Dois meses depois...
-Fred! Meu filho! Já é tão tarde. Estava a ficar preocupada.-choramingou Karen, mãe de Fred.
-Desculpa, mãe. Estava a terminar um projeto com o John. Estava um pouco difícil, mas conseguimos.
-Está bem mas já te pedi para me avisares quando te atrasas.
-Eu sei, mãe, distraí-me. Desculpa, 'tá?
-Tudo bem. Vai jantar. Tens o teu prato no micro-ondas.
Em dois meses, Fred já tinha conseguido trazer mais dinheiro para casa do que o seu pai nos últimos dois anos. Karen pensava que o dinheiro era o fruto do trabalho que Fred arranjara. Não estava enganada. Só não sabia qual era o verdadeiro trabalho. Ela pensava que o filho lavava carros.
Sr. Pattinson era resmungão, mas gostava do seu jovem empregado. Decidira dar-lhe cinco euros por cada cliente novo, mesmo que fosse um desconhecido de Fred, até porque ele não podia lá levar muita gente conhecida e aumentara o seu salário para dez euros à hora porque o café estava a render como nunca.
Fred foi à escola de manhã, como fazia durante a semana, e à tarde foi trabalhar.
-Boa tarde, Sr. Pattinson. Como está a correr o seu dia?-cumprimentou Fred.
-Bem, rapaz. Estás muito contente hoje.
-Digamos que sim. Não se importa se hoje eu sair um pouco mais cedo.
-Podes sair a partir das sete e meia.
-Sete. Por favor, Sr. Pattinson. Prometo compensar noutro dia.
-Nossa, rapaz. O que tens assim tão importante para fazer?
-Tenho de estudar. Com uma amiga.-corou Fred.
O velho sorriu.
-Estou a ver. Acho que me safo. Podes sair ás sete.
-Obrigado.
Fred foi vestir a camisola do "Café Pattinson" e depois começou a trabalhar. Ele ajudava o velho em tudo. A atender os clientes, a tratar das contas a pagar, a contabilizar os ganhos, a limpar. Tudo. Ele era um miúdo muito inteligente e trabalhador e, por isso, Sr. Pattinson gostava dele.
Chegaram as sete horas e Fred saiu do trabalho. Foi a correr até casa e avisou a mãe que era capaz de demorar. Depois arranjou o cabelo e vestiu uma t-shirt que favorecia os seus biceps, fruto de tanto esforço a arrumar o material pesado que o pai não arrumava.
Quando chegou à biblioteca da vila. Enquanto a amiga, pela qual ele tinha uma paixão desde pequeno, não chegava, ele foi ver alguns livros. A fantasia fascinava-o. Quando percorria uma prateleira, com os olhos, na estante "Fantasia, Extraordinário, Mitos" reparou num livro bastante grosso chamado "O desconhecido". Abriu uma página ao calhas e leu:
"O relógio da meia-noite é o refúgio desta espécie, quando toca a meia-noite. Ele é a única maneira de os manter sem dor quando o dia muda. Alguns "Normais" dizem que já os viram e admitem que o aspeto dos Domi-Qualemen nesse periodo da noite é bastante traumatizador. É claro que as pessoas que o dizem são desacreditadas e chamadas de malucas."
Fred fechou o livro à bruta. Afinal não era só o seu pai que acreditava nestas criaturas. E no livro parecia que elas eram mesmo reais, mas ainda assim ele não acreditava.
-Olá.-disse a rapariga.
-O quê? Hã? Ah, olá, Anne. Desculpa, estava distraído.
-Sim, parece que sim-riu Anne.
Quando terminaram de estudar, Fred tinha-se apercebido que não tinha aproveitado nenhuma das oportunidades que a amiga lhe tinha dado, para a beijar. Mas, surpreendentemente, ele não se importava. O livro "O desconhecido" estava a dar-lhe voltas à cabeça. Quando se despediu de Anne, foi até à estante onde estava o livro e levou-o. Nem se lembrou de ir dizer à bibliotecária que o levava.
Tudo bem, pessoas?
Ai está mais um capítulo. O que estão a achar? Fred ficou curioso com a nova informação sobre o fascínio do pai. O que acham que vai acontecer a seguir?
Deixem o vosso voto e comentem.
Obrigada e até ao próximo capítulo 😘
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O Caminho Para A Meia-Noite-A Revolta Da Luz
FantasíaHistória escrita em português de Portugal. Frederick é filho de Anne, uma pintora de prestígio e de Draco, um homem que se diz caçador de Domi-Qualemen. Fred acha o pai um homem preguiçoso e que diz ser o que diz para não ter de trabalhar. No ent...