Mallory
— Quem é você?
— Não, querida! A pergunta correcta é: 'Quem são vocês?' – Diz o homem à minha frente, acendendo a luz, revelando outro indivíduo sentado no meu sofá creme.
O meu próximo instinto foi avaliar o espaço onde estava, eu já conhecia a minha casa, como seria de esperar, só tentava procurar algum objecto com que me pudesse defender, mas seria impossível, não tinha nada perto de mim a não ser um candeeiro, mas o que um candeeiro podia fazer contra dois homens?!
— Querida nem pense nisso. – disse o homem, com uma pistola na mão. – Nós só precisamos da sua ajuda. – diz, apontando com a cabeça para o indivíduo sentado no meu sofá.
Ao seguir o seu olhar vejo que ele tinha a sua t-shirt coberta de sangue, apertei mais a toalha ao meu corpo, não estava a gostar muito dos olhares do indivíduo da pistola.
— Querida, vai demorar muito? – sempre que me chama de querida fico arrepiada com o seu tom de maldade.
— Mas como é que eu posso ajudá-lo?! – falo pela primeira vez nesta situação.
— Nós sabemos que trabalha no hospital. – Aquela afirmação apanhou-me de surpresa. Como é que eles saberiam tal coisa?!
— Okay – disse dando um passo em direcção ao meu quarto, com o intuito de ir buscar o estojo de primeiros socorros que guardava na casa-de-banho.
— Onde pensa que vai? – disse o individuo de pistola na mão.
— Vou buscar o estojo de primeiros socorros e vestir algo.
— Eu acho que está bem assim. – Disse aproximando-se de mim, lentamente, mas com a arma apontada.
— Deixa-a ir! – Afirmou o homem que estava no meu sofá.
Segui de imediato para o meu quarto, encostei a porta e comecei a procurar a minha mala, para poder pegar no meu telemóvel e chamar a polícia. O problema é que eu não a encontrava em lado nenhum, comecei a desesperar e a pensar no pior. Acalmei-me, vesti-me e fui à casa-de-banho buscar o kit de primeiros socorros, que estava no móvel debaixo do lavatório. Depois tirei a toalha da cabeça e quando fui à gaveta com a intenção de ir buscar a escova do cabelo, reparei na minha lima e ao ver a ponta afiada, pensei que se acontecesse alguma coisa, podia usar aquilo para me defender, sabendo que poderia não ter muitas hipóteses e escondi-a debaixo da manga da camisola, prendendo-a com um elástico.
Assim que saí do meu quarto com o estojo de primeiros socorros dirigi-me ao homem que estava no meu sofá, ignorando o outro, agora o meu foco estava no homem de t-shirt branca, que não era mais branca. Ao tirar o pano em que ele pressionava o ferimento, verifiquei que tinha um ferimento de bala, no ombro esquerdo, que tinha entrado e saído.
— É melhor tirar a sua camisola, para eu poder tratá-lo melhor.
E após o pedido, ele tirou a sua camisola, com alguma dificuldade, pousando-a no sofá. Ao tocar na sua pele, para ver melhor o seu ferimento, sentia-a quente e macia. Observei as tatuagens que tinha espalhadas no seu tronco, uma mesmo em cima do coração, outra nas costelas do lado esquerdo e outra, não a conseguia ver por completo porque estava tapada pelas calças.
Depois de estancar a hemorragia, suturei e coloquei uma gaze por cima e prendi-a com adesivo.
— Aconselho-o a estar de olho nesse ferimento durante os próximos dias ou ir mesmo às urgências caso crie uma infecção.
— Obrigada pela tua ajuda e desculpa por tudo isto. – diz-me ele a olhar-me directamente para os olhos e consegui perceber que ele dizia a verdade, consegui sentir a sinceridade através do seu olhar.
Ajudei-o a vestir a sua t-shirt manchada com o seu sangue. Assim que ele se levantou reparei na mancha de sangue que tinha ficado no meu sofá e não consegui desviar o olhar. O que me aconteceria agora? Será que o homem que estava armado ao canto da minha sala me iria fazer alguma coisa? Fiquei ali sentada, no meu sofá manchado de sangue, sem saber o que iria acontecer agora que eu os tinha ajudado.
— Vamos embora. – disse o homem que eu tinha acabado de tratar o ferimento.
— Espera um bocadinho, não temos pressa. – disse o outro com a arma na mão, enquanto caminhava na minha direcção. – Querida sabes que não deves contar isto a ninguém, não é? – assim que começou a falar passava a sua arma pela minha cara, muito lentamente.
— Vamos embora, agora! – disse o outro levantando um pouco a voz.
E da mesma forma que entraram eles saíram, pela minha janela que dava acesso às escadas de incêndio. Minutos depois sentia a minha cara a ficar molhada, eram as minhas lágrimas que desciam sem eu as conseguir controlar. Assim que saí do meu estado de choque, corri para fechar a janela e, de seguida, corri para o meu quarto e tranquei a porta.
* * *Espero que tenham gostado! Deixem as vossas opiniões, elas são importantes para mim.
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No Mundo Da Máfia [Em Breve]
Lãng mạnMallory estava no seu último ano de internato, de medicina. Vivia na bela cidade de Chicago. Ela esperava que este seu último ano corresse bem calmo, em termos da sua vida pessoal, porque nas urgências, o dia nunca era calmo. Já tinha decido onde qu...