Capítulo Dez

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Fomos para sala onde nos sentamos de frente para o outro.

-Nem sei por onde começar.

-que tal pelo começo? –disse me fazendo rir.

-bom, eu tive dois relacionamentos antes do Nathan, algo como namorico de adolescente. Quando conheci o Nathan ele era o príncipe que eu tanto esperava, me tratava super bem, era super meu amigo, compreensivo e um ótimo namorado, mas sem Deus não valia nada, o Nathan aos poucos foi deixando de ir para igreja e de príncipe se tornou sapo passou a ser ciumento, possessivo e controlador, me afastou das minhas amizades e me forçava a ficar somente onde ele estava. –dei uma pausa buscando fôlego para continuar. –Quando ele saiu de vez da igreja eu quis terminar, mas já estava envolvida demais e mesmo tentando eu estava presa a ele.

-Você quer uma água? –perguntou ao notar que estava nervosa.

-Não. –respirei fundo e continuei. –Ele me pediu uma prova de amor, disse que me amaria a vida inteira e que casaria comigo. Eu era inocente ou talvez inconsequente e por isso eu perdi minha virgindade com ele, não foi o que eu esperava depois desse dia ele passou a me maltratar, a me humilhar e a me forçar ter relações com ele mesmo sem o meu consentimento.

-Não acredito que ele fez isso. –disse com os olhos cheios de raiva.

-Eu não queria contar para os meus pais, nem para os meus pastores e por isso eu fiquei aprisionada a ele, eu não enxergava saídas para aquela situação, pois apesar de tudo eu gostava dele e isso me prendia a um relacionamento abusivo e destrutivo até que depois de varias vezes tendo relações eu engravidei.

Eu não conseguia mais falar, as lágrimas desciam como cachoeira dos meus olhos. Meu peito estava comprimido e eu quase não conseguia respirar.

-Eu engravidei e mesmo sendo um filho não desejado eu já amava aquele serzinho dentro de mim, eu escondi até os três meses que foi quando o Nathan percebeu e me levou para um clinica clandestina e ameaçou fazer algo com a Letícia e por isso eu permiti que ele tirasse nosso filho. –disse em prantos. –eu juro que eu não queria tirar aquele filho Felipe, era um menino, meu menino. –falava em soluços. –ele me obrigou e eu não iria deixar ele fazer algo a Lê ela não tinha nada a ver com os meus erros.

O Felipe me abraçou e mesmo sem dizer uma só palavras eu sabia que ele me entendia e não me julgava por tudo que eu tinha feito.

-tá tudo bem agora Amor, ele não vai mais te fazer mal. –falou me abraçando.

-eu Juro Fê, eu me arrependo de todos os erros que cometi, mas o peso desse aborto não sai das minhas costas, eu não consigo esquecer, todos os dias eu lembro e me odeio por ter deixado isso acontecer.

-Eu sei disso, sei a mulher incrível que você é e que isso é apenas uma página da sua história que tem que ficar esquecida. A bíblia não diz que Deus se esquece dos nossos erros passados?

-sim.

-Então, Ele já te perdoo seu amor é grande, incondicional e imerecido, mesmo para aqueles servos que sempre viveram dentro da palavra e cumpriam o que Deus ordenara eles não são mais dignos do que eu e você que somos errantes.

-Você não está chateado comigo não?

-Claro que não Lua, lembra quando eu te disse que não me importava com seu passado?

-Lembro.

-Pois então, o seu passado faz parte da sua história e te tornou quem você é hoje e eu amo quem você é hoje e por isso respeito seu passado.

Os Riscos de amar  VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora