"Happy Birthday, Matthew!"

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221B Baker Street.

Meia-noite.

Sherlock suspirou novamente, não sabendo como se sentir. Já era, enfim, quinze de julho, e também o tão aguardado aniversário de doze anos do seu filho. Tradicionalmente, aquela seria a hora em que os dois pais entrariam no quarto para parabenizar o garoto, mas dessa vez Watson não estava lá.  Ignorou tudo o que John tinha dito antes, e puxou o seu celular.

Nosso filho precisa de você. Não me importo com onde ou com quem está, apenas volte para casa. SH

Minha casa não é mais aí, Sherlock. Mary está no hospital com complicações na gravidez, não posso deixá-la. Não seja a rainha do drama, tenho certeza de que Matt entenderá se eu não chegar exatamente na meia-noite. JW

NOSSO filho PRECISA de você, John. Volte para Baker Street. SH

Sherlock levantou-se da sua poltrona, caminhando até a porta do quarto e empurrando-a levemente. Do outro lado dela, uma criatura cacheada estava embolada entre as cobertas, com o livro de Harry Potter e o cálice de fogo ao seu lado. Os olhos do pai caíram sobre as não-tão-pequenas mãos juntas, e sorriu ao ver os lábios rosados entreabertos do seu filho. Em outros tempos, ele e John estariam ali, brincando com o seu garoto, desejando-o um feliz aniversário e conversando de qualquer assunto que viesse na cabeça na hora. John Watson realmente mudara a vida de Sherlock Holmes, e era doloroso pensar que ele tinha ido embora dela. Sentando-se na beirada da cama, ele mexeu nos fios negros de Matthew, cuidadosamente, para não o acordar.

- Ele vai estar aqui quando acordar. Ele sempre está.

[...]

Já era tarde e Matthew estava na escola. Enquanto Sherlock tocava violino na sala, Mrs Hudson conversava com John na cozinha, arrumando a bandeja com duas xícaras de chá e um copo de leite - o que era feito apenas quando o loiro vinha visitar o filho, ou quando ele e Sherlock ainda eram casados. - A doce senhora sorria enquanto encarava Watson.

- Tenha paciência com ele. É um pai atencioso. Está bravo porque todos os anos vocês estavam juntos exatamente na meia-noite para parabenizar o seu filho, e hoje você não esteve. Isso é importante pra ele. - Ela praticamente sussurrava, olhando de relance para a porta.

- Eu sei, Mrs Hudson. Sherlock se esforça para ser um bom pai, não se pode negar isso. Mas o que eu podia fazer? Mary está tendo complicações com o bebê! Quase todos os anos que chegamos para o Matt ele está dormindo, então ele nem deve ter notado. O que importa é que eu estou aqui agora.

John não pôde continuar a falar porque eles puderam ver Sherlock entrando na cozinha, acompanhado de uma figura baixa demais para sua idade, e com os olhos azuis vivos fixados no seu outro pai: Matthew. O loiro apenas sorriu quando o viu, e levantou-se da cadeira onde estava, o abraçando e tirando os pés do filho do chão, deixando beijos no seu rosto que eram acompanhados das risadas abafadas pelo corpo do outro. Sherlock teve que virar seu rosto para conseguir continuar sendo indiferente aquela cena.

- Matt, feliz aniversário! - Ele bagunçou os cabelos do mais novo. - Sinto muito por não ter vindo antes.

- Eu sei. Mary está tendo complicações, eu entendo.

John franziu o cenho e olhou para Sherlock, que tentava conter um mínimo sorriso.

- Disse alguma coisa para ele? - Franziu o cenho de tal maneira que suas sobrancelhas quase juntavam-se.

- Nenhuma palavra. - Sherlock sorriu abertamente dessa vez.

- Okay, Matt, como você sabe que...

Our Bond - JohnlockOnde histórias criam vida. Descubra agora