18-Uma escolha, uma vida

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Sábado a noite Vine foi me ver, como de costume, e me perguntou quando eu iria escolher a data do casamento

Ele disse que não via a hora de sermos marido e mulher, na verdade eu também não, e mais uma vez não tive coragem de contar a ele, às vezes tenho a impressão de que ele está correndo contra o tempo, parece que ele está com os dias contados não eu,...

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Ele disse que não via a hora de sermos marido e mulher, na verdade eu também não, e mais uma vez não tive coragem de contar a ele, às vezes tenho a impressão de que ele está correndo contra o tempo, parece que ele está com os dias contados não eu, começamos a imaginar como será quando formos por esse mundo a fora, juntos casados, pregando a palavra de Deus, salvando vidas, ganhando almas.
Eu poderia ficar conversando com ele por horas, olhado pra ele por horas, abraçada, beijando ele, eu nunca me canso de estar junto, de ouvir sua voz, eu quero que seja pra sempre, e será até o meu sempre.
Depois que ele se foi, subi,  tomei um banho e  fui dormir, quando ja estava no décimo sono comecei ouvir um som de celular, por um tempo pensei que fosse sonho, mais de repente despertei, era o meu celular que estava tocando e ja tinha umas dez chamadas, olhei e era um número não identificado, pensei em não atender mais depois resolvi atender, e pra minha surpresa era a Luísa, olhei pro relógio e eram 3:00hs da manhã.

Marcele: alô?

Luísa: .........

Marcele: alô, alô

Luísa: alô, sou eu Marcele, Luísa

Marcele: oi Luísa, ta tudo bem? onde você está?

Luísa: eu.....não sei, tô mal, não sei bem onde, acho que..... não sei, estou em um lugar cheio de pedras.

Marcele: eu acho que sei onde é, não sai daí da bom, estou indo pra í

Levantei rápido troquei de roupa, peguei a chave do carro de meu Pai e saí, essa pedreira ficava perto da ponte em uma estrada, enquanto dirigia pedia a Deus que não deixasse nada de ruim acontecer, assim que cheguei vi Luísa na ponta de uma pedra, desci até ela, estava ventando muito e caía uma leve brisa

Marcele: Luísa

Luísa: Marcele? como me achou? o que está fazendo aqui?

Marcele: eu vim ficar com você,

Luísa: an? Porque se importa, eu não valor a pena

Marcele: Vale sim, vale muito, não desista de viver

Luísa: se soubesse.....se estivesse no meu lugar não diria isso, você não tem ideia

Marcele: por mais que esteja sofrendo, não vale apenas desistir

Luísa: e o que você entende de sofrimento? logo você, a "senhora vida perfeita", bonita, inteligente, país felizes e ricos, um noivo super gato, se eu tivesse sua vida também diria isso

Marcele: isso agora, mais não foi sempre assim, um dia eu vivi amargurada, com raiva de tudo e todos,

Luísa: humm, sei, e isso porque?

Marcele: porque eu perdi um grande amigo, alguém muito especial, um dia eu estava bêbada e pedi pra esse amigo me buscar em uma festa, no momento da saída veio um carro desgovernado e avançou o sinal, Gabriel me tirou da frente do carro,

Luísa: então ele te salvou da morte?

Marcele: Gabriel fez mais do que isso, ele escolheu morrer em meu lugar, ele me salvou da morte eterna,

Luísa: como assim?

Marcele: Gabriel fez uma escolha, ele escolheu morrer pra me salvar, ele escolheu me dar uma oportunidade de conquistar a vida eterna, ele sabia que quando morresse iria pra perto de Deus, e eu, eu não

Luísa: então porque ficou revoltada?

Marcele: porque naquela época não entendi, nós muitas vezes nos revoltados com Deus e culpamos  ele por nossas dores e sofrimentos, mais não é verdade, não é assim

Luísa: como não? Me responda onde Deus estava quando eu fui abusada? Onde ele estava quando meu tio abusou de mim? Heim? Porque ele não me livrou?

Marcele: somente ele tem essas respostas

Luísa: pra você é fácil falar, sua vida não acabou, foi a minha, não importa o quanto eu beba, nem o quanto me drogue, não importa o quanto me mutile, aquelas cenas sempre voltam em minha mente, esse ódio nunca vai passar, nunca

Marcele: sua vida não acabou, você  pode ser muito feliz ainda, você pode escolher viver,

Luísa: mais eu não quero viver, não quero (grita)

Marcele: é injusto isso

Luís: não não entendo, injusto?  Como assim?

Marcele: é injusto algumas pessoas ter a vida toda pela frente e querer morrer, enquanto outras dariam tudo por nem que seja três meses a mais

Luísa: porque está falando isso?

Naquele momento vi que Luísa tinha mudado o foco, que estava dando atenção ao que falava pra ela, então aproveitei e me aproximei mais

Marcele: a uns três meses descobri o quanto tinha sido egoísta e ingrata com Deus, rejeitei seu planos pra mim, preferi os meus, achei que eram mais seguros, mais tudo isso caiu por terra quando recebi o diagnostico de câncer

Luísa: como? Você está.....com ....

Marcele: câncer, em estágio terminal,

Luísa: eu sinto muito, eu não sabia sinto muito mesmo, mais seus cabelos eles não

Marcele: caíram? É porque não aceitei passar pela quimioterapia, não aceitei passar os meses que tinha em uma cama de hospital, nada disso, decidi servir a Deus nos últimos dias, até o último suspiro

Luísa : mais então você não deveria estar aqui, nesse frio, tomando essa chuva, isso pode te matar

Marcele: eu não tenho medo de morrer, e sabe porque?

Luísa: não,  porque?

Marcele: porque eu sei pra onde vou, sei que Deus estará me esperando, sabe Luísa nesse meses eu conseguiu entender o significado da Cruz

Luísa: eu não entendo, não liga se morrer? E seu noivo?

Marcele: ele é da fé, vai sofrer mais  sei que Deus vai sustentar ele, mais......não posso deixar que você se mate, eu prefiro arriscar morrer para que viva, para que tenha a chance de receber a maior recompensa do mundo, a vida eterna,

Luísa: não sei como fazer isso, não sei se consigo

Marcele: se confiar em mim posso te ajudar

Estendi a mão pra ela, e pra minha surpresa ela me abraçou, não perdi tempo e comecei a orar por ela, suas lágrimas eram tantas que sua voz se misturavam com soluços, naquele momento tive a mais absoluta certeza, era isso o que faltava, salvar Luísa.
Depois da oração saímos da pedreira e fomos pra ponte, mais não conseguiu andar até o carro, não tinha mais forças nem pra ficar em pé, peguei meu celular e pedi pra Luísa ligar pra minha mãe, e enquanto aguardávamos ela chegar Luísa me abraçava tentando impedir que me molhasse mais, tudo passou a ficar em câmera lenta, não conseguia mais falar, não conseguia mais.....

Luísa: Marcele? acorda! acorda! Por favorrrrr

Continua.....
Olá anjos deixem seu comentário....

QUANDO DEUS ESCOLHE 2 (Concluído )Onde histórias criam vida. Descubra agora