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Soube que seu estado piorara muito; ele sentia muita dor e tivera hemorragia. Eu não sabia onde, exatamente, era seu câncer, e nem queria saber. A doença era um assunto que não incomodava zayn, mas me deixava profundamente irritada.

Lembro até hoje do dia em que pedi a ele para não falar sobre isso, e ele riu. Uma risada tão infantil, cheia de energia. Uma energia positiva que nunca encontrei em outra pessoa.

Passei, então, a ir visitá-lo toda semana, sempre com algo diferente em mãos. Nas primeiras vezes, comprava alguns objetos, chaveiros, lembrancinhas, ou objetos estranhos que eu imaginava que ele fosse gostar. Até o dia que ele me pediu pra não fazer mais isso.

"Não compre mais nada, okay?" pediu, delicadamente. "Digo, eu gosto de como traz coisas pra mim. Mas, traga coisas achadas. Pequenas coisas, com um valor emocional ou uma história. Eu gosto de histórias."

Ele valorizava o sentimento e as histórias profundamente. Quando ia visitá-lo, além de levar coisas achadas, comecei a levar histórias também. Pequenos contos que me eram contados, ou cenas cotidianas que aconteciam comigo. Cenas cômicas, peculiares, e pensamentos meus. Ele ouvia tudo com muita calma e paciência, sempre olhando pra mim e sorrindo.

Timeless ➳ zjm {oneshort}Onde histórias criam vida. Descubra agora