O Segredo dos Anjos

Introdução

         

 É um desafio nos dias de hoje confiar em alguém, ninguém parece ser aquilo que é.

A maldade, o dinheiro, o egoísmo, até que ponto chegamos?;

Entre na mente de um psicopata e descubra o segredo por trás dos anjos.

 

Prólogo: A morte

        

      Eu nunca pensei que um dia alguém próximo a mim poderia morrer, parece idiotice, mas na minha cabeça era algo que só acontecia com os outros, até que um dia quando estava tranquilo em casa com os amigos, recebi a notícia que minha tia havia falecido.

      Eu tinha apenas 12 anos, era uma criança, ou pré-adolescente, isso não importa, na hora não conseguia entender bem a situação, eu pensava:

- "como assim?, minha tia sempre tão boa não pode ter morrido, tenho certeza que ela vai acordar, vai levantar!".

     Na hora não chorei, era como se os outros estivessem mentindo, era como se nada estivesse acontecendo, até que minha mãe chegou chorando muito, me abraçou e disse:

- "Júlio, eu perdi minha irmã, eu amo tanto ela, a Márcia sempre cuidou de mim, eu não posso deixa-la ir, não posso", então eu  abracei mais forte e disse:

- " Mãe, não se preocupe, eu tenho certeza que a tia Márcia vai voltar, e vai cuidar de nós dois, ela jamais nos abandonaria".
   
      Eu só percebi que aquilo tudo era verdade no dia do sepultamento, quando vi minha tia ali dentro daquele caixão, nada mais parecia fazer sentido, eu comecei a lembrar de todos os momentos com ela e de repente comecei a chorar muito, era incontrolável, minha família inteira ali sofrendo tanto, foi uma dor imensa.

      Hoje oque resta é a saudade, as lembranças e fotografias, e eu sei que essa foi a primeira vez que senti ódio também, eu estava com raiva do mundo, com ódio de Deus, eu não entendia aquilo, era muita pressão, de um lado o sofrimento da minha família e do outro a polícia investigando, eles queriam pegar o assassino de qualquer maneira.

A Investigação

        Era Novembro de 1997, minha vida estava muito bagunçada, era dor, sofrimento, preocupação, estava tudo misturado, eu não sabia onde aquilo poderia chegar, a policia era incansável na busca do assassino, lembro que meus pais e alguns vizinhos prestaram depoimentos. Na época os vizinhos comentavam que minha tia poderia ter se envolvido com algum carinha e que com certeza ele à matou, a dona Raimunda era uma das poucas que pensava diferente, um dia ela me disse:

-"Eu tenho certeza que a Márcia não tinha ninguém, se ela tinha era algo muito escondido". Logo pensei...

-"Se a dona Raimunda diz que a tia, não tinha ninguém deve ser verdade, ela sabe da vida do bairro inteiro!". Ela sabia mesmo, era uma fofoqueira de primeira, sabia de tudo da vida de todos e com detalhes.
  
       Passei noites em claro, pensando quem poderia ter feito tamanha maldade, aquilo me deixava louco, minha mãe estava desesperada, meu pai parecia sempre preocupado, minha vida jamais seria como antes.

       Eu sempre fui um bom filho, a minha tia sempre dizia que eu era o sobrinho preferido, ela sempre cuidou de mim, não tinha filhos, nunca tinha casado, e morava na nossa casa, ela era quem cuidava de tudo, sempre prestativa estava mais tempo comigo do que meus pais, ela era generosa, e também muito bonita... Tinha cabelos longos e encaracolados, olhos castanhos, pele clara e apenas 29 anos, todos diziam que ela era a irmã mais bonita, e sempre falavam que ela deveria ter seguido a carreira de modelo, outros diziam que ela tinha que constituir uma família, e ela sempre dizia que ainda não tinha achado a pessoa certa.
 
       A cada dia a policia parecia mais distante da verdade, e eu ainda mais intrigado, preocupado. O Delegado Farias que comandava as investigações disse que o assassinato parecia ter sido cometido por algum assassino em série, porque aparentemente a vítima não tinha inimigos, e também não foram encontrados vestígios de violência sexual pela perícia. Foi nesse momento que notei um leve sorriso no rosto da minha mãe, achei estranho  e  perguntei porquê ela estava sorrindo, e ela disse: