SCALIA: AdultWolf (1)

2.

Scott McCall

As batidas ensurdecedoras vindo da porta do quarto me fazem rolar para fora da cama, a mala cai no chão fazendo com que meu corpo desperte com o som e pisco algumas vezes no escuro do quarto.
Passando a mão no ponto dolorido em meu pescoço, caminho até a porta e a abro dando de cara com Rafe de braços cruzados. As suas roupas foras do padrão social é engraçada que me faz abrir um desenho, ergo o olhar ao seu e encontro os olhos castanhos do mesmo tom que os meus. Bocejo.

— Tome um banho e coloque uma roupa, saímos em meia hora. - Suas palavras soam distante e ele se afasta da porta.

Empurro a porta de volta ao batente e penso em me jogar novamente na cama, mas óbito por tomar um banho. Pego a mala no chão e procuro por roupas limpas antes de ir para o banheiro, tiro as roupas e entro no boxe preto que divide o chuveiro do resto do lugar.
A água quente bate em meu corpo e fecho os olhos com a água que desce por minha cabeça, o banho é demorado e não tenho nenhuma pressa para sair. Enrolando a toalha na cintura, passo a mão no espelho embaçado para olhar meu reflexo.

Escovo os dentes rapidamente e bagunço o cabelo com os dedos para descolar os fios da testa, saio do banheiro e visto as roupas que separei. Jeans preto, camiseta branca e minha jaqueta preta e botas pesadas.
Volto ao banheiro com a toalha envolta do pescoço e seco o cabelo, passos os dedos sobre ele e os empurro para trás. Encarando o refleco no espelho pisco alguma vezes e deixo que meu olhar recaia na mancha roxa em meu pescoço, levo a mão até a mesma e sinto uma pontada de dor. Era como se estivesse enfiado uma agulha em meu pescoço.
Tento me lembrar de algo da noite passada, como havia chegado em meu quarto e tudo é um misto de vulto e perfume feminino. Ouço a buzina do carro e jogo a toalha na porta antes de pegar o celular no jeans jogado no chão e correr para o carro.

 Rafe tem toda sua concentração na estrada e o carro é um misto de silêncio ritmado pelas batidas de nossos corações. Observo todas as casas passarem em velocidade mínima enquanto tento deixo meus pensamentos vagarem para a noite anterior.
Eu conseguia me lembrar da lanchonete com cheiro de cerveja, mas o caminho de volta para casa é um borrão frustrante. Passo as mãos no cabelo e suspiro.

— Algum problema, Scott ? - Pergunta Rafe me fazendo olhar em sua direção.

Ele ainda mantém o olhar fixo na estrada.

— Só estou com saudade de casa. - Digo.

Não é uma total mentira. Sinto falta de onde morei até ser quase arrastado para dentro do carro do meu pai algumas noites depois do acidente da minha mãe. Rafe não me impede de voltar, mas conciliar trabalho, Universidade, dividas e ser lider do bando pode envelhecer alguém com tantos problemas.

— Você pode voltar para Beacon Hills quando quiser, apenas me avise. - Diz Rafe após alguns segundos em silêncio.

Dou um sorriso forçado.

— Obrigado.

Rafe vem realmente se esforçando para ser o pai de um garoto que ele deixou quando ainda era uma criança, dar uma chance para alguém que me tirou de um começo de depressão era de valer a pena.
Enquanto Beacon Hills está a milhares de distância de mim. Stiles e Lydia está a algumas horas na Universidade de Nova York, namoram a mais de dois anos e meio. Liam e Hayden estão terminando o ensino médio e vão se mudar para Nova Jersey.
Ao meu ver, minha antiga cidade parece uma antiga lembrança cheia de aventura, perigo e romance.

— Tem falado com o filho do Stilinski ? - A pergunta me tira de meus pensamentos.

— Sim, ele está em Nova York com Lydia.

Rafe sorri e manobra o carro para uma vaga no estacionamento aberto da Universidade local. A pintura está desgastada com o tempo e alguns alunos andam apressadamente para todos os lados com seus livros, alguns puxam suas malas pelo gramado e iam em direção ao alojamento que ficava a alguns quilômetros mais a frente.

— Universidade ? - Ergo a sobrancelha em questionamento.

— Você precisa começar a pensar no seu futuro. - Diz Rafe, saindo do carro. — Sua mãe iria querer isso.

— Tem razão, mamãe ficaria feliz. - O sigo e bato a porta do carro.

Meu celular apita no bolso e o puxo, um SMS de Lydia brilha na tela.

"Me ligue assim que possível, tenho notícias de Malia.
- L."