Quarta feira
10 horas da manhã.
-Hey... - A voz aguda me tira de minha concentração. Retiro o fone de ouvido e levanto o olhar para a garota parada em minha frente. Um sorriso amarelo estava em seu rosto pálido.
- Sim? - pergunto confusa.
- Oi... nossa, você é ainda mais bonita de perto. - Ela diz me analisando.
- É... obrigada. - rio sem graça.
- Os garotos da escola toda estão falando de você, os do primeiro, segundo e terceiro ano, todos. - Vejo um olhar de preocupação em seu rosto.
- Bom, eu sou a novidade não sou? Logo eles me esquecem. - Pisco gentilmente para ela.
- Eu dúvido disso, mas eu não vim dizer quem está afim de você ou não. Eu vim te convidar para a festa do meu grupo de teatro.
- Ah não, valeu. Sem festas...
- O quê? toda a escola vai estar lá, isso vai definir seu ciclo social no próximo ano. - Ela me olha como se o que eu falei tivesse sido a pior coisa do mundo. A sua atitude era um pouco rude, ela não tinha nem se apresentado.
- Eu não me importo com isso, festas nunca foram meu forte. Meu objetivo é terminar os estudos sem ser notada. - A garota arregala os olhos.
- Mas assim você não vai ter nenhum amigo, e nem vai ser parte de grupo algum. - Discutir com ela sobre quanto a busca e a pressão para formar e dividir grupos sociais escolares traziam vários problemas escolares para pessoas que não se encaixam em nenhum grupo, e quanto a pressão pra se sentir parte de algo traziam diversos problemas a adolescentes, levaria muito tempo. Então apenas concordo com sua linha de pensamento, e evitar falar qualquer coisa "fora fo comum" para ela. - Você precisa ser de algum grupo, você pretende ficar sozinha o ano todo?
- Não... mas...
- O grupo Kose é um grupo de teatro com o objetivo de espalhar amor e alegria, nós nos dividimos em grupos para cozinhar, e também temos festas, cada semana na casa de alguém. - Ela me entrega um papel verde com um endereço e hora. - Nós vamos dar uma festa hippie nessa semana, você só precisa comparecer no endereço e trazer alguma bebida.
- Huum, okay. Talvez eu apareça. - Sorrio e a garota solta um suspiro de alívio.
- Isso, legal, nós vamos adorar te receber no grupo. - Eu sou Vilde. - Ela estende a mão se apresentando.
- Kimberly. - retribuo o gesto. Ela sorri mais uma vez e então vai em direção a outras garotas. Guardo o papel em minha bolsa, observando o grupo, diferente dos cosplay do Coldplay e das Angels do Victoria Secret que vi mais cedo, elas não tinham nenhum padrão, eram todas bem diferentes. Olho no relógio e se passaram cinco minutos da minha próxima aula, chegaria atrasada de novo. Pego minha mochila e meu casaco e vou em direção a sala ou pelo menos tento, estava perdida eram tantos corredores, que me deixavam confusas. Assim que viro para subir as escadas acabo esbarrando em alguém, o que leva meus livros ao chão, por pouco não vou também mas a pessoa me segura pelo braço impedindo a queda. - Que droga, não olha por onde anda? - pergunto irritada olhando para o garoto.
- Era você quem não estava olhando. - ele arqueia uma sobrancelha rindo. - Já sei você é a "Novata" - ele diz a última palavra meio que cantado. - Todos na escola só falam de você, está famosa. - rolo os olhos.
- Logos eles me esquecem. - Digo me abaixando para pegar meus livros.
- As garotas sempre ficam de joelhos para mim, mas devo admitir que você foi superou todas no quesito rapidez. ergo a cabeça o encarando.
- Isso foi tão rude.
- É só um fato da minha vida. -Ele ri. - Que aula você tem agora?
- Norueguês.
- Que ótimo, está precisando, seu sotaque é horrível. -Isso nem mesmo eu podia contrariar, mas não podia admitir.
- Você é ridículo!
- As garotas gostam. - Ele abre os braços se gabando enquanto eu rolo os olhos.
- Imagino o quanto. - rolo os olhos. - Eu preciso ir, não foi nada bom conhecer você, e eu não iria adorar ficar aqui continuando essa conversa. Mas eu estou atrasada. Então até mais. - forço um sorriso. - O que eu espero que não aconteça. - Ele segura meu braço quando eu iria continuar subindo as escadas.
- Eu te levo. Você estava meio perdida.
- Não precisa. Obrigada.
- Não vai ser esforço algum. - Ele me olha de cima a baixo. Bufo o seguindo pelo corredor, em silêncio, ele fazia alguns comentários para garotas aleatórias que passavam no corredor, resolvo que era melhor ignorar qualquer coisa que ele falasse. Ele era lindo de boca fechada. - Aqui está. Ele para em uma porta que dizia "Almoxarifado" - ele arqueia a sobrancelha com um sorriso malicioso.
- Sério? Você é ridículo. - Me viro para deixa-lo mas novamente ele segura meu braço.
- Você é séria de mais, não tem senso de humor. Era só uma brincadeira. Aquela é sua sala. - ele aponta para o outro lado do corredor. - Mas se você quiser...
- Jesus. - Rolo os olhos deixando- o sozinho no corredor. E entro na sala.
O resto da manhã passou lentamente, e um grande tédio. Eu não entendi a maior parte do que era passado durante a aula, era tudo muito confuso e diferente da Califórnia. Quando o último sinal toca, junto as minhas coisas, a secretária ainda não tinha me entregado a chave do meu armário, então tinha que carregar o peso nas costas.
-Hey você, está aqui ainda eu estava procurando por você. - A garota loira de mais cedo surge do nada em minha frente.
- Hã... sim V...
- Vilde. - ela diz percebendo que eu esqueci seu nome.
- Isso Vilde. - Sorrio esperando que ela falasse.
- Eu só vim pegar seu número, caso ocorra alguma mudanças na festa, assim eu poderia te avisar.
- Huumm. Okay. - Digo passando meu número, eu já tinha esquecido da tal festa, não que eu fosse comparecer.
◆◆◆
Quando chego em casa chamo por Anne, mas quem responde é Liana, estranho sua voz vinda da cozinha, ela não saiu muito do quarto desde que chegamos semana passada. E deixando a situação mais estranha ainda ela estava cozinhado, normalmente na Califórnia era eu quem fazia isso, desde toda a situação.
- Você está cozinhando. - Digo, ela para de quebrar os ovos me dá uma olhada rápida e volta a atenção para o que estava fazendo. - Isso é bom.
- É... Anne estava fazendo torta para vender no festival da igreja, me senti inspirada.
- Legal, eu estava com saudades da sua comida. - Ela sorri fraco. - Eu preciso... eu preciso saber se essa é você voltando.
- Essa sou só eu fazendo um bolo Kimberly. - Ela responde indiferente.
- É mas você não faz isso em meses, achei que era um esforço.
- Você não precisa cuidar de mim o tempo todo.
- Se eu não cuidar, você o faz? - pergunto irritada.
- Kimberly eu nunca pedi pra você cuidar de mim. - abro a boca para dizer algo mas nada sai.
- Então eu não vou ter minha mãe de volta? Você vai continuar vivendo assim?
- Você já é bem grandinha pode se cuidar sozinha. - Me levanto da bancada e saio correndo subindo as escadas. As lágrimas já escorriam em meu rosto. Eu já não sabia mais o que fazer para melhorar o humor de Liana, mas aquilo tudo era muito cansativo. Ela estar pra baixo me deixava para baixo, eu já não aguentava mais ficar no mesmo espaço com Liana eu só queria minha mãe de volta.
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Kimberly é a Madison Beer
Liana é a Evangeline Lilly
e a Anne é a Maryl Streep!
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Skam - Fall in Love
FanfictionKimberly Williams nunca esperou voltar a sua cidade natal, mas também nunca esperou o grande acontecimento que levou a essa mudança. Ela teve que se adaptar, crescer, cuidar de sua mãe e dela mesma, perdendo alguns momentos essencial na vida de um a...