Capítulo I

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Mallory


- Bom dia, Mary! - disse ao entrar nas urgências, Mary era a pessoa que ficava sempre no balcão para receber as pessoas.

- Bom dia, Llory! Prepara-te que houve um acidente com 3 carros envolvidos e 7 feridos.

Depois de Mary dizer-me sobre o acidente apressei-me para a sala onde colocavamos os nossos pertences, e ao chegar lá pus a farda do hospital, para começar o meu trabalho. Ao sair da sala comecei a ver todos os enfermeiros a correr de um lado para o outro, o que queria dizer os feridos já tinham chegado. Fui a correr ter com a chefe das urgências, Anne, para destacar a pessoa que eu iria tratar.

Ao designar-me o paciente dirigi-me a cama onde ele estava, era um a mulher com 42 anos, vi ao dar uma vista de olhos na sua ficha.

- Bom dia, sou a Dr.ª Mallory, vou pedir-lhe que se mantenha imóvel, para que eu consigo ver o corte que tem na cabeça.

- Claro que sim. A Drª sabe dizer-me onde estão os meus filhos?

- Assim que a acabar de examinar, vou ver como eles estão.

Acabei de tratar a senhora, vendo que não era um corte muito profundo fiz-lhe um penso e pedi-lhe que não saísse dali, porque as urgências estavam um caos.

- Pode dizer-me o nome dos seus filhos para eu ir buscar informações sobre eles?

- A minha filha chama-se Marianna Dolan, tem 14 anos e o meu filho, Christopher Dolan e tem 12 anos.

- Vou saber deles e já volto aqui para lhe dar as informações.

* * *

Ainda estava a metade do dia de trabalho e já andava cansada, teria de aguentar mais quatro horas de trabalho.

- Llory, na cama 6 está um menino à tua espera. - Informou-me a Mary.

Dirigi-me até à cama 6, e lá estava um menino e a sua mãe, que parecia muito preocupada.

- Olá, sou a Dr.ª Mallory. - A mãe acenou-me com a cabeça e deu um pequeno sorriso, de seguida dirigiu o seu olhar preocupado ao seu filho. - Olá, pequeno! Diz-me o que se passa contigo.

- Tenho uma dor aqui. - Disse-me ele apontando para o seu peito.

* * *

- Hey, Mallory! - Ouvi a Mary chamar-me. - Será que podes ficar mais duas horas? As urgências estão um caos e estamos com falta de pessoal.

- Sim, claro Mary!

- Obrigada! O que eu faria sem ti?!

- Diz-me Mary, o que tens para mim?

Continuei o meu trabalho, a cuidar de quem chegava às urgências, mas também, dos doentes que tinham sido admitidos anteriormente e que ainda precisavam de acompanhamento do seu caso. Depois de acompanhar cada caso e actualizar as fichas dos doentes, Mary fez-me sinal para que fosse embora, o movimento nas urgências tinha acalmado, mas eu sabia que não duraria muito.

Levei-lhe as fichas e actualizei-a para que pudesse passar a mensagem a quem me substituiria.

Caminhei até à sala para buscar a minha mala, vesti o casaco e saí pela porta das traseira das urgências. Assim que saí senti a brisa gelada, fechei o meu casaco de fazenda e abracei-me de maneira que me pudesse aquecer, caminhei até há paragem do autocarro, não muito longe do hospital. Ao chegar lá o banco estava ocupado e a espera pelo autocarro seriam longos dez minutos, pelo menos era o que indicava o painel, daria tudo (melhor corrigir este pensamento!) daria quase tudo para poder sentar-me naquele banco, nem que fosse um miserável minuto. Suspirei alto o que levou aos outros possíveis passageiros mirarem-me por breves segundos.

Avistei o autocarro a parar num semáforo, antes de chegar há paragem e tudo o que eu pensava no momento era sentar-me assim que entrasse no autocarro, pelos meus 15 minutos de viagem e, de seguida, em chegar a casa, alimentar a Jaz e tomar um duche quente e, por fim, deitar-me na minha cama e só acordar amanhã. Mas para o meu desagrado, assim que o autocarro chegou e eu entrei nele não avistei nenhum lugar para eu me sentar e durante toda a viagem levei cotoveladas e pisadelas dos outros passageiros.

- Lar doce Lar! - Disse ao entrar em casa e bater com a porta. - Lar com mau cheiro!

O cheiro a podre (ou algo morto!) que vinha das condutas de ar estava presente em todo o meu apartamento. De imediato abri as janelas da sala e da cozinha para que o ar da rua entrasse e de maneira que aquele cheiro saísse, o problema era o frio entrar, no mês de Novembro em Chicago, já começava a atingir os números negativos, mas como ainda eram sete da noite não chegaríamos às temperaturas negativas.

- Jaz não sei como aguentaste este cheiro?! - peguei na sua embalagem de comida e deitei uns grãozinhos para dentro da água. O que a minha tartaruga fez desaparecer em questão de segundos. - O que é preciso para o senhorio mandar ver as condutas?! - perguntei para o ar.

Depois de alimentar Jaz, segui para o meu quarto, onde abri uma fresta da janela, o cheiro não estava tão mau como na sala e cozinha. Sentei-me na cama, por breves momentos, apenas para descalçar os ténis e mandá-los para um canto do quarto, para depois os arrumar no móvel do calçado.

Dirigi-me à casa de banho para tomar o tão esperado duche quente e pelo caminho fui tirando as roupas, deixando-as no chão, sendo que quando cheguei à casa de banho só tinha a minha roupa interior. Antes de entrar no poliban liguei a água, de modo, que começasse a aquecer, e tirei o resto da roupa que ainda tinha. Ao entrar e sentir aquela água quente nas minhas costas foi como um alívio, como se tirasse o stresse passado no trabalho. Após banho tomado enrolei-me na toalha e coloquei outra no cabelo, para não pingar o chão. Ouvi uns barulhos vindos da sala e senti um arrepio na espinha.

A sala estava às escuras, com o vento que vinha lá de fora fazia as cortinas esvoaçarem e uma das janelas estava a abrir e fechar com a corrente de ar, dirigi-me a ela e fechei-a. Depois de fechar as janelas todas, dirigi-me à cozinha, peguei no bule e enchi-o de água e, de seguida, coloquei-o no fogão para depois fazer um chá.

Ao sair da cozinha, assim que entrei na sala vi uma sombra de alguém encostado ao pé das janelas que tinha fechado.

- Quem é você? - disse assustada, com o homem que saía da escuridão, mas que ainda não conseguia ver plenamente a sua cara, porque só havia a iluminação da rua.

* * *


Espero que gostem desta introdução que publiquei e quero saber as vossas opiniões, elas são muito importantes para mim.

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