Domingos?
- Pelo menos eu sou - sorriu a loira. - Onde podemos aguardar?
- Ali, por favor - disse, indicando um corredor. - No final desse corretor vocês encontrarão uma sala maior com outra mesa. Marisa lhes encaminhará à sala do presidente.
- Obrigada - respondeu a ruiva pelas três.
Seguiram o caminho indicado e depararam-se com uma sala espaçosa e bem iluminada. Havia duas mesas ali, sendo que uma delas estava vazia. Atrás da mesa vazia havia um amplo salão que levava a várias salas. Na outra mesa, sentava-se uma mulher de meia-idade, com um crachá com letras enormes onde se lia "Marisa". Ao lado dela havia um galão de água mineral e uma mesinha com duas garrafas térmicas.
- Boa tarde, meninas - disse a secretária com ar informal. - Como seu Domingos já analisou os currículos de vocês, ele fará uma entrevista particular para qual de vocês se adequará melhor ao cargo.
Elas assentiram enquanto Marisa as anunciava pelo interfone.
Morgana estava muda de desespero. Com certeza jamais deixara seu currículo naquela empresa. Durante o caminho para a mesa de Marisa, notara vários acessórios de informática, pelo jeito a empresa era do ramo. Se realmente for isso, Morgana já sabia que seria desclassificada. Seu coração batia tão rápido que fez a jovem pensar que se seu peito estava sendo feito de pula-pula pro seu coração. Abriu um pequeno sorriso com o pensamento bobo que tivera.
A primeira moça foi chamada à sala, e Morgana sentiu que as mãos voltava a suar e as pernas tremerem. Não podia entrar na sala do presidente parecendo um zumbi. Botariam ela para correr dali em dois tempos.
Vinte minutos mais tarde chamaram a próxima candidata. A primeira saiu com um ar emburrado, sinal de que talvez não tivesse conseguido a vaga. Mas Morgana pensava que não era possível competir com aquelas meninas que com certeza tinham o currículo melhor que o seu.Quando Marisa chamou seu nome, Morgana achou que fosse desmaiar. Pegou a pasta que deixara sobre a poltrona e, procurando manter os passos firmes, foi em direção à porta que Marisa lhe indicara. A segunda moça saiu falando no celular e Morgana não conseguia ver seu rosto. Mas, também, o que isso importaria agora? Precisava se importar consigo mesma e mostrar que ela tem tanto potencial quanto elas. Afinal, pobreza não é derrota.
Bateu na porta, que tinha a palavra ''Presidência'' em letras douradas, e recebeu autorização para entrar. Era uma voz forte e firme que vinha de dentro. Morgana tremeu de novo, mas abriu a porta lentamente. Estaria a frente com o homem que comandava todo aquele ambiente tão requintado e elegante. O que faria se desmaiasse agora?
Entrou esperando encontrar um homem de idade, cabelos e bigodes brancos, e óculos na ponta do nariz. Grande esteriótipo. Mas ficou surpresa quando viu um homem muito elegante, aparentando menos de cinquenta anos, cabelos negros com um semblante longo, porém, bem aparado, com poucos fios grisalhos. Não usava óculos e nem tinha bigode. Tinha o rosto bem barbeado. Usava camisa social branca e um gravata cinza.
- Sente-se, por favor. - disse ele indicando sua cadeira à sua frente.
Morgana estava com medo de que ele ouvisse seu coração martelando no peito. Sentia o rosto ficar pálido e corado ao mesmo tempo. As mãos tremiam e as pernas quase dançavam um samba sozinhas. Realmente seu psicológico parecia mais um carnaval de sentimentos. Ela puxou a cadeira de madeira de lei almofadada e sentou-se lentamente. Fixou os olhos no homem à sua frente e esperou.
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Love, don't say goodbye.
Sci-fiMorgana é uma jovem comum. É boa filha, trabalhadora e, possui um sonho: apaixonar-se. Ela encontra o amor ao conhecer Luan, um rapaz de bom coração, mas que dá demasiada atenção aos comentários e opiniões alheias, sufocando dentro de si suas ideolo...