01

227 13 0
                                    

[Leia escutando: Lindsey Stirling - Take Flight (vídeo acima↑)]

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

[Leia escutando: Lindsey Stirling - Take Flight (vídeo acima↑)]

[Leia escutando: Lindsey Stirling - Take Flight (vídeo acima↑)]

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Eu estava quase conseguindo entrar. Não havia muita segurança ao redor, e eu não sabia se isso era bom ou era uma armadilha.

Dei mais alguns passos para ver melhor.

Eu estava em cima do muro principal que dividia a Velha Cultura da Nova Cultura - pelo menos era assim que meu pai chamava. Ele me dissera também que desse novo lado as pessoas queriam derrubar o muro e forçar todos a viver essa nova cultura.

Lá embaixo eu podia ver algumas casas coloridas, pessoas com roupas claras e um grande lago no centro da cidade que mais parecia um pedaço da galáxia, cintilando em cores celestiais.

Olhei de novo para o lugar de onde eu viera, árvores grandes, naves no céu, zumbidos robóticos e cores fortes, como azul escuro, marrom e vermelho, como algumas mexas do meu cabelo curto.

Desci devagar, preparada para qualquer surpresa que aparecesse no caminho. Mas elas não vieram, cheguei ao chão sem nenhum problema e me escondi atrás de um cristal gigante que nascia do chão de modo espetacular.

- Não temos tempo a perder, ajude a pegar as coisas do chão.

Observei para ver quem estava falando e tive que colocar a mão na boca para não soltar som algum.

Seu rosto era moreno e ele falava com um menino que parecia ser seu filho. Mas o que me espantou foram suas roupas, uma couraça de cobre, como a minha, e um sobretudo amarelo berrante.

Atrás dele havia mais pessoas vestidas em tons fortes e tatuagens familiares e percebi que eles tinham trocado de lado. Estavam se juntando ao inimigo.

- Traidores - sussurrei.

Observei por mais algum tempo e decidi que seria mais fácil me misturar com a cidade se eu me juntasse a eles. Dei a volta e entrei no final da fila. Escondi meu arco e flecha, de metal raro, dentro de um baú antigo e segurei a lona de uma tenda na tentativa de fingir ajuda-los, levando-a comigo.

Depois de subirmos um pequeno morro e atravessar o portão principal pude ver a água do lado, no centro dele havia uma fonte que derramava uma combinação de cores divina.

Parei por algum tempo para olha-lo. Era diferente de tudo que eu vira antes, parecia querer pedir para entrar em sua alma e limpar seu coração de qualquer tristeza.

- Lindo, não!?

Levei um susto quando escutei a voz vindo do meu lado.

Ele devia ter uma idade aproximada da minha, era magro e seu cabelo lembrava o céu, ou um sonho, com tons de azul, roxo e rosa, assim como suas roupas.

- Ah, sim, é verdade. - comentei, observando agora o garoto ao meu lado.

- O que fez você querer mudar de lado? - ele perguntou, me observando, tão sereno que se poderia mergulhar naquela paz que ele trazia.

- Hum... Eu... Eu estive pensando que é melhor ficar do lado mais forte - improvisei.

- Mais forte para quê? - ele virou a cabeça delicadamente.

- A... A guerra.

- Estou vendo - ele observou minha couraça. - Não vai precisar disso aqui. - concluiu.

- Como!? Como vamos acabar com o outro lado?

- Por que precisaríamos acabar com o outro lado?

Pensei um pouco antes de responder. Esse garoto tava de brincadeira comigo? Qual era a dele? Se fazer de santinho, ou fingir que não sabia de nada?

- Você não sabe? Que esse lado quer destruir o muro? - minha voz saiu mais irritada do que eu pretendia, mas pelo menos eu estava surrando.

- Ah! Está falando disso? Sim, nós queremos derrubar o muro, mas principalmente o muro que está aqui - ele apontou no rumo de meu coração.

Aquela afirmação me confundiu.

- Eu preciso ir. Preciso ajudar a levar isso... Ué, onde está? - olhei para meus braços e a lona havia sumido.

Ele sorriu espremendo a boca de um jeito único.

- O que você acha engraçado?

- Você estava tão interessada no lago que nem percebeu quando levaram das suas mãos.

Olhei em volta, não havia visto ninguém perto de mim além do garoto de cabelo colorido.

- Você deve estar bem cansada. Quer me acompanhar no jantar?- ele estendeu a mão para que eu segurasse.

Olhei em volta mais uma vez. Eu estava ali para descobrir seus planos e se desse sorte, matar alguém importante. Mas me vi segurando o braço do garoto mais encantador que já havia visto, em direção a um jantar.

13/01/17

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

13/01/17

A Garota Que Não Sabia SonharOnde histórias criam vida. Descubra agora