Chapter Three

73 3 2
                                    

O vento batia em meus cabelos negros. Eu estava passeando com minha pequena prima de dois anos pela floresta,que estava com as árvores sem folhas verde,pois era verão,e o sol estava muito quente e a chuva demorava para aparecer.
- Je,onde vamos ? - A voz doce da pequena me chamou a atenção.
- Estamos indo para onde o vento nos levar. - Sorri e uma gargalhada gostosa saiu de sua boquinha.
- Jennie, o que é aquilo ? - O momento prazeroso se acabou quando Luna apontou para as árvores. Tentei ver o que era mas a tentativa falhou.
Peguei a menina no colo e corri para a casa de alguém próximo,ali todos se conheciam. Deixei ela com uma pessoa de confiança e voltei correndo para o lugar. Novamente vi a movimentação entre os galhos secos. Peguei algumas pedras que estavam no chão. Segui o caminho jogando as pedras para quando voltasse,não perdesse o caminho. Me guiava entre o barulho dos galhos sendo quebrados. Depois de tanto andar encontrei uma casa,e lá estava Kook,com uma serra elétrica na mão e sua máscara ensanguentada.
- Matou quem hoje ? - Perguntei com ironia e o mesmo apontou para o corpo - que estava sem cabeça -. Era uma das piores cenas que todo ser humano normal iria se assustar ao ver. Mas eu apenas encarava aquilo rindo,já estava acostumada a ver isso.
- Quem é esse ? - Subi a pequena escadinha e sentei ao seu lado.
- O dono da casa. - Respondeu na maior tranquilidade do mundo.
- Quando você vai me mostrar seu verdadeiro rosto ? - Passei a mão na parte ensanguentada limpando o sangue.
- Na hora certa,tenha paciência. - Tirou minha mão que estava vagando em sua máscara. - Agora volte. - Ordenou.
Antes de partir,dei um beijo nele e sai correndo de lá. Sem ver aonde estava pisando,eu cai,só que foi em um buraco,muito profundo.
Levantei de uma vez da cama,com a respiração falha e o coração acelerado. Olhei para a janela e eu estava em casa. Foi tudo um sonho? Não,foi real,eu tenho certeza. Eu toquei nele,senti sua máscara. Como tudo pode ser mentira ? Abri a janela e o vento frio de Seul bateu contra a minha pele pálida. Uma lágrima desceu.
- Não fique triste,aquilo foi uma lembrança. - Senti grandes mãos em meus ombros.
- Lembrança?- Estava tão confusa com tudo que estava acontecendo.
- Sim,lembrança da casa para nós vamos depois de toda a verdade ser descoberta. - Foram as ultimas palavras que Kook disse antes de partir e me deixar sozinha.
- Verdade ? - Perguntei a mim mesma.
Tudo estava confuso em minha cabeça,não conseguia mais decifrar cada acontecimento em minha vida. Não quero parar no mesmo lugar que o Suga. Eu sei o quanto ele sofreu lá. Um banho iria resolver isto. Me despi e entrei diretamente de baixo do chuveiro. Deixei que molhasse meu cabelo. E que tirasse,cada pensamento louco que eu tinha.
- Jennie,venha almoçar. - Ordenou minha mãe.
Com certeza ela já estava a algum tempo me chamando.
- Mãe já estou indo.
- Você já passou bastante tempo aí.
Bufei e coloquei a toalha em volta do meu corpo,sai do banheiro e a mulher me olhava com um olhar matador. O silêncio se estalou naquele quarto depois que a mãe saiu de lá. Apenas só tinha eu e a solidão,como sempre foi.
--------/-----/
As horas passaram tão rápido. Já era noite e eu basicamente só tinha almoçado. Essa noite só ia ser mais uma pra lista: noites de solidão da Jennie. Eu estava me sentindo tão diferente. Um ódio,tristeza eles vivam dentro de mim desde dos meus onze anos. Antigamente minhas amigas viviam perto de mim,mas hoje em dia,elas sumiram.
- Jennie,abre essa porta. Tem visita pra você. - Ordenou minha mãe,que agora eu a chamaria pelo seu nome.
Levantei rapidamente da minha cama,meus cabelos estavam bagunçados e com certeza meu rosto estava inchado.
- Quem diabos está a...- Parei na metade da escada e vi Park Jimin sentando no sofá.
O garoto se levantou com rapidez do sofá. Ajeitei o vestido que eu estava vestindo e deixei meu cabelo bagunçado,não importa se um garoto bonito está parado na sala da minha casa olhando para mim.
- Eu vim te pedir desculpas por aquele dia. Minha irmã errou muito com você,e vamos dizer que ela mereceu essa surra. - Sorriu levemente para mim. O sorriso desse menino me enlouquece.
- Também te peço desculpas pelo que eu fiz com a Hyuna. - Devolvi um sorriso meigo ao rapaz.
- Eu quero te mostrar que realmente estou arrependido,então vim perguntar se quer ir comigo para a casa de campo dos meus pais ? Vai ser nessa sexta. - Parece que meu coração estava quase saindo pelo boca,não acredito que Park Jimin quer me levar para uma casa de campo.
- Claro que eu quero ir. Só tem que perguntar a minha mãe. - Assim que falei ouvi um grito da cozinha,minha mama estava dizendo sim. - Mas e as aulas dessa sexta ? - Estou preocupada com isso,já estamos em novembro e eu não estou indo muito as aulas.
- A gente não vai,mesmo você faltando as aulas suas notas são ótimas. Depois a gente vê isso. Voltamos na segunda a tarde,a não ser que tenha um imprevisto. - Senti um tom de malícia nas suas últimas palavras. Apenas dei de ombros. - Te pego as oito da manhã. - Deu um beijo em minha bochecha,o que me fez corar. - Tchau.
Subi correndo para o meu quarto,mau podia esperar por amanhã. Meu coração estava tão acelerado que cheguei a pensar que ele iria pular pela minha boca. Nunca pensei que esse dia chegaria. Eu realmente sinto amor por ele. Sou uma das garotas mais sortudas.
- Jennie,não vá. - A voz que eu conheço bem saiu da escuridão do meu quarto.
- Por que não posso ir Kook? Essa é uma chance entre eu e Jimin.
- Je,ele vai fazer mal a você,eu não vou está lá para defendê-la. - Sentou-se ao meu lado.
- Sério ? - Levantei de uma vez da cama jogando o travesseiro no chão. - Você brotou do nada nos meus sonhos e deixou minha mente confusa. Jeon Jungkook não existe,apenas foi fruto da minha mente infantil. Você matou pessoas na minha frente,me fez matar meu ex padrasto. Jeon Jungkook ME TORNOU UM MONSTRO. - As lágrimas escapavam de meus olhos,ouvi um soluço vindo do rapaz.
- POIS ACREDITE,EU EXISTO,SÓ VOCÊ NÃO VER ISSO. NÃO ME ESPERE QUANDO VOCÊ ESTIVER EM UM MANICÔMIO. - Ele se levantou e ficou na minha frente gritando em meu rosto. - Não me espere quando estiver chorando, não espere mais meus abraços. Não espere mais seu melhor amigo,Jennie. Talvez eu não vou está ao seu lado quando você quiser se matar novamente. - As palavras frias de Kook me fizeram chorar mais ainda. Não esperava que isso acontecesse.
O garoto sumiu nas sombras escuras do meu quarto. Limpei as lágrimas que teimavam em cair. Não adianta,eu já estava um caco por dentro. Me joguei na cama e aprofundei meu rosto em meu travesseiro. Por que ele não pode ser real ? Por que eu não posso amá-lo ? Por que eu disse aquilo para ele ?

Best imaginary friend [Hiatus] Onde histórias criam vida. Descubra agora