Capítulo 6. - Salve-os!

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Rigel.
   As coisas aqui na Void estão rumando para um conflito iminente contra a Elite. Depois do último bombardeio e o anúncio feito pelo guarda da Elite quando fomos resgatar os sobreviventes na hidrelétrica, toda uma preocupação está tomando conta das pessoas que estão de frente, que no caso, se resume a Agatha, Marco, Soha e eu. Temos apenas um esquadrão principal, além dos líderes, Arthur, Catarine, Filipe, Sandra, Simon e Túlio estão envolvidos também. Estamos tentando patrulhar áreas de resistência contra a Elite. Mesmo depois de tanto tempo que se passou desde a Grande Guerra, há boatos sobre focos de resistência. Se é verdade ou não, só saberemos quando chegarmos as áreas. Estou indo à sala de operações. Tenho que conversar com Marco sobre as missões de alianças com esses focos.
   - Marco? - Chego na sala, não há muito aqui, apenas mapas, alguns equipamentos de rastreamento que conseguimos saquear, umas mesas e cadeiras, e mais papeladas. 
   - Estava te esperando Rigel. - Marco pega um dos mapas globais e se senta em uma das cadeiras. - Se há focos de resistência, onde você acha que estão?
   - Ao Sudeste de nossa localização. - Me aproximo e começo a vasculhar o mapa. - O que você acha? Muito arriscado?
   - Sair pela superfície sem ao menos saber o que tem no nosso caminho? Me parece um burrice. - Ele da uma pausa. - Se bem que, ficar aqui em baixo e esperar a Elite exterminar a gente, é mais burrice ainda.
   - Exato. - Olho para a localização do possível foco. - Tenho permissão para ir?
   - Junte seu esquadrão. - Marco se levanta e procura por algo em meio aos entulhos da sala.

   - Catarine ainda está se recuperando, mas vou reuní-los o mais rápido possível. 
   - Tome, leve isso. - Ele retira uma arma, diferente de todas que já tinha visto, tamanho médio, cor toda branca, com um cilindro acoplado embaixo da mira, no cilindro há uma espécie de substância azul, mas não é exatamente um líquido. - É uma da Elite. 
   - E que gatilho diferente é esse? - São dois, alternáveis por uma trava de segurança. 

   - Não toque. - Ele ri. - Ao menos que queira explodir essa sala e matar nós dois. É uma arma quântica. O 2° gatilho libera partículas que se propagam pelo ar. Uma exposição a elas e você já era. Simplesmente dissolvem tudo o que encostam. 

   - E onde você conseguiu isso? - Aprecio a arma. 
   - Roubei de um dos guardas. - Marco se senta novamente. - Temos apenas 5. Tome cuidado com essa belezinha. 
   - Vou reunir o esquadrão. 

   - Rigel, tome cuidado. - Ele olha nos meus olhos. - Não sabemos o que está além da Área já reconhecida. 
   Afirmo, balançando a cabeça. Marco tem razão. Não sabemos o que há lá fora além de toda a área vista. Vamos precisar de toda a atenção e cuidado possível. Saio da sala, vou em direção a sala de armamentos. Passo a mensagem de reunião a todos do esquadrão, exceto Catarine, pelos pontos de comunicação. Eles chegam rápido, esperam por ordens. 
   - Peguem seus equipamentos. Vamos ao Sudeste, há uma possibilidade de encontrarmos um foco de resistência à Elite. - Olho para todos. - Precisaremos de toda a ajuda possível para essa Guerra que está por vir. 
   Eles pegam seus equipamentos, trabalhamos juntos desde que chegamos aqui na Void. Fugimos do ataque ao Noroeste juntos. Cada um cuidou do outro como se fossemos uma família. Passamos várias dificuldades, mas conseguimos chegar a Void. 
   Caminhamos em sintonia até o portão que da acesso à superfície, paramos um pouco antes. 
   - É uma missão das mais difíceis. Precisaremos tomar cuidado a cada passo quando sairmos da cidade. - Talvez não voltemos, mas descarto essa ideia. - Não se precipitem, devemos chegar no local ao anoitecer. 
   Abro o portão. Está amanhecendo. Os primeiros raios solares enaltecem a cidade abandonada. Penso como era antes dessa Grande Guerra. Na verdade, não sei o que pensar. Tudo o que vivemos, foi miséria e desigualdade social. Não há guardas a essa hora. A Void estará segura com Marco e sua equipe. Começamos a caminhar. Será uma longa caminhada, mas nada que não possamos suportar. 
   Passamos a maior parte do tempo andando e tomando cuidado ao nosso redor. Avistamos cenários de destruição indescritíveis. Chegamos perto do limite da Cidade. Há em torno de 10 guardas fazendo a segurança do local.
   - Túlio, Sandra, pela direita. Arthur, fique comigo. 
   Nos posicionamos atrás de destroços de um prédio antigo, derrubado pelo conflito. 
   - Flanco direito aberto, e em posição para atirar. - Sandra comunica.
   - Cobertura alerta e aguardando ordem. - Arthur se encontra ao meu lado.
   - Atirem! - Saco minha arma, deixo para usar a arma que Marco me deu para mais tarde. 
   Os guardas nem estão se dando conta do que está atingindo-os. Antes que possam perceber, estão todos mortos. 
   - Não deu nem pra se divertir! - Arthur brinca.
   - Felizmente, não deu mesmo. - Túlio recolhe a arma.
   - Vamos. - Temos muito que andar ainda.
   O Sol já se encontra com o horizonte, uma mistura de cor de pêssego e um laranja suave toma conta do céu, em meio as poucas nuvens que ainda restam. Avistamos algo mais à frente. Disparos cruzam o céu como se fossem estrelas decaindo. 
   - Acho que encontramos o foco de resistência. - Sandra usa o seu binóculo. - Vamos.
   Nos aproximamos com cuidado. As formas, antes indefinidas, tomam um aspecto de casas e prédios sólidos. Vamos até o edifício mais próximo, é um prédio de 3 andares, por vista, abandonado.
   - Vamos subir, precisamos de uma vista mais abrangente. - Talvez dê para localizar os combatentes.
   Subimos a escadaria. O prédio aparenta estar abandonado, como previmos. Achamos uma escada que da acesso à cobertura. Nos posicionamos de uma maneira que temos visão total do horizonte em 360° graus. 
   - Olha! - Sandra aponta para frente. - Estão ali.
   - E estão sendo cercados! - Pego meu binóculo. Consigo ver 7 guardas indo pela rua lateral ao prédio em que estamos. Outros 5 estão indo pelo lado contrário. Um grupo de sobreviventes correm por entre as ruas mais a frente. - Em posição! Temos alvos em ambos os lados. 
   Preparamos as armas de tiro a distância, Arthur e eu abatemos 3 dos 5 guardas que estavam indo em direção ao grupo, enquanto Sandra e Túlio abatem os 7. Os sobreviventes que antes estavam fugindo, se viram e abatem os 2 últimos guardas.
   - Estamos com vocês! - Grito.
   Descemos as escadas e rumamos em direção ao grupo. Eles estão armados com pistolas. São em 3 pessoas. 2 meninas e 1 menino. Aparentam ter uma idade entre 15 e 17 anos. 
   - Fiquem calmos, estamos com vocês. Viemos da Void. - Sandra abaixa a arma, fazemos o mesmo.
   - Obrigado. Os guardas estão vindo do norte. Precisamos de reforços. - A menina que aparenta ser mais velha, fala. Nesse momento, vejo um clarão cruzar o céu e cair a uma distância de 2 quilômetros de onde estamos, em seguida, uma explosão se forma.

Rebellion - 1° Ato #CPOWOnde histórias criam vida. Descubra agora