12/09
Eu odeio o fato de tudo parecer errado nesse momento e odeio o fato de me sentir inferior. Eu odeio o fato de estar sendo humilhada, machucada, por ele, o único cara de já amei.
O amor devia mesmo parecer assim? Tão cruel e tão brutal? Deveria e fazer se sentir mal e buscar desesperadamente por aprovação? Porque, por mais que eu queira negar e por mais que eu nunca tenha dito isso em voz alta, é assim que me sinto.
Deveria haver em um relacionamento toda essa desconfiança? Ameaças para que eu faça o que ele quer e pra que ele não me deixe?
Não ache que eu percebi tudo isso do nada, e sozinha. Não. Foi um processo bem longo até eu conseguir realmente pensar no que estava acontecendo. Eu sabia que ele estava quase me forçando a fazer sexo com ele e isso era errado, eu estava desconfortável. Depois, eu sabia que ele havia prometido não me bater, mas usava as palavras de forma que me manipulava e me machucava.
Quem me ajudou nisso foi Lucy e Ana. Eu precisava falar com elas e a única forma de fazer isso era na faculdade. Elas entenderam, me explicaram tudo que eu não queria ver, e por mais que eu o ame, não acho que seja recíproco. Talvez a parte dele seja mais obsessiva, por isso, preciso acabar com esse falso relacionamento, onde não há amor, e não há nada que chegue perto disso.
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14/09
Eu tentei acabar com tudo, tentei sair disso, tentei. Mas foi tudo tão violento da parte dele, como se não estivesse me escutando mais e como se eu tivesse propondo algo monstruoso.
Ele gritou, e gritou, de forma tão ruim quanto do dia que ele me bateu. A cena toda foi quase a mesma, o tapa no rosto, o empurrão e as marcas roxas do meu braço.
"Eu mato você, nem que seja a última coisa que eu faça. Termine comigo e eu mato você", foi o que ele disse, exatamente. Depois disso, houveram milhares de ofensas e antes que eu conseguisse sair dali, ele me socou o rosto.
Eu procurei alguém que pudesse de fato me ajudar, mas nem mesmo a polícia pareceu interessada no cara que espancou a namorada.
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Será que ele me ama?
Non-FictionDominique é apenas uma jovem de 18 anos que conheceu o "amor de sua vida" comemorando o dia em que se tornou "adulta". Marcelo era encantador e eles se amavam. Ou pelo menos era isso que Domi pensava. Então, ela relatou em seu diário como era viver...