Piedade é para poucos

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           Lauren's POV
Cheguei no departamento policial, (D.P), ainda não me conformando no que estava acontecendo. O que eu havia feito? Eu me sentia a pessoa mais burra do mundo. Camila era doce, ela só tinha me ajudado e eu mais uma vez estraguei tud...
- A senhora tem o direito de um telefonema e o dever de permanecer calada, se não tiver um advogado, encaminharemos um para a senhora, qualquer palavra que diga, poderá ser usada contra você no tribunal. - A voz do policial soava arrogante e autoritária.
- Quero dar meu telefonema. - sussurrei com raiva.
O homem fardado me encaminhou até um telefone e eu disquei o número de meu pai, que rapidamente atendeu.
  Ligação on
- Alô?
- Oi pai. - respondi pensando em como falar. - Você precisa vir até aqui.
- Eu não posso, Michelle! Estou na França, não na casa do lado da sua!
- Eu vou ser presa. - Fechei os olhos afastando o telefone da orelha, por saber que haveria gritos.
- QUE PORRA VOCÊ ESTÁ ME DIZENDO, LAUREN MICHELLE JAUREGUI!!! - Ele gritou tão alto, que podia imaginar sua veia saltada no pescoço.
- Mas... - ele não me deixa terminar.
- VOCÊ É MESMO UMA INCOMPETENTE! EU NÃO DEVIA TER CONFIADO EM VOCÊ, SUA VADIA MISERÁVEL!
- Porra, pai, eu sou inocente. - tento não alterar a voz perto do policial, que não tinha saído do meu lado, como se eu fosse uma assassina procurada.
- EM UMA SEMANA EU ESTAREI AÍ, SUA FILHA DE UMA PUTA, INCOMPETENTE... - Desliga e eu sinto meu rosto arder em ódio.
  Ligação off
- Vamos, tenho um lugar mais apropriado para mulheres agressivas como você.
- Eu não sou... - Ele me puxa me fazendo quase cair, para uma sela com várias mulheres, tira minha algema, me joga um saco transparente, com roupas laranjas e grita.
- Ela agrediu uma mulher indefesa!
Todas as outras mulheres põem os olhos em mim de imediato, elas tinham olheiras, algumas possuíam cabeças raspadas, senti um desconforto muito grande, ao ver que elas estavam se aproximando de mim.
- Então você gosta de bater em garotas, uh? - Uma delas se aproxima tanto, que consigo sentir seu hálito nada agradável.
- Eu não... - tento falar mas outra delas, de cabeça raspada e corpo enorme, me empurra, fazendo-me cair de joelhos.
- Regra numero um. Não. Agrida. Uma. Mulher. - Outra disse pausadamente.
Recebo um chute muito forte nas costas, me fazendo cair de bruços, arfo de dor, já com muita vontade de chorar. Tinham muitas ali. Elas iriam me matar. Sinto outro chute na costela e depois disso, outros começam a me atingir disparadamente, quando já não estava aguentando de dor, uma delas me levanta com força e segura meus braços atras das costas, começo a receber muitos murros no rosto e no estômago, sinto um gosto metálico na boca, uma dor que nunca tinha sentindo antes, minha visão começa a ficar embaçada, até se apagar totalmente.
     Camila's POV
Expliquei tudo aos meus pais, que felizmente, entenderam e me apoiaram. Tomei um banho demorado tentando deletar tudo o que acontecera da minha mente, coloquei uma roupa confortável e dormi.
Acordei com a minha mãe me chamando, dizendo que a polícia havia acabado de ligar para eu comparecer a delegacia. Suspirei tristemente, fiz minhas higienes matinais, tomando um banho gelado, coloquei uma calça jeans preta, uma blusa branca, um casaco vinho e vans, minha mãe me levou de carro, deixando-me na porta daquele lugar.
- Senhorita Camila Cabello? - assenti e o policial pediu que eu seguisse até uma sala.
- Onde está Lauren?
- Na enfermaria da delegacia, deseja vê-la antes da entrevista? - Ele disse me fazendo estremecer. Que diabos tinha acontecido com ela? Uma dor de cabeça, talvez.
- Quero. - respondi em tom baixo e ele mudou o caminho, indo até a tal enfermaria, o policial abriu a porta e disse que esperaria do lado de fora. Adentrei o quatro dela e me deparei com uma Lauren totalmente machucada e desacordada, seu rosto, que antes continha cada traço perfeito, como se tivesse sido desenhada a mão por deuses, estava inchado, com muitos cortes e roxos, suas mãos estavam pálidas.
- O-O QUE ACON-CONTECEU?! - gritei correndo até ela.
- As outras presas acabaram com ela. - A enfermeira respondeu debochada, como se estivesse gostando da situação.
- Pode me deixar sozinha com ela? - Falei não controlando as lágrimas.
- Sim, senhora, volto em quinze minutos. - assinto e ela sai.
- La-lauren? Fala comigo. - Começo a soluçar alto.
- Humm... - Ela resmunga abrindo os olhos devagar e eu me aproximo ainda mais.
- Me desculpa, Lauren, eu não queria que isso acontecesse, eu não... - ela me interrompe secamente.
- Saia daqui, sua desgraçada!
Me assusto, saio de lá sem dizer nada, dou a entrevista totalmente diferente do que tinha planejado, vou até o banco, onde guardava a minha poupança e resolvo tudo.
         Lauren's POV
Junto toda as minhas forças para falar.
- Saia daqui, sua desgraçada! - mas logo após essa frase, meu corpo todo enfraquece e minha visão apaga, eu só queria alguém comigo.
- Camila, tudo be-bem, me desculpa, eu só te-tenho você...- sussurro sem forças, mas ela já tinha saído.
Depois de um tempo, parecia estar de noite, o policial adentra o local onde eu estava.
- Pode vir, você está liberada.
- Por favor, não me leva para lá outra vez, por favor... - começo a chorar.
- Voce está liberada, sua fiança foi paga e não precisa mais ficar aqui.
Não estava acreditando, não ia precisar voltar até aquele lugar, eu estou livre! Meu Deus! Meu pai havia pago minha fiança.

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