My Psycho Daddy- H.S.

23* 'H' de Harry

Acordo com o sol a bater-me na cara e o meu telemóvel a tocar. Pego nele e vejo que é o Luke e que ainda é 7:55. Que ele quer a estas horas da manhã?!

Ligação on

Emily: "Sim?"

Luke: "Onde estás? Estou à tua espera à aproximadamente há 10 minutos. Já estamos atrasados!"- Porra, esqueci-me de dizer-lhe que não vou mais à escola

Emily: "Hum... Eu não vou mais à escola."

Luke: "Porquê?"

Emily: "Porque o Harry proibiu-me."- ouço ele a suspirar

Luke: "Ok, mas ao menos posso ver-te?"

Emily: "Sim. Acho que isso não é um problema."- levanto-me e vou até à janela.

Assim que o vejo, reparo que ele está a olhar para outra janela. Ah, pois! Eu não estou no meu quarto. Saio deste quarto e vou para o meu, indo até à janela.

Luke: "Eu tenho que me despachar. Tenho que ir para a escola. Cuida-te, a gente vê-se por aí."

Ligação off

Sorrio para ele, que retribui e vejo-o a virar as costas e a caminhar, desaparecendo pela rua abaixo. Olho para o céu e depois para a rua e num canto meio escondido, vejo uma pessoa de capuz preto a olhar para mim. Quem é aquele?!

Ele tira o carapuço e vejo que é apenas o Harry. Quem mais poderia ser?! Ele olha para a rua por onde o Luke tinha ido e depois para mim e de novo para a rua.

Ele entra para o seu carro e dirige por essa mesma rua. Estranho isto, mas não deve ser nada demais.

*Harry on*

Eu já devia ter decapitado aquele gajo há muito tempo atrás.

Eles estavam tão concentrados um no outro, a fazer aqueles risinhos, que nem reparam que eu estava lá, mas isso vai acabar agora.

Acelero o carro até vê-lo a entrar num beco. Estaciono na entrada e meto o meu carapuço. Caminho silenciosamente atrás dele e quando consigo aproximar-me dele, o suficiente, tiro a minha arma e miro na sua cabeça, apertando o gatilho de seguida.
Vejo o seu corpo a cair morto no chão e arrasto-o até ao carro.

Ponho o seu corpo na mala do carro e fecho-a. Olho à minha volta, para me certificar que ninguém viu nada e entro no meu carro, continuando o meu caminho.

*Emily on*

Leio só mais este parágrafo e desço para a cozinha. Estou mesmo com muita fome. Também nunca mais vi o Harry, portanto para me entreter um pouco, estive a ler um pouquinho.

Abro o frigorífico e vejo que tem arroz com panados para comer. Tão bom! Coloco o prato no microondas e enquanto espero que aquilo aqueça, levo o copo e os talheres para o sofá. Procuro algo na televisão para ver e vou de novo, para a cozinha.

Isto é tão secante estar aqui sozinha. O Harry está sempre a trabalhar. E aposto que não me deixa ter companhia de pessoas... Mas, talvez de animais, deixe. Quer dizer, os animais não fazem mal a ninguém e não são muito incomodativos, certo?!

Ouço o microondas a apitar e tiro logo a comida. Estou mesmo esfomeada.

Sento-me no sofá, mas de repente, sinto uma dor na perna. As memórias de ontem à noite, começam a invadir-me e lembro-me que ele me cortou. E, eu feita burra, não desinfetei.

Bufo irritada e levanto-me, caminhando chateada até à casa de banho. Mas a meio do caminho, nas escadas, alguém toca à campainha. Paro e reviro os olhos. Desço as poucas escadas e abro a porta, violentamente, fazendo o Ryan olhar para mim assustado.

Ryan: "Calma, mulher! O Harry está?"

Emily: "Não."- digo depois de respirar fundo

Ryan: "Hum... Ok. Xau então."

Emily: "Xau"- estava a fechar a porta, mas sinto ela a parar bruscamente e vejo o Ryan a entrar

Ryan: "Estás a sangrar da perna."- olho e vejo uma mancha de sangue- "Queres que trate disso?"

Emily: "A... A... Acho que sim."

Ryan: "Então vai-te sentar no sofá que já vou lá ter."- aceno que sim e vou para o sofá

Começo então a comer o comer que já está um pouco frio. Passado um pouco, o Ryan chega com um líquido numa garrafa e algodão. Ele mete-se de joelhos e põe a minha perna por cima da dele. Continuo a comer, mas logo dou um grito quando sinto o algodão com líquido a entrar em contacto com a minha pele, causando-me choques e dores.

Olho para a ferida e agora é que reparo que os cortes que o Harry tinha feito formam um 'H'. Mordo o meu lábio a pensar na noite de ontem, mas logo afasto esses pensamentos. Estou aqui com outra pessoa.

Ele acaba de desinfetar a minha ferida e arrumo tudo, sai da da sala. Suponho para ir pôr tudo no sítio. Dou mais umas garfadas e acabo de comer.

Entretanto, o Ryan volta e senta-se ao meu lado. Um silêncio paira no ar e apenas, estamos os dois a olhar para a televisão.

Ryan: "Então, estás melhor?"- olho para ele que está a olhar para mim

Emily: "Sim. Estou mais aliviada."- abano que sim com a cabeça e olho de novo para a televisão

Ryan: "Ainda bem."

Emily: "Posso te fazer uma pergunta?"

Ryan: "Já estás a fazer."- reviro os olhos e ouço ele a estalar os dedos- "Vou fingir que não vi isso, mas diz lá."

Emily: "Quem é o Harry?"

Ryan: "Como assim?"

Emily: "Eu não sei nada dele. Gostava de saber que tipo de pessoa ele é."

Ryan: "O Harry é apenas um dos maiores psicopatas de Beverly Hills. Ele é temido até pelos piores dos piores, mas adorado por todas as gajas. Não é qualquer uma que o consegue ter."

Emily: "No outro dia, eu testemonhei ele a incendiar duas raparigas até à morte e a olhar para elas como se tivesse prazer de ver aquilo."

Ryan: "Nunca se sabe quem são ou de onde vem."

Emily: "Mas ele perdeu algúem quando era pequeno? Ou algo relacionado com um trauma?"

Ryan: "Não, porquê?"- ele olha para mim com interrogação

Emily: "Não, é só que, normalmente, nos filmes ou nos livros, os psicopatas ou assassinos, ou pessoas que sentem prazer em magoar outras, têem traumas de infância."

Ryan: "Mas isto é a realidade. E, na realidade, não há ficção."

Emily: "Então ele faz isto por fazer?"

Ryan: "Também. Mas principalmente por poder. Sabes o poder que sentes quando está algúem nos teus pés a implorar-te para viver? Tu estás literalmente, com a vida de alguém na tua mão. Ou, o poder de tu seres temido por todos?"

Emily: "Mas assim, ele não vai ficar sozinho?"

Ryan: "Caramba, Emily. Como tu és ingénua."- ele desvia o seu olhar para a televisão- "Muitas vezes, a tua própria companhia é a única coisa que tens. Quando estás sozinha, ninguém te julga, ninguém te critica, ninguém te aponta o dedo. Uma pessoa tem que aprender a gostar da sua própria companhia. E depois, nem toda a gente tem o sonho de ter uma família e casar, e essas merdas todas."- não digo nada- "O problema dos humanos é julgarem os outros sem nem ao menos olharem por eles abaixo ou pôr-se na pele do outro, sabes?!"- ele olha para o seu relógio e levanta-se- "Mas chega de conversa! Tenho que me pôr a andar daqui para fora."- abano a cabeça que sim e vejo ele a sair