O ínicio do imprevísivel

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     Eu me lembro muito bem do barulho dos aviões, meus pais discutindo, eu indo pro meu quarto, tremor e um intenso clarão vindo de fora. Bem, meu antigo lar foi bombardeado. Mas, e se eu disser que este veio de baixo? Irei explicar.
     Uma ilha chamada de Camunnahar, uma desconhecida por muitos, pois  fazia parte do triângulo das Bermudas, porém foi desvinculado naturalmente. Foi descoberta pelos Estados Unidos e habitada por alguns estadunidenses, no qual se transformou em uma grande população, com o intuito de que, nenhum outro país obtivessem tal preciosidade.
     O acesso com o resto do mundo era totalmente restrito e dentro do mundo ninguém nos conhecia. Os EUA mandavam aviões de mantimentos. Verduras e frutas eram plantadas e colhidas na ilha. Médicos eram mandados dando ótimas oportunidades as sua famílias, principalmente apoio político. Estes, criavam aprendizes e ensinavam medicina aos estudantes que aprendiam desde muito cedo.
     Da ilha eram explorados minerais e a sua mina e ninguém sabia o que habitava em sua profundeza. Acabamos descobrindo da pior forma. Devido a uma frequência aguda emitida pelas aeronaves nazistas, fez com que as bombas subterrâneas explodissem, transformando o centro em uma profunda cratera. Após isso, o solo se transformou em uma fonte de radiação, no qual os sobreviventes sentiram a sua contaminação. Eles começaram a ficar doentes, as feridas abertas começaram a apodrecer e a atrair insetos.
     Uma população inteira devastada, contudo, sobrevivi.
      Os EUA não forneceram nenhuma ajuda, porque se algum indivíduo saísse de lá, poderia expor tudo o que o governo com muito esforço fez, para esconder-los. Sendo assim, negaram o dever de proteger o seu próprio povo.
    Não faço ideia de como sobrevivi, mas eu estava lá, de pé, tentando assimilar o que tinha acontecido. Vi os meus pais caídos no chão e fui à procura de ajuda, mas acabou que eu avistei a pior cena que eu poderia ver na minha vida. Braços para um lado, pernas pra outro, cabeças, pessoas ressecadas. Só não estava pior, pois a radiação havia transformado o sangue em vapor. Uma cena totalmente dramática e traumática para uma criança de meros 9 anos e 4 meses.
     Procurei comida, tudo o que conseguir foi ervilha em lata, banana e maçã, os recolhi e fui para perto da cratera. Apenas tive ideia que as frutas poderiam estar contaminas pela radiação, depois da primeira mordida, mesmo assim, continuei mastigando. Naquele momento, já não ligava mais pra vida. Estava a olhar a fumaça e a devastação que a bomba trouxe. Realmente não sabia o que sentir, os meus ouvidos zuniam e os meus pensamentos fugiam a mente. Ao cessar do zunido, pensei comigo mesma "O que aconteceu?", mesmo eu tendo visto tudo.
     O sol estava perto de se pôr, corri a procura de um lugar para me abrigar, mas como parte da ilha foi devastada, tive problemas para encontrá-lo. Enfim, o encontrei. Era uma casa muito grande, e estava completamente intacta, era tão desconhecida pra mim, que estranhei. Procurei por alguém, mas estava sozinha. Então fui a procura de fósforo e velas, já que a rede elétrica não estava funcionando. Acendi todas em um quarto no segundo andar da casa, dentei-me e fique olhando para a janela, e as lágrimas vieram a calhar.

Através da IlhaWhere stories live. Discover now