Já tinha se passado três dias desde o começo das aulas, faz três dias que eu descobri que fui selecionada para o Programa de Treinamento Estatal, e dois dias que eu descobri que perdemos tudo que tinha, dois dias que eu e a Cassie voltamos a ser amigas. Mas nesse dia, em especial, eu amanheci com um sorriso bobo no rosto. Se me perguntasse, eu não saberia dizer o porquê desse sorriso, somente responderia: "Ele decidiu aparecer".
Decido cessar com meu momento de reflexão, quando ouço o despertador tocando, dizendo que a primeira quinta-feira letiva estava prestes a começar. Levanto-me e me arrumo rápido. Pego minhas coisas e desço para a cozinha, minha mãe já estava lá fazendo o café da manhã, enquanto minha irmã dormia em seu quarto. Dei um "oi" e avisei que ia à casa do Jay, e lá estava eu, indo na casa do lado tomar café da manhã com meu melhor amigo.
– Bom dia tia Vick. – Falei entrando no cômodo. – O Jay já acordou?
– Não, mas pode ir acordar ele se quiser.
Subi para seu quarto pulando e cantarolando. Caralho! Como eu estou feliz! Porque eu estou feliz? Nem ligo! Entrei no quarto, nem dando o trabalho de bater na porta, e abri a cortina, como se aquele quarto não visse o sol a décadas – é capaz do quarto não ver o sol a décadas mesmo.
– Bom dia flor do dia! Há quanto tempo eu não te via!
– Ana, – disse em Jay sonolento erguendo a cabeça em minha direção – como você acordou tão cedo assim? E porque está tão feliz?
– Tenho um bom pressentimento. – A verdade é que nem eu sei por que eu estou feliz, simplesmente estou. – Se veste logo que eu estou lá em baixo te esperando.
Sai do quarto e fui para a cozinha da casa. A tia Vick estava mexendo no celular enquanto esperava alguma coisa ficar pronta, me deitei no sofá e fiquei, também, mexendo no celular. Dei uma olhada nas minhas redes, desisti quando vi que não tinha nada de bom, tipo, dois segundos depois; hackiei o sistema do governo para procurar um livro bom. E não é que eu achei! O Diário de Anne Frank. Esse sim que é um livro velho!
Estava em uma leitura tranquila, quando a imagem da tela do meu celular começa a deformar, chiar, e ficou de repente preta.
– Merda! – Joguei meu celular no chão, por que começou a queimar a minha mão – Droga!
– O que foi Ana? – Jay perguntou aparecendo na sala – Quebrou a unha?
– Não. Só quebrei meu celular mesmo. – Falei juntando os pedaços do que um dia foi meu celular. – Vou ter que montar outro.
– Já comeu? – Perguntou me ajudando a catar o resto dos pedaços.
– Não, mas bora comer que eu estou com fome! – Falei jogando os restos mortais do meu celular no lixo-TEC da casa e guardando o nano-chip e o cartão SD no bolso.
Depois que comemos, passamos na minha casa, para eu pegar em celular reserva que eu tinha e, finalmente, fomos para a escola. No caminho começamos a falar coisas aleatórias, tipo, como seria o mundo se os Andron-PECS não tivessem invadido a Terra. Eu disse que estaríamos tentando sobreviver a XX Guerra Mundial, Ou não existiríamos mais. Mas sempre tem os iludidos.
– Eu acho Ana, viveríamos no arco-íris junto com gatinhos fofinhos e unicórnios coloridos – Disse saltitando que nem uma garotinha de seis anos apaixonada por unicórnios.
– Junto com fadas? – Ironizei revirando os olhos.
– SIM! – Falou animado – E junto com aquelas coisas fofinhas...
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ANDRONS
Science FictionE se seu mundo fosse invadido por robôs destrutivo, que aniquilam todos que passam em seu caminho? E que jovens de 15, 16 e 17, são seus alvos? Como você sairia dessa situação? Fugiria? Lutava até a morte? São tantas perguntas sem respostas... que...