Um mês e meio depois
Lauren's POV
Depois do ocorrido, eu só tratava a Taylor com frieza, sei que ela não tinha culpa, na verdade só existia uma culpada. Isso mesmo, eu. Não devia ter dado encima de Camila como se quisesse estupra-lá, devia ter ido com calma, com delicadeza. Lembro perfeitamente da última vez que a vi, seus cabelos ondulados nas pontas, caiam como cascata em seus ombros, seus lábios estavam rosados e a camisa social vinho lhe dava um ar autoritário. Eu não consegui parar de pensar nela e em cada traço do seu rosto. Que droga!
Estava no meu escritório e havia acabado tudo. Eram 21h10min e resolvi abrir o frigobar para tentar esquecer como minha vida estava uma merda. Estava tudo tão cansativo, fazia uma semana que meu pai não me ligava, eu me sentia sozinha e exausta. Acabei com duas garrafas de Coquetel Winston, um tipo de conhaque peculiar, muito caro, e quando me levantei, percebi que estava completamente bêbada. Eu já havia dispensado Taylor, entrei no elevador com dificuldade e quando cheguei ao térreo, percebi que não tinha possibilidade alguma de dirigir até em casa sem morrer. Resolvi ir embora a pé.
Camila's POV
Fechei a biblioteca com os outros funcionários e entrei no carro exausta, pronta para ir para casa e ter uma bela noite de sono.
Por um momento, pensei em Jauregui, quando minha cabeça não estava atolada de deveres, eu sempre pensava nela. Liguei o rádio e comecei a dirigir devagar cantando baixinho.
Virei a esquina vazia, já no quarteirão da minha casa e precisei frear bruscamente, não deixando de acertar, mesmo que não com muita força, uma pessoa que passava na rua. Meus olhos se arregalaram e eu voei para fora do carro, entrando em desespero ao ver uma mulher de bruços.
- Meu Deus! - agacho perto da mulher, virando-a de frente e me assusto ainda mais com o que vejo. - LAUREN!
A mesma resmunga algo impossível de entender e de imediato, eu sinto seu hálito de álcool.
- Lauren! Fala comigo! - Coloco a cabeça dela no meu colo, tirando o cabelo dela do rosto.
- C-Camila Cabe-bello? - ela gagueja olhando diretamente para os meus olhos.
- Vem, eu te ajudo, levante-se. - ajudo com todas as minhas forças, a mulher embriagada se levantar, e coloco ela sentada no banco do passageiro de meu carro. Fico com a respiração ofegante e dou partida no carro.
- Pa-para o-onde estamos indo? - sua voz era rouca e me subiu um arrepio pelo corpo todo.
- Para minha casa. Por que você bebeu tanto? Eu quase te matei! - falei prestando atenção, quase na rua da minha casa.
- Eu-eu estava-va co-com muita sa-saudades de voc-cê - ela continuou ignorando minha pergunta.
- Chegamos. Vem. - ajudei ela a sair do carro, entramos em casa e para minha sorte, todos estavam dormindo. - Shhhh. - coloquei o dedo na boca dela enquanto subíamos até meu quarto.
- Shhhh - ela repetiu assentindo como uma criança.
Abri a porta e coloquei ela sentada na cama.
- Você está toda suja. - me aproximo dela tirando o cabelo de seu rosto outra vez.
- Desculpa. - ela abaixa a cabeça fitando o chão.
- Tudo bem. - Fico arrependida por ter falado de forma tão rude que ela estava suja.
- N-Não! É sé-sério! Me desculpa por ter dado encima de você na biblioteca, você não merecia e... E...- Ela gaguejava e eu levantei o queixo dela com o polegar, vendo seus olhos marejados.
- Ei! Para. Ta tudo bem. Eu te desculpo. - Seus olhos estavam verde escuro devido a embriaguez, meu coração se apertou pela sinceridade da garota.
- Vem aqui. - Puxei ela pelo braço e levei até o meu banheiro. - Toma um banho enquanto eu pego alguma coisa para a gente comer e alguns remédios. - Virei as costas mas ela saiu atras de mim cambaleando.
- N-Não!
- Não?
- Não me deixa aqui sozinha. - Ela sentou no chão do banheiro e coçou os olhos, borrando sua maquiagem. Ela estava tão frágil e desprotegida.
Fui até o meu guarda-roupa, peguei demaquilante e alguns algodões. Me aproximei dela devagar, molhando um algodão e passado pelo rosto dela, ela só me encarava profundamente, prestando atenção em cada movimento meu. Fui tirando toda a maquiagem dela, até ver claramente seu rosto pálido, algumas sardinhas, sua boca rosada, seus olhos...
Me senti hipnotizada por alguns minutos, até que me levantei e coloquei a banheira para encher. Ela ficou imóvel, nem piscar ela piscava direito.
- Está tudo bem, eu estou aqui. - fechei a porta do banheiro.
- Eu não estou mais sozinha? - Ela disse e vi uma lágrima molhando sua face, meu coração se partiu em pedaços.
- Não, eu estou aqui. - Abri um sorriso triste, tirando a camiseta dela, que levantou os braços, para facilitar, novamente parecendo uma criança.
- Amanhã você vai me deixar sozinha? - mais uma lágrima, mas antes que passasse da bochecha, eu limpei.
- Não, eu vou estar com você.
Tirei a roupa dela e ela entrou na banheira com a minha ajuda. Fiz um coque frouxo em seu cabelo, entreguei o sabonete e uma esponja, ela se lavou e eu fui até meu quarto pegar minhas maiores roupas para ela, já que a noite estava fria, aproveitei e peguei para mim. Fui até o banheiro, me despi, e tomei um banho rápido de chuveiro, enquanto ela "brincava" com a espuma na banheira, me enxuguei e vesti uma calça de moletom cinza e uma camiseta branca. Peguei uma toalha e ajudei ela a sair da banheira, sem ela perceber, fitei seu corpo, enquanto a ajudava a de secar, ela era perfeita, dei as roupas para ela e ela se vestiu.
- Está com sono? - Ela assentiu. Peguei uma escova nova para ela, escovamos os dentes e nos deitamos.
- Camz...- Ela se aconchegou perto de mim como um bebê.
- Sim? - sorri com o apelido que ela me deu.
- Você vai me deixar amanhã? - senti o olhar preocupado dela e não pude deixar de sorrir.
- Não. Não vou te deixar. - ela sorriu fechando os olhos e dormimos rapidamente.
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Closer
Novela JuvenilAmor a primeira vista? O amor supera o ódio? Isso vocês terão que descobrir. Lauren Jauregui e Camila Cabello não esperam que o futuro delas está prestes a mudar drasticamente e a culpa será uma da outra!