Capítulo quinze

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Amiga pelo amor de Deus até quando vai continuar com essa loucura? –Marli perguntou.

-Marli, não é loucura é amor.

-Você não acha que se todas as namoradas, noivas e esposas de policiais pedissem para eles escolherem entre a profissão e o relacionamento nós não teríamos mais policiais? Isso é infantilidade sua. –disse sentando do meu lado.  – eu namoro o Julio a seis meses dois a menos que vocês e sei que não suportaria perdê-lo, mas nem por isso coloco ele na parede para que ele desista da profissão eu não tenho esse direito. –A Heloisa falou.

-Não me importa as mulheres dos outros policiais o que me importa é que eu não vou mudar de ideia, não estou sendo infantil estou querendo proteger o Felipe eu sei que ele sempre quer dar uma de super herói e quer abraçar o mundo com as mãos e por isso não mede esforços para se arriscar por ninguém. – Disse sendo sincera.

-Eu realmente não te entendo. –Helô falou.

-Quantas vezes o Julio se acidentou enquanto estão juntos?

-Nenhuma. –disse baixo.

-Então não tem como entender mesmo, eu já vi o Felipe sendo baleado três vezes fora os machucados espalhados pelo corpo e as dores de cabeça que sentia e não dizia para ninguém além de mim. Só eu sei o quanto essa profissão lhe faz mal, só eu sei o quanto sofri ao vê-lo internado naquele hospital,  ninguém pode me julgar só eu sei  os riscos que ele sofre e sinceramente eu não consigo mais lidar com isso;

Talvez realmente fosse imaturidade minha e eu tenho certeza de que se algo acontecesse ao Felipe mesmo estando separados eu sentiria da mesma forma e a dor me consumiria do mesmo modo, mas terminar com ele era a única forma que achei de fazê-lo desisti da profissão embora tivesse medo de que isso não acontecesse.

***

Sair do trabalho e fui direto para igreja era festa dos jovens e eu estava ajudando a líder com algumas coisas.  Meu coração estava nas mãos porque sabia que o Felipe estaria lá, a igreja dele foi convidada para ministrar o louvor e eu não queria me bater de frente com ele.

-Com medo de encontrar o Felipe? –Amanda me abraçou e falou no meu ouvido.

-Estou tentando esquecer seu irmão já que ele não se importa com a minha opinião. –disse séria. –Nossa! Você está linda! –disse admirando sua beleza.

-Valeu! Mas não muda de assunto.

-Me deixa ok? Eu não estou afim de remoer essa ferida.

Fui para o meu lugar e orei a Deus eu tive que sentar na frente porque o fundo estava todo ocupado e vi quando o Felipe chegou na igreja.

Estava lindo como sempre vestia uma camisa social azul claro, calça jeans escura e sapatênis. Ele me viu e ficou me encarando por minutos.

O pessoal da igreja dele ganhou a oportunidade para louvar, eu estava de olhos fechados enquanto eles louvavam e logo ouvi a voz do Felipe era bem difícil ele louvar porque tinha vergonha mesmo tendo uma voz linda. Eu abri os olhos e ele estava me encarando ele sorriu e eu retribui o sorriso era inevitável eu amava aquele idiota.   

-Fecha a boca está babando tudo. –A Letícia me cutucou.

-Que engraçado! –disse séria.
Ele terminou de louvar e o culto foi abençoado em tudo, os louvores, as danças, o teatro e principalmente a palavra que falou sobre confiança em Deus. O culto terminou e eu fui esperar do lado de fora a Letícia e seu esposo porque ia pegar a carona deles para ir para casa.

-Procurando alguém! –Aquela voz rouca soou atrás de mim e me fez arrepiar inteira, como eu odiava as sensações que ele causava em mim.
-Não. Estou esperando a Letícia e meu cunhado. –disse me virando para ele. –Como está o braço?

-pronto para outra. –disse rindo.

-Não fala isso nem de brincadeira, não sabe como é horrível te vê numa cama de hospital. –disse e sem perceber deixava escapar todo meu amor e cuidado por ele.

Ele riu e colocou uma mecha do cabelo que estava sobre o meu rosto atrás da minha orelha. Ele beijou minha testa e eu fechei os olhos.

-Eu te amo menina será que não consegue entender isso? –falou me abraçando forte e aquele cheiro dele fez todos os sentimentos dentro de mim acordarem.

-Fê por favor! –disse me soltando do abraço e percebi que éramos praticamente o centro das atenções.

-Eu andei pensando sobre o que me disse no hospital.  –disse sério.

-Mas não mudou de ideia, eu sei disso. –falei seria.

-Tenta me entender Lua, é o meu sonho, a minha profissão o que sonhei para mim a vida inteira.

-Desculpa, mas não consigo mais. Eu não quero que os meus filhos cresçam sem pai se é que conseguiríamos ter filhos, não quero incertezas a minha vida sempre foi cheia delas.

-Lua! –falou me puxando para o lado da igreja.

-Me solta Felipe! A gente não tem mais nada para conversar.

-Temos sim. –falou me puxando para ele.

Ficamos de frente um para o outro e estávamos tão pertos que nossas respirações se misturaram e então ele me beijou. Eu tentei me soltar, mas não resistia ao beijo e abraço do Felipe quando nos soltamos do beijo ofegantes.

-Que mania idiota de achar que tudo se resolve com um beijo! –disse séria enquanto ele ria de mim. –Que raiva de você Felipe! –disse lhe dando tapas e murros que pareciam ser carinhos nele que apenas ria e me encarava.  Quando cansei de bater nele ele me segurou pelos braços e me abraçou, comecei a chorar.

-Me solta! –disse baixo.

-Tem certeza?

-Eu não tenho mais certeza de nada nessa vida,  que droga! –falei com raiva e ele me soltou.

-Vai agora ou o Felipe vai te levar? –A Letícia perguntou nos encarando e rindo.

-Tchau! –falei saindo e deixando ele lá.

Cheguei em casa e me tranquei no quarto. Não conseguia parar de pensar no Felipe, não conseguia parar de lembrar da nossa discussão no hospital e do nosso reencontro na igreja, meu peito doía de saudade, mas mesmo sem entender eu sabia que estava tomando a decisão certa de colocar ele contra a parede.

Fui dormir depois de orar e tive um pesadelo com o Felipe, ele me contava no sonho que estava namorando com a Cristina e eu acordei suada e desesperada. Foi só um pesadelo, mas eu sabia que um dia poderia ser realidade, nos tínhamos terminado e embora sonhasse com o dia em que ele voltaria arrependido eu me conformava  com a ideia de que ele poderia não voltar.

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Oi Gente! O que estão achando da história? A Lua é mesmo muito dramática, mas será que ela tem razão??? Me contem nos comentários.

Os Riscos de amar  VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora