Capítulo 12

733 50 9
                                    

Chegamos na escola. Minha mãe estacionou, e entrou comigo no colégio.

O meu coração está muito acelerado só em pensar que minha mãe vai conhecer Henrique. Enquanto andamos pelo corredor eu repito para mim mesma: "Mãe, não fale besteira. Mãe, não fale besteira. Mãe, não fale besteira."

Eu estou tentando manter uma expressão tranquila, o que está sendo bem difícil. Estamos nos aproximando cada vez mais da minha sala. Eu não sei exatamente em que sala ele vai me ensinar, por isso eu tenho que olhar em todas. 

Chegamos na minha sala. A porta está fechada. Eu bato na porta, e ouço uma voz masculina dizer: "Pode Entrar." Eu abro a porta, e ali está Henrique. Ele está com uma camisa azul listrada, e uma calça jeans. O seu tênis é branco com alguns detalhes em azul. Ele está sentado em um banco com um violão no colo. Ele sorri quando me vê. Eu não consigo explicar como é bonito o sorriso dele. É apenas...Bonito.

-Oi, Henrique. Demorei muito?

-Não, Camila. Eu acabei de chegar.

-Então você é o famoso Henrique?- Minha mãe questiona. Meu Deus! Como assim "Famoso Henrique"??

-É...Acho que sim - Ele diz, e coça a nuca. Aparentemente ele está tão envergonhado quanto eu.

-Eu já gosto de você rapaz. Eu soube que você ajudou o Ryan, o outro garoto que Camila só fala, mas não me apresenta. Mas não ache que só porque eu gosto de você que você tem o direito de magoar a minha filha.

-Mãe...

-Pode ficar tranquila. Eu não vou magoar a sua filha - Henrique diz, e sorri para mim.

Continua que eu estou gostando.

-Ótimo. Agora eu tenho que ir. Boa aula filha - Minha mãe diz, e sai da sala.

-É... Me desculpe por minha mãe... Ela age assim desde... que... o meu pai se foi - Pensar em meu pai me deu vontade de chorar, mas eu não vou chorar, não na frente de Henrique.

-Tudo bem, Camila. A sua mãe só se preocupa com você - Ele puxa um banco para a frente dele - Sente aqui. Vamos começar a aula.

Ele me mostrou alguma notas, e eu repeti. Eu já sabia essas notas iniciais, por isso eu fui bem. 

Agora ele está me mostrando no violão dele uma nota que o meu pai não me ensinou. Eu tentei, mas saiu horrível. 

-É assim que se faz - Ele repetiu a nota no violão dele, e eu novamente tentei. Saiu melhorzinho, mas ainda continuava ruim.

-Você não está segurando certo - Ele levanta e vai para trás de mim - Se você não apertar bastante as cordas, o som não vai sair legal - Ele pega na minha mão esquerda, e posiciona o meus dedos - Eu sei que dói, mas com o tempo você se acostuma, e os seus dedos não vão doer mais - Ele pressiona os meus dedos, para que eu aperte bastante as cordas. Meus dedos já estão vermelhos de tanto apertar - Agora toque.

Eu toco, e o som sai bem melhor. Eu consigo sentir ele sorrindo. A mão dele ainda está em cima da minha. 

-Está muito melhor - Eu me arrepio toda quando ele fala. Ele está tão próximo - O segredo é apertar as cordas. Tente mais uma vez.

Eu não consigo falar nada. O nervosismo tomou conta de mim. Eu sei que se eu tentar falar alguma coisa ele vai perceber como eu fico quando ele está tão perto. Eu não quero que ele solte a minha mão nunca mais.

-Acho que você já aprendeu - Ele tira a mão da minha, e volta para o banco.

O resto da aula foi normal. Não teve mais nenhum contato, apenas ele no banco dele, e eu no meu. 

O Aluno NovoOnde histórias criam vida. Descubra agora