Estaria mentindo se dissesse que não estou desesperada. Em muitos lugares no passado, ou numa dimensão paralela, o aniversário de 15 anos de uma garota é incrível, festa, emoções, vestidos... não que eu seja assim, mas aqui, é só um ano para se preparar para a morte.Não falo só das garotas, todos os jovens de 15 anos, começam a ficar em alerta.
Eu digo que estou exagerando, só tem perigo real quem nasce em anos com o final em 1, 2 e 3. E 16 anos depois de um ano com o final em 2, os ANDRONS-PECS aparecem. Aparecem e massacram todos os adolescentes de 15 a 17 anos, matando todos em seu caminho.
Ninguém sabe porque eles aparecem nesses momentos, e porque seus alvos são adolescentes.
Eu nasci num ano 2, como costumamos falar. O mais perigoso para aqueles que acreditam na existência de uma "profecia", acha que o escolhido nasceu em um ano 2 e que os ANDRON-PECS não sabem distinguir muito bem a idade, por isso a precaução dos anos 1 e 3.
Eu não acredito, mas daqui à um ano e meio é a invasão, e eu completo 16. Muitas pessoas já me confundiram junto com mais um monte de pessoas como aquele que irá vencer os que nos ataca. E eu sou confundida com essa "pessoa" porque eu nasci em um ano 2, que na profecia, é o ano em que o escolhido nasceu. Mas eu acho isso uma besteira
Existe vários centros de treinamento, onde nos preparamos para a defesa. E em todos esses lugares, só tem um ensinamento em comum: "Se virem um ANDRON-PEC, corra."
E é o que fazemos, corremos e nos escondemos. Sempre foi assim, pelo menos, desde que esses malditos robôs invadiram Avonarat.
Eu não quero ir para a guerra, se eu pudesse fugir, eu fugiria. Mas para onde? Com quem? Sozinha é que eu não vou!
Se eu morrer, eu deixarei para trás, tudo que eu mais amo: minha família e meus amigos.... Quem eu quero enganar? Eles vão sentir minha falta, pois eu estarei morta, como muitos que vieram e que irão, antes e depois de mim.
Só de pensar nisso, eu sinto um aperto no peito. Não estou pronta para morrer, nenhum de nós está. Somos jovens, não alvos. Mas são tantas perguntas, e todas elas começam com um "Por que"...
Não basta querer a resposta, tem que buscá-la. Minha mãe sempre me diz: "Ana, você não vai a lugar nenhum se não agir!". E é o que e pretendo fazer. Vou dar um jeito de me manter, e manter minha família a salvo desse ataque. Não importa o que eu fizer, farei por elas, minha mãe e minha irmã. Eu não seria capaz de perder mais alguém da minha família. Não aqui. Não agora.
Hoje é domingo, significa que amanhã tem aula. E eu, como sempre, deixei para fazer a redação de literatura para a última hora. Não que eu não goste de escrever, mas o tema que me deram, é como abrir a ferida do meu coração. Eu ainda não estou preparada para falar disso, mesmo que faça 8 anos que isso aconteceu, mesmo que todo mundo saiba! Eu não estou pronta.
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ANDRONS
Science FictionE se seu mundo fosse invadido por robôs destrutivo, que aniquilam todos que passam em seu caminho? E que jovens de 15, 16 e 17, são seus alvos? Como você sairia dessa situação? Fugiria? Lutava até a morte? São tantas perguntas sem respostas... que...